Mais de 30 anos de terrorismo da ETA, no País Basco, deram origem a uma das narrativas de maior sucesso da literatura espanhola contemporânea. “Pátria” de Fernando Aramburu, que já vendeu mais de 1 milhão de exemplares no seu país de origem e já foi editada em vários países, nomeadamente, em Portugal, pela Dom Quixote, e no Brasil, pela Editora Intrínseca, vai chegar, em 2020, em forma de série televisiva, tornando-se, desta forma, na primeira produção de “nuestros hermanos” a chegar à HBO.
A divisão europeia da produtora audiovisual já divulgou a data de estreia de “Pátria”, a sua primeira série original espanhola. O mês da estreia será Maio de 2020. As filmagens da série de oito episódios, cada um deles com uma hora de duração, aconteceram, maioritariamente, em diversas cidades, no País Basco, que sofreram ataques similares aos que são descritos no livro.
No enredo, Bittori (Elena Irureta) vê-se obrigada a deixar a vila em que cresceu após o marido, Txato (José Ramón Soroiz), ser assassinado, à porta de casa pelo grupo separatista da ETA. Anos mais tarde, quando o grupo cessa a luta armada, Bittori decide regressar, apesar de contrariar os filhos, Xavier (Iñigo Aranbarri) e Nerea (Susana Abaitua).
Na vila, permaneceram Miren (Ane Gabarain), uma amiga de longa data de Bittori, que se radicalizou após o filho Joxe Mari (Jon Olivares) se juntar ao grupo –, seu marido, Joxian (Mikel Laskurain), e seus filhos Gorka (Loreto Mauleón) e Arantxa (Eneko Sagardoy).
Os destinos das famílias vão voltar a cruzar-se novamente, e as duas precisarão de encarar os erros do passado. Através de uma narrativa que alterna passado e presente, com uma gama de personagens complexos, Fernando Aramburu constrói um retrato vívido dos traumas de um país dividido pelo fanatismo.
Para o peruano Mario Vargas Llosa, autor de obras como “As Travessuras da Menina Má” e “A Festa do Chibo”, entre muitas outras, vencedor do Nobel de Literatura em 2010, #há muito tempo que não lia um livro tão convincente e tocante, tão inteligentemente concebido”.
A edição portuguesa, que possui 720 páginas, traduzidas por Cristina Rodriguez e Artur Guerra, foi publicada em Março de 2018. Quanto à edição brasileira, o livro foi o escolhido do mês de Julho pelo Intrínsecos, o clube de assinatura de livros da Editora Intrínseca, tendo chegado a 18 de Setembro às livrarias, numa edição de 512 páginas que contou com a tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht.Por fim, é importante salientar que o livro venceu o Prémio Nacional da Crítica em Espanha e o Prémio Giuseppe Tomasi di Lampedusa International.
Foto: David Herranz; Fonte: HBO España
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Sobre o autor:
Fernando Aramburu (San Sebastián, 1959) licenciou-se em Filologia pela Universidade de Saragoça e em de 1985 mudou-se para a Alemanha, onde trabalhou como professor de Espanhol. Foi membro do Grupo CLOC de Arte y Desarte, fundado em 1978 em San Sebastián, que reunia jovens escritores bascos. Considerado um dos escritores mais destacados de sua geração, foi galardoado com vários prémios literários, entre eles o Prémio Ramón Gómez de la Serna, 1997 e o Prémio Euskadi, 2001. É, também, autor dos romances Fuegos con limón (1996), Los ojos vacíos (2000), El trompetista del Utopía (2003) e Bami sin sombra (2005) bem como da prosa curta El artista y su cadáver, do conto infantil Vida de un piojo llamado Matías (2004) e dos livros de relatos No ser no duele e deste Os Peixes da Amargura, vencedor dos Prémios Mario Vargas Llosa NH, Dulce Chacón e do Premio Real Academia Española.
Sugestões de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Pátria”, de Fernando Aramburu (Dom Quixote, WOOK):
https://www.wook.pt/livro/patria-fernando-aramburu/21502206
Leitores residentes no Brasil:
“Pátria”, de Fernando Aramburu (Editora Intrínseca, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/patria/artigo/a6ba4e25-d677-4999-a56a-408cb5697dac
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