A Planeta de Livros Brasil, que integra o gigante editorial espanhol Grupo Planeta, demitiu o seu diretor editorial, Cassiano Elek Machado, de forma repentina, com a justificação de precisar de fazer uma reestruturação da casa editorial.
À frente das decisões editoriais da Planeta há já oito anos, o editor afirma que soube do encerramento do seu contrato de trabalho através de uma videoconferência com José María Calvín, diretor-geral da multinacional que tem presença em boa parte dos países hispânicos, sendo que, nesse momento, ouviu do ex-chefe somente que a Planeta tinha outros planos.
Para já, a editora ainda não tem detalhes sobre o futuro da sua operação ou um eventual substituto para ocupar a vaga deixada por Cassiano Elek Machado.
Na altura da sua chegada para assumir o comando da editora, depois de ter deixado o cargo que desempenhava na editoria da Ilustríssima, no jornal Folha de São Paulo, a Planeta tinha três chancelas editoriais. Atualmente, já são nove.
Além disso, de forma a fortalecer o catálogo do grupo, angariou autores que são sucessos perante o público como a poeta Rupi Kaur, que é um fenômeno de vendas num formato de raro sucesso comercial.
A ela, também se juntou o educador Mario Sergio Cortella, que se tornou num bestseller nas mãos de Machado, seu ex-aluno.
“Mais que um livro ou outro, o que me orgulha é o conjunto do trabalho, ter conseguido desenvolver tantas linhas editoriais consistentes.”
– Cassiano Elek Machado, editor
No ponto de vista de Machado, a questão não se explica pela crise financeira, até porque a Planeta estava a expandir a sua fatia do setor de livros e tinha superado as metas orçamentárias que haviam sido estabelecidas para este ano.
Agora, o editor revelou estar no processo de cancelar cerca de 60 reuniões que tinha marcadas na Feira de Frankfurt, a maior do mundo, que começa na próxima semana e para a qual já tinha passagem aérea comprada.
Adicionalmente, um dos autores mais promissores lançados durante a gestão de Cassiano Elek Machado, pela Tusquets Editores, está de saída da Planeta, já que, a partir de 2023, o francês Édouard Louis vai passar a ser editado pela Editora Todavia. As duas primeiras obras do autor serão os inéditos “Qui A Tué Mon Père”, ou quem matou meu pai, e “Combats et Métamorphoses d’une Femme”, combates e metamorfoses de uma mulher, que fala sobre a mãe do autor.
Por fim, para 2024 e 2025, a Editora Todavia pretende reeditar os sucessos “O Fim de Eddy” e “História da Violência”, além de trazer mais um inédito, “Changer: Méthode”, que é um diálogo com Ken Loach.
Foto: Cassiano Elek Machado por Bruno Poletti;
Boas leituras!