Carolayne Ramos é uma jovem dinâmica, sempre adorou fazer desportos e desenhar. Actualmente, estuda Arquitetura na FAUL. O seu blog começou por se chamar “A Vida de Lyne”, mas, depois mudou para Imperium by Lyne. Este visa representar o seu estilo de vida, mostrar os seus filmes preferidos e livros.
Como aluna de arquitetura, consideras a literatura uma arte? Pensas que essas duas áreas estão ligadas?
Sem dúvida alguma! Pelo que já tive a oportunidade de estudar, enquanto aluna de Artes, em geral, a literatura sempre foi um meio essencial que interliga tudo aquilo que conhecemos como informação. Dificilmente, haveria arquitetura, escultura, pintura, etc., se não existissem tratados, outros documentos e apontamentos que, mesclados com desenhos arquitetónicos, se transformam em literatura. É a literatura que faz a História e é a partir da história que vamos ganhando uma certa noção daquilo que já foi feito, podendo criar a nossa própria arte.
Com que idade nasceu “o bichinho” da leitura? Foi por influência ou iniciativa de alguém?
“O bichinho” da leitura surgiu pouco depois do da escrita. Tinha eu pouco mais de sete anos. quando tal se despoletou. A escola, em si, foi uma grande influência e sempre houve um “je ne sais quoi” de magnífico nos livros que me chamou a atenção…. Não importava se estava na biblioteca da escola básica, nas lojas ou, ainda, na casa de familiares. Lembro de, por exemplo, todas as vezes que eu ia à casa da minha avó, passava horas a deleitar-me sobre os livros do meu tio e que tinham um aspeto impecável de tão bem tratados… Quando ganhei altura suficiente para chegar às prateleiras, folheava-os, cheirava-os, lia algumas passagens mas, no entanto, nunca passava disso. Só muito depois, quando fui para o quinto ou sexto ano e escolaridade, é que ganhei o hábito de requisitar livros, depois, aprendi a comprá-los, e por aí vai…. Atualmente, já conto com uma pequena grande biblioteca pessoal!
Qual foi o livro que mais te marcou na infância?
Para esta, respondo sempre pelos livros d’O Diário de um Banana. Uma vez, na escola, vi uma colega a ler um dos volumes e pedi que me emprestasse, quando pudesse. Quando dei por mim, já havia devorado os que estavam disponíveis na altura e, certamente, jamais posso negar os momentos divertidos e as gargalhadas que dava quando lia cada página destes livros!
Quais são os teus escritores de eleição?
Atualmente, José Saramago, pela ousadia de aplicar nas suas histórias grandes críticas sociais, fazendo uso de uma escrita sensual, inteligente e sarcástica; Anne Bishop, pelos mundos fantasiosos que cria e que são tão palpáveis que voam num estalar de dedos; J. K. Rowling, pelas descrições mirabolantes que nos deixam aturdidos de tão fantásticas; Gabriel Garcia Márquez, pela paixão que nos salta aos olhos, assim que começamos a ler as suas histórias. Acerca deste último, só li “Cem Anos de Solidão”, ainda assim, aposto metade da minha estante em como todas as suas obras são tão maravilhosas quanto aquela que citei.
Já conseguiste influenciar alguém a ler boa literatura, como por exemplo, a nossa literatura?
Não posso responder pela nossa literatura, mas sim, já influenciei umas quantas pessoas a lerem livros. Se eram, ou não, boa literatura, penso que depende dos pontos de vista, das experiências de vida e das expectativas. Na minha opinião, não existe “boa” ou “má” literatura. Existem é pessoas de diversas personalidades e cada livro existe para corresponder com essas personalidades!
Qual o escritor que gostavas de conhecer?
Os que citei na questão sobre os meus escritores de eleição!
A leitura e a escrita sempre andaram de mãos dadas na tua vida?
Sempre. Agora desenvolvendo a resposta da segunda pergunta, eu era demasiado nova quando comecei a escrever. Nas aulas de português, era hábito, as professoras nos pedirem composições, ora a relatar como tinham sido os fins-de-semana, ou de tema livre e nunca me passou, ao lado, o facto de os meus colegas desenvolverem as suas tramas em duas páginas e eu me colocar a viajar por cinco ou seis, sem qualquer problema! Ainda hoje, nos trabalhos para a faculdade ou nos testes de desenvolvimento, eu facilmente me expresso e acredito que tal esteja ligado ao facto de eu ler bastante e escrever sempre que tenho a oportunidade. Isto está cientificamente comprovado mas, no meu caso, eu realmente vi progressos quando passei a ler mais e a tentar aplicar as aprendizagens na minha escrita… Quando tenho bloqueios criativos e não me consigo expressar, recorro sempre aos livros, às minhas publicações antigas, aos textos dos diários e por aí adiante. Costuma resultar, contudo, não é uma regra!
Como nasceu o blog “Imperium by Lyne”? E porque te intitulas de Lyne?
O “Imperium” surgiu porque, honestamente, estava a ficar um pouco saturada da plataforma onde tinha o “A vida de Lyne”, que posteriormente passou a ser “LYNE”. Gosto muito de apostar em mudanças quando reconheço que tal me possa ajudar a progredir e, como tal, quando me sinto empacada com os assuntos blogosféricos, ou mudo o template ou, como aconteceu pela segunda vez, mudo de plataforma. Quanto ao facto de me intitular de Lyne…. Tudo começou quando tinha os meus onze anos e admirava o Bieber… Coisas de adolescente, digamos! Na altura, e não sei se ainda hoje é assim, era comum, a criação de contas de fãs no Facebook, Twitter, etc., e eu não fiquei isenta disso. Para os amigos da escola não me descobrirem, facilmente, eu adotei o Lyne. Fora das redes sociais e da internet, em casa e até ao 10º ano, sempre fui a Carol. É raro ter familiares que me chamem de Carolayne. No décimo ano, tendo escolhido Artes, era-me mais prático assinar os desenhos com “Lyne” e isso gerou, em mim, uma evidência: a Carol era a pessoa de casa e a Lyne era a artista. Quando me comprometi a criar um blogue – e que primeiramente era, somente, sobre literatura! -, foi mais do que óbvio ser a Lyne. Como uma epidemia, acabou por se espalhar e quase toda a gente me chama de Lyne!
Como geres o teu tempo entre a universidade, o blog e outras actividades?
Tudo depende da minha vontade de criar tempo para tanta coisa. Aos olhos dos meus amigos e colegas, sou uma louca por conseguir estudar, ter um blogue, cozinhar e preparar marmitas, ler dois ou três livros por mês, fazer exercício físico e dormir quase oito horas por noite…. A verdade é que tudo isto é possível, porém, devemos definir prioridades e concentrarmo-nos nelas. No início dos semestres, é sempre possível fazer tudo e mais alguma coisa. Mas. com o passar do tempo, torna-se quase impossível continuar com o ritmo inicial, obrigando-nos a abdicar de certas coisas como ,por exemplo, das saídas constantes, da preguiça – que nunca falha, para dizer a verdade –, e como me acontece, sempre, do blogue. Para mim, é impossível escrever quando tenho tanta coisa a acontecer… No entanto, o segredo é planear tudo com antecedência e aproveitar os momentos de inspiração para criar. Eventualmente, existem alguns dias em que não nos apetece fazer nada de tão cansados que estamos e é bom prevenir para estas ocasiões!
Que conselhos darias a quem quer entrar neste grande mundo da blogosfera?
Para terem calma no que toca às expectativas…. Para nunca deixarem de trabalhar nos seus objetivos e que tenham, sempre, em mente aquilo que querem do seu trabalho – e convém que seja algo honesto, verdadeiro e genuíno! E para não terem medo de crescer e refletirem as pessoas que são!
Quais são os teus projetos futuros?
Continuar a estudar, investir na minha arte – tanto a escrita, quanto a pintura, cozinha, fotografia -, e ver até onde chegará o “Movie 36”, o meu projeto de 2018 e que está relacionado com o cinema!
SEL – Qual foi a citação que mais te impressionou?
“Menos a questão da morte, senhor, se não voltarmos a morrer, não temos futuro.” – “As Intermitências da Morte”, de José Saramago.
Para terminar, agradeço imenso pelo facto de se terem lembrado de mim e por me terem convidado para participar disto!
Caso tenham alguma sugestão para um(a) blogger/blogueiro(a) que gostariam que fosse entrevistado por nós, deixem os nomes, abaixo, nos comentários.
Boas leituras!