Pincelada #1 – Antes de qualquer coisa, um escritor é um pesquisador insaciável

Seja bem-vindo ao “Pinceladas de Escrita”, um dos novos conteúdos do Sonhando Entre Linhas para este ano de 2020. Em parceria com Luhana Andreoli, escritora e revisora de textos, vai ser possível, a partir de hoje, trazer algumas dicas para quem quer trilhar o fascinante mundo da escrita, quer seja de ficção ou não-ficção. Definitivamente, escritor é sinônimo de pesquisador, e não adianta ter preguiça se ser um escritor é o que você deseja, realmente. As fontes são diversas e os livros, filmes, documentários, séries e o Google são apenas algumas delas.

Pense num assunto que você domina, mas tem que ser muito mesmo.

Pensou?

Agora, imagine que entra numa livraria e se depara com um livro, onde a sinopse pincela essa sua expertise, alimentada há vários anos, e responda: Será que pago com dinheiro ou com cartão de crédito? Digo isto porque você vai acabar por comprá-lo, é claro!

Em seguida, imagine uma tarde chuvosa, uma xícara de chocolate quente com marshmallows, o silêncio sepulcral da família que foi visitar a sua tia-avó, e um livro escrito especialmente para você. Você não vai deixá-lo na fila de espera, pois não?

Muito bem!

Nesse momento, imagine que o autor se equivocou quanto à origem desse assunto que você domina com facilidade; você até pode pensar, talvez, que quem está errado é você e fazer uma anotação mental para, mais tarde, pesquisar sobre isso. No entanto, algumas páginas adiante, o autor comete o deslize de citar alguns acontecimentos duvidosos sobre o tal assunto, que é a sua especialidade.

A partir disso, você começa a olhar, de forma desconfiada, para o livro e, ao mesmo tempo, procura saber qual foi maldita língua em ele foi traduzido, dado que só pode ser um erro de tradução, copidesque, revisão, ou sei lá o quê. Ainda assim, no capítulo três ou quatro, o autor dança, literalmente, no seu conhecimento de causa, ao acrescentar detalhes que ousam ser obscenos. Naturalmente, você vai querer fazer uma fogueira com aquele lixo textual, sem qualquer base sólida. Para isso, pica página por página. Contudo, não se esqueça que está a chover!

Quando se senta para escrever, antes do \”Era uma vez\” há dezenas de pares de horas de pesquisa. Em seguida… mais pesquisa! Durante… pesquisa! Já na recta final, quando está prestes a terminar… Será que consegue adivinhar? Pesquisa!

Porventura, já notou, certamente, que a maioria dos autores best-sellers, nomeadamente, os americanos, é formada por jornalistas? Geralmente, eles mergulham em pesquisas profundas e detalhadas até ao mais pequeno pormenor, ou seja, quando o fazem é para valer! 

Tudo isto para dizer, em jeito de conclusão que a falta de pesquisa pode comprometer a consistência e a qualidade da sua narrativa, o que pode fazer com que o seu livro seja lido numa noite de período de seca.

Foto: Sheri Hooley/Unsplash

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Boas leituras!

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