Thomas Olde Heuvelt e a sua relacão com o medo, enquanto elemento de ligação entre as pessoas

Aclamado pelo incomparável Stephen King, Thomas Olde Heuvelt está no Brasil para promover “Hex”, um livro publicado, recentemente, pela DarkSide Books e que está a conquistar os leitores das terras do samba.

Se por um lado, as histórias de terror são universais, por outro, poucos autores têm a coragem de adaptar as suas obras, em busca de uma maior empatia com o seu público-alvo, sobretudo, quando ele é oriundo de outros países.

Certamente, esse é um dos factores que contribui para o estrondoso sucesso de “Hex”. A decisão foi tomada pelo autor holandês, aquando da publicação do seu livro de estreia, fora dos domínios do seu país.

Publicada, originalmente, em 2013, na Holanda, esta narrativa está ambientada na pequena cidade de Beek. Todavia, na versão publicada nos EUA, editada em 2016, pela Tor Books, a cidade passou a ser Nova Iorque. Aliás, para ser mais preciso, Heuvelt reescreveu este thriller, alterando, inclusivé, o seu final. No que diz respeito à tradução para a língua inglesa, ela ficou a cargo de Nancy Forest-Flier, uma tradutora norte-americana que vive e trabalha nos Países Baixos.

Independentemente da mudança dos nomes, da cidade onde decorre a acção principal e dos aspectos culturais terem sido adaptados, a essência manteve-se inalterada: uma pequena cidade está amaldiçoada por uma bruxa há mais de 300 anos. Tudo aconteceu quando ela foi perseguida e torturada pela Inquisição. Nos dias de hoje, com os olhos e a boca costurados, e correntes amarradas aos membros, ela vagueia pela cidade e os moradores da região utilizam uma app para a seguir e, assim, evitar que novas pessoas entrem em contato com ela, o que. a acontecer, pode ser fatal.

Entretanto, a adaptação para os EUA não apagou os traços holandeses, uma vez que a “Big Apple” foi uma ex-colónia holandesa: “Também deixei nos personagens o jeito prático e natural que os holandeses lidam com o sobrenatural”. Heuvelt realçou, do mesmo modo que “não temos muitas superstições e crenças, por isso, quis manter esse registo. Eles estão acostumados com essa mulher aterrorizante, e não têm medo”. Se estendermos isto ao resto do mundo, onde o Brasil está, obviamente, incluído, o autor acredita que é o medo é o que conecta as pessoas.

Em declarações ao Estadão, Thomas Olde Heuvelt contou como surgiu a ideia de internacionalizar “Hex”: “Depois de publicar, tive uma reacção muito boa dos leitores, na Holanda, e quis fazer isso no resto do mundo”, e acrescentou, também, aquela que, para ele, é a receita perfeita para assustar os leitores: “Para assustar bem o seu leitor, você precisa criar um senso de familiaridade para deixá-lo confortável”.

No entanto, há um dado curioso; Para escrever este thriller de horror, o autor levou, somente, 4 meses. Contudo, quando surgiu a oportunidade de o adaptar para o povo americano, no qual houve a necessidade de o reescrever, juntamente, com a editora, o processo levou um ano. E como se tudo isto já não fosse, no mínimo, incrível, “Hex” tornou-se num marco importantíssimo para a sua carreira, visto que foi o seu primeiro a ser traduzido para inglês. Todos os seus outros foram escritos, unicamente, em holandês.

Assim sendo, após a publicação do livro no país de King, a próxima paragem foi o Reino Unido. Lá, “Hex”, foi publicado pela célebre Hodder & Stoughton, a editora britânica que distribui os livros do seu maior ídolo.

Na verdade, a editora enviou a obra e ela chegou às mãos de Stephen King. Mesmo assim, para o autor que o admira, desde criança, foi algo incomum: “Foi bizarro! A minha editora, no Reino Unido, enviou o livro para ele, porém, disse-me para não ter muitas esperanças, pois, ele só tuíta sobre coisas que ele realmente gosta”, sublinhou Heuvelt, aos risos, tentando disfarçar o orgulho. “Eu sabia que era no estilo dele, mas não dava para saber se ele iria gostar.”

Nem nos seus melhores sonhos, Thomas sonhou que as palavras do seu mestre seriam tão elogiosas. Segundo um dos maiores autores da actualidade: HEX é “totalmente brilhante e original”.

Qualquer fã de Stephen King sabe que são incontáveis, as adaptações, já realizadas, para o cinema, teatro, séries televisivas, entre outros formatos.

Bem, o thriller de Thomas Olde Heuvelt vai seguir o mesmo caminho, pelas mãos de Gary Dauberman, o mesmo guionista que adaptou “It”, um dos maiores clássicos escritos pelo mestre do horror. Os direitos para a adaptação televisiva e para a sétima arte foram adquiridos pela Warner Bros.

Actualmente o escritor trabalha a dar consultoria para a série, cujas filmagens devem começar nos próximos meses. Na sua opinião, a narrativa, por ele escrita, deve ser adaptada, inteiramente, numa única temporada. Se, por acaso, houver uma segunda, ela será da responsabilidade dos guionistas.

Por fim, se nos focarmos nas vendas do livro, em terras de Vera Cruz, “Hex” já lidera o top dos livros mais vendidos, na Amazon, na categoria de terror.

Seguem, abaixo, as datas e os locais onde o autor vai estar presente para autografar os exemplares de “Hex” e falar com os leitores brasileiros, claro:

Porto Alegre:
08/06: Discurso de abertura do Odisseia, 19h
(Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo)

09/06: Sessão de autógrafos no Odisseia, 16h
(Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo)

10/06: Sessão de autógrafos no Odisseia, 14h
(Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo)

Rio de Janeiro;
13/06: Sessão de autógrafos no Espaço Cultural Olho da Rua, 19h
(Rua Bambina, 6 – Botafogo)

Não deixe de aproveitar esta oportunidade única!

Foto: Thomas Olde Heuvelt por Valéria Gonçalvez

Boas leituras!

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