Poeta Daniel Jonas arrecada o Prémio Literário Fundação Inês de Castro com “Cães de chuva”

Com a obra “Cães de chuva”, o poeta Daniel Jonas é o vencedor da 15ª edição do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, de acordo com aquilo que foi divulgado no dia de hoje pela organização deste galardão literário. Anualmente, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro é uma iniciativa que distingue obras de prosa ou poesia escritas em língua portuguesa.

Para completar a informação, é importante realçar que “Cães de chuva” foi editado em Portugal pela Assírio & Alvim em 2021.

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“Cães de Chuva”, de Daniel Jonas
(Vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro,
ed. Editora Nós, 128 páginas)

\”Àpoesia de Daniel Jonas […] associamos um peso, ou talvez apenas uma aragem, que nos chega de tempos antigos, clássicos, míticos. Mas a uma sólida erudição sobrepõe-se sempre o mundo, mínimo a máximo, uma contemporaneidade radical. Neste \’Cães de Chuva\’ […] chega a ser desconcertante, como se quer na poesia que nos desarruma certezas e estimula ideias.\”
— Pedro Dias de Almeida, Visão

Ao dar este prémio a Daniel Jonas, o júri quis distinguir “a qualidade, a ousadia e a solidez da escrita poética de Daniel Jonas, mais uma vez manifestada” nesta obra, afirma a escritora e jornalista colaboradora do PÚBLICO Isabel Lucas, membro do júri, citada pelo comunicado da fundação.

Presidido por José Carlos Seabra Pereira, o júri integrou ainda o escritor Mário Cláudio, a professora Isabel Pires de Lima e o poeta António Carlos Cortez.

Para o júri do prémio, nesta obra, Daniel Jonas “confirma a solidez da sua criação literária e a originalidade que o torna um dos mais estimulantes poetas da poesia portuguesa contemporânea”.

Através de “Cães de chuva”, livro em verso livre, Daniel Jonas “articula a herança clássica de autores e temas clássicos com a modernidade da linguagem, da forma, dos sentimentos que dominam o tempo e o espaço em que vive”, considerou o júri.

Outra das características do poeta está na atmosfera perpassada pela sombra, uma tristeza pontuada por momentos de alguma exuberância”, além da linguagem em que cada palavra é “tratada com extrema precisão, deixando entrar termos de outros idiomas, revelando mais uma vez a ousadia que caracteriza a sua produção poética, tal como a atenção dada a elementos como o tempo e o espaço”.

“Cães de chuva”, prossegue o júri, é um livro “a celebrar, por um poeta, dramaturgo que aprofunda e dá densidade à sua marca poética enquanto passa para a língua portuguesa alguns dos livros e autores mais exigentes da língua inglesa. A notável experiência do tradutor parece contaminar, no melhor sentido, uma poesia nunca acomodada a temas e a fórmulas”.

Ao longo dos anos, o Prémio Literário Fundação Inês de Castro tem distinguido autores como Pedro Tamen (2007), José Tolentino Mendonça (2009), Hélia Correia (2010), Gonçalo M. Tavares (2011), Mário de Carvalho (2013), Rui Lage (2016), Rosa Oliveira (2017), Djaimilia Pereira de Almeida (2018) e Andreia C. Faria (2019).

A cerimónia oficial de entrega destes prémios vai realizar-se na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no primeiro trimestre de 2023, em data a anunciar brevemente, conclui a fundação.

Foto: Daniel Jonas por Fernando Veludo

Sobre o autor:
Nascido em 1973, Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor. Enquanto poeta, publicou “Os Fantasmas Inquilinos”, “Sonótono”, que lhe valeu o prémio PEN de Poesia, “Nó”, galardoado com o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE, “Bisonte”, “Oblivio” e “Cães de Chuva”, sendo que, com este último, venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro de 2022. Foi ainda um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro “Passageiro Frequente”, traduzido em polaco por Michal Lipszyc. Antes tinha sido distinguido com o prémio Europa David Mourão-Ferreira, da Universidade de Bari/Aldo Moro, pelo conjunto da sua obra. Traduziu vários autores, entre os quais John Milton, Shakespeare, Waugh, Pirandello, Huysmans, Berryman, Dickens, Lowry, Henry James e William Wordsworth. Como dramaturgo, publicou “Nenhures” e escreveu “Estocolmo”, “Reféns” e o libreto “Still Frank”, todos encenados pela companhia Teatro Bruto.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Cães de Chuva”, de Daniel Jonas (Vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro, Assírio & Alvim, Wook):
https://www.wook.pt/livro/caes-de-chuva-daniel-jonas/24008437

Boas leituras!

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