C.J. Tudor: A autora que ninguém queria publicar e que, aos 46 anos, recebeu elogios de Stephen King

Empregada de mesa, operadora de caixa, jornalista estagiária, voz-off, autora de textos para rádio, apresentadora de televisão, redactora publicitária e, por fim, desde os 46 anos, uma escritora publicada. C. J. Tudor estava prestes a desistir da sua grande paixão, a escrita, quando publicou “O Homem de Giz”, o seu thriller de estreia, que conquistou Stephen King, com alguns traços que nos fazem lembrar “It”, um dos maiores clássicos do romancista norte-americano. Durante anos a fio, a autora britânica, residente em Nottingham, enviou os seus manuscritos para diversas editoras. Contudo, as rejeições acumulavam-se, dado que ninguém a queria publicar.

Durante 10 anos, Caroline Jane Tudor ou, como prefere assinar, C. J. Tudor, acalentou o sonho de ser uma autora publicada, uma vez que, embora goste de escrever, desde criança, só por volta dos 30 anos é que começou a escrever, como a própria referiu, numa entrevista ao Jornal i, mais a sério.

Enfrentou inúmeras rejeições e, ao mesmo tempo que escrevia, passeava cães para ganhar a vida e tomava conta da sua filha, para além de todas as profissões que já desempenhou: empregada de mesa, operadora de caixa, jornalista estagiária, voz-off, autora de textos para rádio, apresentadora de televisão e redactora publicitária.

Enquanto escrevia o seu primeiro thriller, grande parte do processo de escrita acontecia muito cedo de manhã ou ao final da noite, uma vez que, nessa época, tinha que cuidar da filha e passear cães, para ganhar a vida. “Uma pessoa normal tem de ter um trabalho a tempo inteiro; por isso, para se escrever, é preciso criar tempos. Mas quando se gosta mesmo de escrever… Já tentava publicar há cerca de dez anos. Não conseguia não escrever.”, confessa.

Sobre o seu processo de escrita, a autora declara que é “instintivo. Eu tenho uma ideia e começo a escrever. Além disso, eu não planeio e a história evolui enquanto escrevo, trazendo-me, frequentemente, muitas diversões inesperadas ao longo do caminho. Para mim, isso é divertido e interessante. Se eu tentasse traçar, ficaria entediada, antes de começar. Às vezes, tenho uma vaga ideia do final. Outras vezes, surge-me no meio do processo.

Quando enviou o manuscrito de “O Homem de Giz”, as suas expectativas eram baixas, como sempre acontecia. Nessa altura, Tudor, dizia para si: “Será incrível se alguma editora o quiser, mas o mais provável é que fique desapontada.” Realça que saber que o seu thriller iria ser publicado, “foi uma mudança enorme. Por isso sinto-me verdadeiramente privilegiada e não tomo nada disto por garantido.” Em suma, considera que “todo este caminho tem sido muito, muito estranho e excitante desde então”.

Afirma, de forma clara que esta narrativa foi a sua última tentativa para se tornar escritora. Quanto à sua paixão pela escrita, surgiu cedo, ainda que essa vontade tenha desvanecido, um pouco, quando estava na casa dos 20 anos. Um dos seus motivos para desistir era o avançar da idade. Nas suas palavras, “Se este livro não funcionar, talvez continue a escrever apenas como hobby, talvez não tente publicar mais”– até porque já tinha tentado muitas vezes. Por essa razão, “tenho de aceitar que não vai acontecer.” Mas aconteceu, felizmente!

No que toca à sua formação como escritora, diz que aprendeu sozinha. Acabou por deixar a escola quando tinha 16 anos e revelou, sem qualquer problema, que não era uma aluna brilhante. Curiosamente, o seu professor de Inglês sempre a incentivou a escrever. Ele dizia; “Se não te tornares uma autora de bestsellers vou ficar muito desapontado.” Três décadas depois, ela conseguiu.

Fã de Stephen King, admitiu que. em criança, leu muitos dos seus livros e continua a fazê-lo na fase adulta. Tudo começou quando tinha 12 anos, depois de ter requisitado, numa biblioteca local, um exemplar de “Christine”. Para ele, os livros dele são uma parte massiva da minha vida e uma enorme inspiração.

Tudor estava no comboio quando, de repente, recebeu um tweet de Stephen King a elogiar “O Homem de Giz”. “Eu saltei e gritei: ‘Inferno sangrento’, o que provocou o divertimento dos restantes passageiros”. Talvez seja um clichê, mas o meu sonho tornou-se realidade.

Na sua opinião, “O Iluminado”, de Stephen King, é o seu livro favorito, visto que “é um clássico e não me canso de o reler”.

 Foto: C. J. Tudor por Mariline Alves

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Sobre a autora:
C. J. Tudor é natural de Salisbury e cresceu em Nottingham, onde ainda vive com o companheiro e a filha pequena. O seu amor pela escrita, em especial pelo macabro e pelo sinistro, manifestou-se desde cedo. Enquanto os jovens da sua idade liam Judy Blume, ela devorava as obras de Stephen King e de James Herbert. “O Homem de Giz” foi o seu primeiro livro. A ele, seguiu-se “Levaram Annie Thorne”.

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Levaram Annie Thorne”, de C. J. Tudor (Editorial Planeta PortugalWOOK):
https://www.wook.pt/livro/levaram-annie-thorne-c-j-tudor/22913565
“O Homem de Giz”, de C. J. Tudor (Editorial Planeta Portugal, WOOK):
https://www.wook.pt/livro/o-homem-de-giz-c-j-tudor/21291952

Leitores residentes no Brasil:
“O que aconteceu com Annie”, de C. J. Tudor (Editora IntrínsecaLivraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/a1dTravessa3c8f3-089a-4756-a41c-6568e…
“O Homem de Giz”, de C. J. Tudor (Editora Intrínseca, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/f48cade5-baa7-4eea-a2b1-10a41…

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Boas leituras!

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