Hilda Hilst: A escritora brasileira que será homenageada na FLIP 2018

2017 ainda nem terminou e os organizadores da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que este ano homenageou Lima Barreto, já divulgaram a sua sucessora. Na edição do próximo ano, de 25 a 29 de Julho, a escritora Hilda Hilst vai ser prestigiada neste evento que é um marco no calendário literário no estado do Rio de Janeiro.

A 16ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty já está a ser preparada nos bastidores. Ainda com o presente ano de 2017 a decorrer, onde Lima Barreto foi o autor homenageado no mencionado evento que acontece, anualmente, no Rio de Janeiro, a organização já divulgou quem será a sucessora do grande autor brasileiro, sendo, Hilda Hilst (1930-2004), o nome escolhido.

Segundo Mauro Munhoz, director-geral do evento, a justificação da escolha de Hilst prende-se com o facto de a sua obra extrapolar fronteiras:

“Hilda Hilst leu Carlos Drummond, Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto, mas leu também Fernando Pessoa, o francês Saint-John Perse e o alemão Rainer Maria Rilke. O resultado é uma literatura inovadora do ponto de vista da linguagem que exerce, por exemplo, forte influência na cena da dramaturgia brasileira de hoje”, afirmou o director.

A par de Munoz, Joselia Aguiar, curadora do festival literário salientou que a FLIP de 2018 que reúne grandes nomes da literatura mundial. na cidade maravilhosa, terá um conceito mais intimista. O plano é juntar a poesia, o teatro, um pouco de irreverência e debates sobre criação artística, a arte e a natureza, a literatura e a filosofia.

No que diz respeito à produção literária de Hilda Hilst, a autora deambulou, com maestria por diversos géneros literários, nomeadamente, a poesia, a ficção, a crónica e o teatro. Para além disso, a sua versatilidade não se ficou apenas pelos géneros que escreveu, mas, também, na vasta de temas abordados: o amor, o sexo, a morte, Deus, a finitude das coisas e a transcendência da alma, são, somente, alguns deles.

A sua estreia aconteceu quando Hilda tinha 20 anos, com um livro de poesia que, logo despertou a atenção de autores consagrados como Cecília Meireles e Jorge de Lima, de quem a autora era, inclusivé, leitora.

Outro nome que, desde cedo, esteve ligado à sua vida literária foi Lygia Fagundes Telles, com quem manteve uma relação de amizade duradoura, desde a adolescência.

Cantares de Perda e Predileção (poesia), Rútilo Nada (ficção) e A Obscena Senhora D (ficção) são algumas das suas obras de maior relevo, que lhe deram um lugar indiscutível na literatura produzida, em língua portuguesa, durante a segunda metade do século passado. Mais de meio de século de carreira, ao mais alto nível, que lhe numerosos prémios e um reconhecimento alcançado por poucos, visto que a obra de Hilst foi traduzida para o inglês, francês, espanhol, basco, alemão, italiano, norueguês e japonês.

Boas leituras!

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