Ainda que tenham vivido em séculos diferentes, Liev Tolstói e Amos Oz possuem uma fervorosa crença em Deus e diversas das suas obras falam de religião. Por esse motivo, não é de estranhar que o Museu Tolstói tenha atribuído ao autor israelita Amos Oz, o maior prémio literário do antigo país dos czares, pela sua autoria de “Judas”, um romance que chegou às livrarias portuguesas em Fevereiro de 2016. Para Valentin Kurbatov, ensaísta e escritor que integra o painel do júri, “Amos Oz é provavelmente o escritor mais conhecido e mais importante de Israel”.
A obra tinha já sido distinguida, em 2015, com o Prémio Internacional de Literatura — Casa das Culturas do Mundo, na Alemanha. Contudo, agora, com este prémio, um dos mais respeitados do mundo literário, este romance ganha milhões de leitores naquele país, mas não só.
“Judas” é uma narrativa “sobre traidores e amantes, pais e filhos, numa prosa sensível e bem-humorada. Além disso, evoca conflitos pessoais e políticos, aborda temas como a teologia e a heresia, a lealdade e, obviamente, a traição, e explora, ainda, o lado sombrio da história judaico-cristã e o lado trágico da história judaico-árabe”.
No passado mês de Setembro foi editado em Portugal, igualmente, pela Dom Quixote, uma chancela da LeYa, “Caros Fanáticos”, um conjunto de três ensaios sobre “fé, fanatismo e convivência no século XXI”, escritos a partir de “um sentido de urgência e preocupação e na crença de que um futuro melhor ainda é possível”. A obra, publicada uma década após a edição de “Contra o Fanatismo”, foi traduzida para português, a partir do hebraico, por Lúcia Liba Mucznik.
Boas leituras!