Entrevista com Patrícia, do blog “Bookaholic Kingdom”

Para ela, a Ficção Científica, Fantasia e Thrillers são a sua santa trindade. Patrícia é uma blogger portuguesa que escreve para o Bookaholic Kingdom, o seu blog sobre livros, filmes e cultura popular.

SEL – Como te tornaste leitora?
Patrícia –
A culpa é toda da minha mãe (risos), que já era uma leitora voraz e me começou a oferecer livros e livros e livros. Lembro-me que íamos a uma papelaria e oferecia-me um livro, íamos de férias, e lá levava outro. Recordo-me, especialmente, do momento em que comecei a gostar de fantasia – que foi na feira do livro da minha escola, quando levei para casa “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, viva 2002! – e de BD, que foi num Verão, também por volta desse ano, quando conheci a obra de Quino – Mafalda, pela primeira vez.

SEL – Na tua família, tens alguém que goste de ler?
Patrícia – Lá está, a minha mãe (risos)

SEL – Lembras-te de qual foi o primeiro livro que leste, na íntegra?
Patrícia –
Oh diabo, não me lembro do primeiro livro que li, sequer. Algo da Disney? Da colecção Aúdio-livros? Eram aqueles livros que vinham com uma cassete que colocávamos no leitor e estávamos no futuro. #Anos90

SEL – Quando é que percebeste que este gosto pela leitura era algo sério?
Patrícia –
Acho que por volta dos meus 15/16 anos. Pelo menos, até ter essa percepção, eu pensava que era “normal” ler. E é, mas pronto. Além disso, havia a cena estranha de entrar na casa das pessoas e só terem dois ou três livros e eu pensava: Okay, mas, onde guardam o resto?

\”Ficção Científica, Fantasia, Thrillers. A santa trindade. Em relação a autores, Stephen King é mesmo um daqueles que quero ler a bibliografia toda, viajar até ao Maine, implorar para que me assine um livro e, depois, voltar a reler todos os livros. A seguir, há J. K. Rowling com Harry Potter, George R. R. Martin que é um génio no campo da fantasia, Blake Crouch também é fixolas. O resto é mais por obra do que por autor, creio.\” — Patrícia

SEL – Na tua experiência de leitura, já houve algum autor que não conhecias e te arrebatou completamente?
Patrícia –
Stephen King. Eu conhecia de: Ei, é o tipo que escreveu “Carrie” e aquela cena do palhaço dentuça. Mas, caramba, eu li o “22.11.63”, e apaixonei-me. Que escrita é aquela, senhor. Para criar empatia e ressonância, é divinal.

SEL – Como marcas as citações que te marcam num livro? Com post-its. sublinhas a lápis, anotas num caderno?
Patrícia –
Ai de mim profanar um livro (risos), Normalmente, decoro. Leio e releio. Já dei por mim a reler uma passagem umas cinco vezes. Depois, decorar dá um jeitaço dos diabos a jogar Trivial.

SEL – Num mundo cada vez mais globalizado, como vês o aumento de produção de e-books?
Patrícia –
Eu acho que é bom, mas, não substitui o papel. Os e-books são excelentes, a meu ver, para livros académicos e que estamos a ler e não planeamos voltar a pegar neles num período de 17 anos. Só que os e-books desbravaram, igualmente, o caminho ao “lixo”, i.e., aos livros que não são livros. São palavras sem nexo, atiradas numa folha branca, sem qualquer beleza nem edição.

\”Tenho de conhecer o nome da personagem principal, logo, no primeiro capítulo. Para mim, é uma regra de ouro. Se não crias uma ligação com ela, imediatamente, é porque não vai correr bem. Se a isto se juntar uma mensagem forte, estou lá.\” — Patrícia

SEL – Já pensaste, alguma vez, em ser escritora?
Patrícia –
Eu pensei e penso. Creio que tem de se ler muito para escrever bem, pelo que sinto que ainda não tinha capacidade para escrever assim um magnum opus. Por agora, escrevo para praticar e me divertir. #YOLO

SEL – Se sim, tens alguma ideias em mente?
Patrícia –
Eu tenho uns contos escritos e uma ideia para um livro de fantasia épica, que vou pelas 70 mil palavras. Vamos lá ver se sai algo decente. (risos)

SEL – Para ti, qual é a característica essencial que alguém que queira ser blogger deve ter?
Patrícia –
Deve ser ela/e mesma/o. Escrever o que quer, sobretudo, porque é o que acredita. Ter o seu próprio estilo e não tentar imitar o de ninguém. Somos o que somos, gostam do que dizemos: boa. Não gostam, paciência. As opiniões são assim.

\”Eu só queria partilhar o meu gosto pela leitura, então pensei: crio um blog e vamos lá ver se há feedback. E houve! Pelo qual estou muito grata.\” — Patrícia

SEL – Na tua opinião, o que é mais difícil para quem quer iniciar este caminho?
Patrícia –
Ter tempo para ler e paciência para colher os frutos. No dia em que se publica um blog não se tem, imediatamente, milhares de visualizações. A longo prazo, é manter o ritmo. Cada vez mais livros e menos tempo. Mas, ei, quem corre por gosto não cansa!

SEL – Depois do blog, como é que vês a tua evolução como leitora?
Patrícia –
Graças a muitas editoras pude ler mais de muita coisa. Géneros que nunca iria ler ou livros que nunca iria pegar. Apaixonei-me por comics, fantasia, ficção científica. Comecei a ler tijolos, a fazer parte da grammar police, a procurar livros por qualidade, em vez de filme bom = livro bom. Experimentei peças russas, Shakespeare, autores que estão, agora, a nascer, caí na espiral das pessoas que snifam livros. Enfim, uma jornada em grande.

SEL – Conheces algum livro que possas indicar que esteja relacionado com a criação de blogs que possa ser útil a quem gosta da blogosfera?
Patrícia –
Não há nada, que eu conheça, sobre Book Bloggers. O que é uma pena enorme, há tanto a dizer. Editoras contactem-me (risos).

SEL – O que gostarias de ter sabido antes de começar esta aventura?
Patrícia –
Estantes. Vão precisar de estantes. Montes delas.

\”Normalmente é assim: recebo o livro, começo a divulgar, a ler e, depois, faço a opinião. Problema: Costumo ler uns sete ao mesmo tempo. Cá me arranjo, mas não sou de escrever, de forma muito planeada, as minhas impressões. A opinião é como o arroz doce, se pensarmos muito nela, acabamos por usar pudim em vez das gemas de ovos.\” — Patrícia

SEL – Como lidas com os comentários negativos?
Patrícia – É assim, eu divirto-me, e é isso que conta. Não podemos agradar a gregos e a troianos, mas podemos agradar a nós próprios e isso é essencial.

SEL – Qual é a tua opinião em relação às parcerias com autores e/ou editoras?
Patrícia – É das simbioses mais benéficas qual Dory que ajuda Merlin. Sem as parcerias nunca teria oportunidade de fazer as opiniões que faço, ler o que leio, conhecer novos géneros, apertar a mão a autores, tomar doses de açúcar com eles, ir aqui e ali, e trazer isso tudo para a comunidade de Bookaholics que há por aí. E nós somos muitos, andamos é escondidos por entre as páginas.

Deixo, abaixo, os links para as redes sociais da Patrícia:
Blog Bookaholic Kingdom: http://bookaholickingdom.blogspot.com
Página de Facebook: https://www.facebook.com/bookaholicPT/
Instagram: https://www.instagram.com/bookaholickingdom/

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Boas leituras!

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