#1 – Introdução

Neste dia tão especial, em que se comemora a revolução do 25 de Abril de 1974, em Portugal, o Sonhando Entre Linhas está a estrear uma nova série de conteúdos. A partir de agora, e com alguma frequência, a Anna Beatriz Freitas,, que é estudante de Tradução, na UnB – Universidade de Brasília, vai começar a desvendar o desafiante mundo da tradução, a sua importância, e a apresentar-nos como é o trabalho de um tradutor. Estamos felizes por poder contar com o seu contributo e, desta forma, aumentar a diversidade de assuntos abordados na página. Dêem-lhe as boas vindas!

A tradução é, antes de qualquer coisa, sobrevivência. Embora nós, muitas das vezes, nem sequer notemos, somos altamente dependentes da tradução e estamos imersos num mundo traduzido. A intenção deste texto não é falar dos inúmeros tipos de tradução ou entrar no velho confronto “tradução versus original”, não, o foco aqui é mais amplo.

Vamos falar um pouco sobre a importância da tradução e veremos o quanto a negligenciamos. Quase todos nós já ouvimos falar da história da separação das línguas – o famoso mito da Torre de Babel – , onde todos viviam em harmonia, falavam a mesma língua e tinham o mesmo objetivo e, como punição, cada um começou a falar uma língua diferente, logo, deixaram de poder comunicar entre eles, de se compreenderem e, ainda, de trabalhar juntos.

Agora, imagine um mundo assim! Pense em como seria se, neste exato momento, não conseguisse imaginar o que eu escrevi nestas breves linhas, não pudesse compreender o que as pessoas, ao seu redor, dizem, ou entender a sua música internacional predileta ou, então, se nunca tivesse lido aquele livro do qual gostou tanto? É estranho e, ao mesmo tempo, assustador, pensar assim. Veja bem, somos seres comunicativos, precisamos da comunicação para sobreviver, e a comunicação precisa da tradução. Não, a tradução não é comunicação, seria muito injusto limitá-la ao processo de comunicação. O que eu estou a tentar expressar é que a própria comunicação passa pelo processo de tradução em vários níveis.

Então, meu caro amigo bilíngue, poliglota, pode dizer que não precisa ler obras traduzidas, ou acionar as legendas nos filmes que vê, mas e se eu te disser que o próprio processo de aprendizagem pelo qual passou para dominar um idioma estrangeiro está ligado ao processo tradutório? Pense, de forma mais profunda, e vai entender o que estou a dizer. É muito importante começarmos a respeitar e a dar a devida importância à tradução, pois assim como uma obra sem tradução tende a atingir menos pessoas e ser esquecida, uma língua não traduzida tende a desaparecer.

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Boas leituras!

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