Prémio Camões 2018: Germano Almeida é o grande vencedor da 30ª edição

Luís Filipe Castro Mendes, Ministro da Cultura, anunciou, hoje, no Tivoli Avenida Liberdade Lisboa, em plena Avenida da Liberdade, na cidade de Lisboa, o vencedor do Prémio Camões que, este ano, completa 30 anos de existência.

A escolha foi unânime, entre o júri nomeado, e recaiu sob o contista e romancista cabo-verdiano Germano Almeida, o 2º autor daquele arquipélago a ser distinguido, 9 anos, após a atribuição ao seu compatriota Arménio Vieira.

Natural da ilha da Boavista, Germano Almeida nasceu em 1945 e estreou-se como contista na revista Ponto e Vírgula, uma revista literária cabo-verdiana, que ajudou a fundar, na década de 80.

Em Portugal, formou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa. No entanto, actualmente, vive na ilha de São Vicente, onde desempenha, também, a função de advogado.

Contudo, se deitarmos um olhar mais atento a toda a sua produção literária, composta, até ao momento, por 17 obras publicadas, destacam-se, nomeadamente, “O Dia das Calças Roladas” (1982), “O Meu Poeta” (1989), “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo” (1991), “Os Dois Irmãos” (1995), “Eva“ (2006), A Morte do Ouvidor” (2010), e “Do Monte Cara Vê-se o Mundo” (2014).

No que diz respeito ao prémio monetário, o vencedor do Prémio Camões recebe 100 mil euros.

Após a decisão, José Luís Jobim, na qualidade de presidente, leu, em voz alta, a acta com as razões que sustentaram a escolha que tinha sido feita, minutos antes:

“Conjugando a experiência insular e da diáspora cabo-verdiana, a obra [de Germano Almeida] atinge uma universalidade exemplar no que diz respeito à plasticidade da língua portuguesa“.

Nas palavras do representante da pasta da Cultura, a obra de ficção de Germano Almeida “representa uma nova etapa na história literária de Cabo Verde”.

Castro Mendes, revelou, ainda: “Tenho um especial gosto em anunciar este prémio” e admitiu que a sua admiração pelo escritor das ilhas não é nova:

“Devo dizer que a minha admiração pelo escritor Germano Almeida vem de longe. Acho que tem uma obra extremamente interessante, com originalidade e humor. É um escritor que sabe rir de si e do mundo e que, nesse sentido, apresenta uma visão do mundo muito irónica, crítica, mas sem ser violenta“.

Quando contactado pela Lusa – Agencia de Noticias de Portugal, SA, Almeida, reagiu de forma algo surpreendida e, ao mesmo tempo, feliz, por ter arrecadado um prémio tão prestigiado:

“Estou contente, muito feliz por saber que o que escrevo é apreciado ao ponto de me darem um prémio tão prestigiado como o Camões“.

Ainda assim, não deixou escapar que se, por um lado, “existem muitos escritores que merecem o prémio tanto ou mais do que ele”, por outro, realçou que é “o reconhecimento do esforço e do trabalho” que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos.

No rol dos elogios que incluiu, para além do júri, presidido pelo brasileiro, José Luís Jobim e Luís Alberto Figueiredo Machado, Embaixador do Brasil em Portugal, também, António Costa, primeiro-ministro português, congratulou o autor através da sua conta oficial do Twitter:

“Parabéns ao cabo-verdiano Germano Almeida pela merecida atribuição do Prémio Camões 2018, a mais importante consagração literária dessa língua universal que é o português.”

Quanto ao seu antecessor, o escritor e poeta Manuel Alegre, o vencedor da edição de 2017, afirmou que “o prémio é justo e merecido quer para o escritor quer para Cabo Verde”.

Editado pela Editorial Caminho, uma chancela do grupo LeYaOnline, a mesma casa que, durante anos a fio, publicou as obras do Nobel português, José Saramago, Germano acabou de lançar o seu novo livro, precisamente, neste mês de Maio. “Fiel Defunto” está, neste momento, na fase de pré-venda, no site da WOOK, e será enviado para todos os interessados, a partir da próximo dia 29.

Boas leituras!

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