Terry Pratchett, um nome incontornável da literatura fantástica, volta a ser notícia, pouco mais de 2 anos após a sua morte visto que, como era seu desejo, teve o seu disco rígido destruído por um rolo compressor na Great Dorset Steam Fair. Nele, estavam guardadas todas as suas histórias inacabadas e, o escritor não queria que ninguém acabasse de as escrever.
Foi Neil Gaiman que o revelou, em declarações ao diário londrino The Times; Terry Pratchett desejava que todas as suas obras inacabadas “fossem colocadas no meio da estrada e que um rolo compressor passasse por cima delas”.
Pouco tempo antes do seu falecimento, o autor estava a trabalhar ainda publicou “The Shepherd’s Crown”, o 41º volume da sua obra prima “Discworld” que foi iniciada com a publicação de “The Color of Magic”, em 1983. Este seu desejo possui uma explicação extremamente plausível, uma vez que ele não queria que, mais tarde, alguém terminasse o que ele tinha começado.
Se me permitem, abro aqui um parentesis, para citar o exemplo do sueco Stieg Larsson, o famoso autor da trilogia Millenium, que após o seu desaparecimento teve a sua história transformada numa saga. Quem ficou responsável pela escrita dos restantes livros foi o seu compatriota David Lagercrantz.
Portanto, no passado dia 25 de Agosto, o seu desejo foi, finalmente, comprido. Como foi noticiado pelo The Guardian, um rolo compressor vintage passou por cima de um disco rígido que guardava as histórias inacabadas de Pratchett. Foi durante a Great Dorset Steam Fair – uma feira dedicada a máquinas e veículos movidos a vapor, que se realiza anualmente no condado de Dorset, Sudoeste de Inglaterra, a cerca de três horas de viagem de Londres, se escolher como opção, a estrada.
Rob Wilkins, o actual gestor do património do autor, partilhou na conta oficial de Pratchett, no Twitter, as imagens de antes e depois da destruição do já mencionado disco rígido.
Ainda assim, o que restou do disco será exposto, no Museu de Salisbury, a partir do próximo dia 16 de Setembro até ao dia 13 de Janeiro de 2018, juntamente com a sua primeira máquina de escrever e a sua primeira obra “The Hades Business” para a mostra intitulada Terry Pratchett: His World.
Da sua vasta produção literária, composta por mais de 70 obras, a Portugal, chegaram relativamente tarde, não alcançando por cá, no entanto, um sucesso comparável aos livros de autores como J. R. R. Tolkien, J. K. Rowling ou, até mesmo, George R. R. Martin.
No que toca às vendas da saga de fantasia “Discworld”, mais de 80 milhões de exemplares foram vendidos em todo o mundo.
A primeira editora portuguesa a apostar em Pratchett foi a Editorial Caminho, na década de 90. Depois, seguiu-se a Temas e Debates e, actualmente, existem 2 livros publicados pela Edições Saída de Emergência.
O autor faleceu a 12 de março de 2015, em Wiltshire, um condado localizado no sudoeste da Inglaterra, oito anos após ter sido diagnosticado com Alzheimer.