Autor carioca, que se tornou um fenómeno literário, em 2018, aquando do lançamento de “O Sol na Cabeça”, o seu livro de contos, pela Companhia das Letras, onde ele aborda a vida e as diferentes realidades vivenciadas nas favelas do Rio, foi um dos vencedores da 4ª edição do Prêmio Rio de Literatura, ao vencer na categoria de Prosa de Ficção. Nas categorias de Ensaio, Poesia e Novo Autor Fluminense. os vencedores foram Heloisa Buarque de Hollanda, Marco Catalão e Rafael Amorim, respectivamente.
Para eles, as escolhas foram “consensuais, mas sem unanimidades, já que em cada categoria existiam, pelo menos, mais dois ou três concorrentes de alto nível”.
Foram Antonio Carlos Secchin, poeta e imortal da Academia Brasileira de Letras, Davi Pessoa, crítico literário e tradutor, Beatriz Resende, professora, crítica literária e ensaísta, e Eva Doris Rosental, ex-secretária estadual de Cultura, que escolheram os vencedores da presente edição deste galardão literário brasileiro.
Por um lado, “O Sol na Cabeça”, de Geovani Martins, representa um discurso novo vinculado ao Rio, ainda que não seja o do Rio tradicionalmente representado. Podemos incluir dentro dessa tradição de autores à margem, “Explosão feminista”, de Heloisa Buarque de Hollanda, visto que se trata de um livro-ocupação, de reivindicação não sectária de espaços para as mulheres, com uma ideia multifacetada de autoria, tendo vencido na categoria de Ensaio. Estas duas obras foram publicadas pela Companhia das Letras.
Por outro, na categoria da Poesia, “As Asas do Albatroz”, de Marco Catalão, do catálogo da Editora Mondrongo, arrecadou o respectivo troféu e recebeu rasgados elogios de Secchin, que considera que esta “é uma obra deliciosa e ironicamente lírica sobre o não lugar do poeta contemporâneo, que está em toda parte mas não é visto por ninguém. Ela é constituída por um conjunto de poemas narrativos em verso livre que revelam outra faceta do talento do escritor, que eu conhecia como exímio cultor (e desconstrutor) das formas fixas em “O cânone acidental”, de 2009”.
No que diz respeito à categoria Novo Autor Fluminense, Rafael Amorim foi declarado vencedor por “Como tratar paisagens feridas”. Neste caso, o seu livro representa uma renovação literária com um estilo muito pessoal que, apesar de já ser uma obra com muita repercussão, não havia vencido um concurso.
Ao olharmos para os dados da presente edição, com 701 inscrições, 123 concorrentes são autores de obras já publicadas por 27 editoras, nomeadamente, Companhia das Letras, Record e Bertrand. 23 estados do Brasil tiveram obras inscritas. Contudo, foi o Rio de Janeiro que registou o maior número de interessados, com 297 inscritos, seguido por São Paulo, com 183, e Minas Gerais, com 42.
Lançada em 2018, a categoria de Poesia recebeu 216 inscrições, neste ano. Quanto ao ano passado, o número de inscrições chegou às 158.
Por fim, a distribuição dos valores monetários ficou da seguinte forma: Geovani Martins, Heloisa Buarque de Hollanda e Marco Catalão recebem a quantia de 100 mil reais, de forma individual, e Rafael Amorim recebeu 10 mil reais e terá 1000 exemplares do seu livro que será publicado e distribuído pelo mercado brasileiro.
Foto: Geovani Martins por Chico Cerchiaro/Divulgação
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Sobre o autor:
Nasceu em 1991, em Bangu, no Rio de Janeiro. Nunca imaginou que seria escritor. Começou a ler, por sua iniciativa, na sua adolescência, livros de Machado de Assis, Jorge Amado, entre outros. Em 2013 e 2015, participou das oficinas da Festa Literária das Periferias, a Flup. Publicou alguns de seus contos na revista Setor X e foi convidado duas vezes para a programação paralela da Flip. Certo dia, disse à mãe que iria escrever um livro e que acreditava que iria conseguir viver da literatura. Entretanto, 12 dos 13 contos que estão presentes em “O Sol na Cabeça”, publicado em 2018, pela Companhia das Letras, são o resultado de 2 anos de trabalho dedicado. Antes dos 30 anos de idade, Geovani já conquistou elogios de autores como Chico Buarque, Milton Hatoum e Marcelo Rubens Paiva, o que faz dele um dos mais promissores autores da literatura brasileira.
Sugestões de Leitura:
Leitores que residem em Portugal:
“O Sol na Cabeça”, de Geovani Martins (Companhia das Letras Portugal, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-sol-na-cabeca-geovani-martins/23214162
Leitores residentes no Brasil:
“O Sol na Cabeça”, de Geovani Martins (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/o-sol-na-cabeca/artigo/ac1fe7e3-5c18-415d-8ab6-fa22ef78695a
“Explosão Feminista”, de Heloisa Buarque de Hollanda (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/explosao-feminista-arte-cultura-politica-e-universidade/artigo/784bed58-5841-41d6-a81f-0446112d9fd3
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