Depois do Nobel de Literatura, Annie Ernaux terá “O jovem”, o seu mais recente livro publicado no Brasil durante a Flip 2022

Com a tradução da poeta Marília Garcia, a edição brasileira de “O jovem”, de Annie Ernaux, que acabou de ser agraciada com o Nobel de Literatura pela Academia sueca, deve ser lançado durante a realização da Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro, aumentando o número de obras da autora francesa presentes no catálogo da Fósforo Editora.

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\”O jovem\”, de Annie Ernaux
(Trad. Marília Garcia, ed. Editora Fósforo, 56 páginas)

Sinopse:
Se a capacidade de dizer muito com poucas palavras é um traço característico de Annie Ernaux, ela parece ter atingido um dos pontos mais altos da sua produção literária em “O jovem”. Nas breves páginas deste livro magistral, a escritora dá conta de uma miríade de temas e afetos ao rememorar o relacionamento que teve, aos 54 anos, com um estudante trinta anos mais novo.

Como de costume, Ernaux nunca fala de uma só coisa ao escrever. Para além da diferença de idade dos amantes, estão presentes, nesta narrativa, reflexões sobre o desejo feminino, o relacionamento entre pessoas de classes sociais diversas, a passagem do tempo, a memória — individual e coletiva —, a escrita e o papel da mulher na sociedade francesa dos anos 1990, que pouco difere da nossa em certos aspectos.

Absorta pelo romance, Ernaux descreve: “Meu corpo não tinha mais idade. Era necessário o olhar pesado e reprovador de clientes ao nosso lado num restaurante para que eu me desse conta desse corpo. Olhar que, longe de me envergonhar, reforçava minha determinação de não esconder meu relacionamento com um homem ‘que poderia ser meu filho’, enquanto qualquer sujeito de cinquenta anos podia se exibir com uma moça que claramente não era sua filha sem nenhuma reprovação”.

Quando reflete sobre o papel do jovem na sua vida, Ernaux percebe de que não é tanto pelo que trouxe de novo, mas justamente pela repetição, que ele deixou a sua marca: essa dimensão filosófica dos relacionamentos — que já havia sido citada pela autora em “Os anos” com o nome de “sensação palimpsesto” — é destrinchada aqui com a maestria de uma escritora para quem a passagem do tempo acrescenta novas camadas àquilo que ela tem a dizer e à qualidade de sua escrita.

Foto: Annie Ernaux por Ulf Andersen

Sobre a autora:
Nascida em Lillebonne, na Normandia, em 1940, Annie Ernaux estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, sendo formada em Letras Modernas. Atualmente, é uma das vozes mais importantes da literatura francesa, destacando-se por uma escrita onde se fundem a autobiografia e a sociologia, a memória e a história dos eventos recentes. Galardoada com o Prémio de Língua Francesa (2008), o Prémio Marguerite Yourcenar (2017) e os Prémios Formentor de las Letras (2019) e o Nobel de Literatura (2022) pelo conjunto da sua obra, destacam-se os seus livros “Um Lugar ao Sol” (1984), vencedor do Prémio Renaudot, e “Os Anos” (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional.

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes no Brasil:
**“O Jovem”, de Annie Ernaux (Editora Fósforo, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/jovem-Annie-Ernaux/dp/6584568423
** Obs: Livro em pré-venda. Envio a partir de 18.11.2022.

Boas leituras!

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