“Jordisk”, de Theis Ørntoft, venceu a edição de 2024 do Prémio da União Europeia para a Literatura

O autor escandinavo, de 40 anos, venceu o prémio europeu, para o qual estava nomeada a portuguesa Gabriela Ruivo. “Terrestre” é o seu segundo romance. Curiosamente, é no primeiro que vai da Dinamarca a Portugal.

O livro “Jordisk” (“Terrestre”), do dinamarquês Theis Ørntoft, venceu a edição de 2024, onde também constava a portuguesa Gabriela Ruivo com “Lei da Gravidade”, publicado pela Porto Editora.

O anúncio foi realizado na noite de ontem na Feira do Livro de Bruxelas, capital da Bélgica.

Theis Ørntoft foi o galardoado este ano, mas houve ainda cinco menções honrosas: Todor Todorov da Bulgária, com “Хагабула,”; o alemão Deniz Utlu, com “Vaters Meer” (“Mar do pai”); María Elísabet Bragadóttir, da Islândia, que escreveu “Sápufuglinn” (“O pássaro do sabão”); Sholeh Rezazadeh, dos Países Baixos, com “Ik ken een berg die op me wacht” (“Eu conheço uma montanha que espera por mim”); e a eslovena Tina Vrscaj, autora de “Na klancu” (“Na encosta”).

Para a edição deste ano estavam nomeadas 13 obras, escolhidas entre mais de 41 países.

A comissária europeia para a Cultura, Iliana Ivanova, considerou que os vencedores, nomeados de todos os países que estavam a concurso, demonstram a importância de a União Europeia continuar a apoiar a literatura na sua conceção e divulgação.

Já o presidente da Federação de Editoras Europeias, Ricardo Franco Levi, felicitou o autor dinamarquês e reconheceu que o Prémio para a Literatura da União Europeia é uma oportunidade para todos os candidatos divulgarem o seu trabalho a leitores que habitualmente não conheceriam as suas obras, nomeadamente de outros países: “Espero que aproveitem as oportunidades criadas durante os próximos meses”.

“Terrestre”, o livro premiado, é o segundo romance de Ørntoft, que a sua editora define como “uma história de longo alcance sobre amor e trabalho, natureza e capitalismo, ouro, prata, petróleo e o lento desaparecimento do Ocidente”, através de “três gerações de uma família ligadas através do tempo e do espaço” e tudo aquilo que desconhecem.

O autor não se encontra publicado em Portugal, mas o protagonista do seu romance de estreia, “Solar”, publicado em 2018, toma o seu primeiro nome, Theis, e atravessa a Europa de comboio, da Dinamarca a Portugal, onde Albufeira se transforma em palco dos seus pequenos crimes e grandes vícios.

Foto: Theis Ørntoft por Anders Holst Pedersen

Boas leituras!

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