O mundo do Brasil rural e, ao mesmo tempo, universal, de Guimarães Rosa, fica disponível, nas nossas livrarias, a partir de amanhã

Como já tinha sido noticiado no Sonhando Entre Linhas, no dia 30 de Julho deste ano, “Grande Sertão: Veredas”, o magistral clássico modernista e experimental de João Guimarães Rosa, seria lançado em Portugal no presente mês de Outubro. Bom, ele chega às livrarias portuguesas no dia de amanhã, pela primeira vez, mantendo a grafia original, sem qualquer espécie de adaptação, depois de vários anos fora do mercado editorial português.

“Este é o grande sertão da Língua, onde o verbo abraça a brisa e a transforma, onde o amor se desdobra como mistério quieto e quase desflora, onde a literatura se afirma universal mas como delicado quintal. Nestas páginas há veredas que murmuram dois potentes segredos com nome de flor e homem: Rosa, Guimarães. A vida se aumenta. O leitor sonha. A literatura renasce.” — Ondjaki

A grandiosidade de “Grande Sertão: Veredas” pode ser exemplificada pelas interpretações, que a abordam sob os mais variados pontos de vista, sem nunca deixar de ressaltar a capacidade e a confiança do autor no seu lado inventivo.

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Na narrativa prodigiosa de ´Grande Sertão: Veredas´, encontramos várias dimensões universais da condição humana – o amor, a morte, o sofrimento, o ódio, a alegria – retratadas através das lembranças do jagunço Riobaldo nas suas aventuras no sertão mítico, e do seu amor impossível por Diadorim.

Para Alexei Bueno, Poeta, ensaísta, tradutor e editor brasileiro, autor de “A Via Estreita”, esta obra-prima completa a tríade das epopeias da língua portuguesa, ao lado de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, e “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.

Extremamente erudito, Guimarães Rosa incorporou, na sua obra, aspectos das mais diferentes culturas. Disse, numa ocasião, que \”para estas duas vidas, viver e escrever, um léxico só não é suficiente\”.

Mia Couto, um dos mais respeitados autores contemporâneos de língua portuguesa, defende o ponto de vista de que “Rosa não escreve sobre o sertão. Escreve como se ele fosse o sertão. Um sertão que se enche de estórias para contrariar o curso da História.”

Outro dos grandes nomes do panorama literário da língua de Camões que elogia a obra de que vos falo é Valter Hugo Mãe. Segundo o autor de livros como “A Desumanização”, “Homens Imprudentemente Poéticos” ou “A Máquina de Fazer Espanhóis“, entre outros, “a Língua Brasileira tem neste livro o seu maior chamado. Os mil povos que compõem a cultura do Brasil convergem neste esplendor. Este romance não é um romance, é um país deitado às palavras, levantado das palavras.”.

Foto: João Guimarães Rosa por Wikimedia Commons

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Sobre o autor:
Nasceu em Cordisburgo, no estado de Minas Gerais, a 27 de junho de 1908. João Guimarães Rosa foi um escritor, diplomata, e médico brasileiro, considerado unanimemente um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Foi o segundo marido de Aracy de Carvalho, conhecida como \”Anjo de Hamburgo\” pela ajuda preciosa que prestou a refugiados judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Estreou-se na literatura, em 1936, com o volume de poemas \”Magma\”. Algumas das suas obras mais marcantes são o volume de contos \”Sagarana\”, publicado em 1946, o livro de novelas \”Corpo de Baile\” e o romance \”Grande Sertão: Veredas\”, estas duas publicadas em 1956. \”Grande Sertão: Veredas\” é o único romance e foi distinguido, no momento da sua publicação, com o Prémio Machado de Assis, do Instituto Nacional do Livro, o Prémio Carmem Dolores Barbosa, e o Prémio Paula Brito. A sua publicação fez com que Guimarães Rosa encabeçasse a lista dos melhores escritores da terceira geração modernista, a par de Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto. Guimarães Rosa foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1963. Morreu inesperadamente, apenas, três dias depois de tomar posse, a 19 de Novembro de 1967, no Rio de Janeiro, no auge da sua carreira literária e diplomática. Estava indicado como um dos possíveis nomes para receber o Prémio Nobel de Literatura.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal
“Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa (Companhia das Letras PortugalWOOK):
https://www.wook.pt/…/grande-sertao-veredas-joao-g…/23507159

Leitores que residem no Brasil:
“Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa (Companhia das LetrasLivraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/4968df24-5f33-4cf3-9444-8b1fa…

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Boas leituras!

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