A edição francesa de \”O Bairro\”, de Gonçalo M. Tavares, que reúne os 10 livros da série, está a surpreender a crítica literária daquele país

Aquando da atribuição do Prémio José Saramago a este importante autor português, o único nobel da literatura de língua portuguesa declarou: \”Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos: dá vontade de lhe bater!\”. Nas palavras de Saramago, Tavares seria um excelente candidato a vencer um Nobel se, porventura, houvesse outro autor que escrevesse na língua de Camões a conseguir esse extraordinário feito. Agora, \”O Bairro\”, o seu projeto de escrita mais longo foi publicado num único volume de 798 páginas, em França, traduzido por Dominique Nédellec, com ilustrações de Rachel Caiano e prefácio de Mathias Énard, autor publicado em Portugal pela Dom Quixote. Para a crítica literária francesa, o autor é considerado “o Gaudí da linguagem”.

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Fonte: Éditions Viviane Hamy

De acordo com a Relógio d\’Água, editora responsável pela reedição da vasta produção literária de Gonçalo M. Tavares, que está a reeditar os livros desta série, a edição francesa conta com um prefácio de Mathias Énard, “um dos mais importantes escritores franceses, que escreve que, tal como a Saramago, também a ele lhe apetece bater em Gonçalo M. Tavares”.

Publicado com o título \”Le Quartier, Les Messieurs\” (\”O Bairro, Os Senhores”, se fizermos uma tradução directa), este volume compila a dezena títulos da colecção “O Bairro”, cada um dedicado a um “senhor” homónimo de um grande escritor: \”O Senhor Valéry\” (vencedor do Prémio Branquinho da Fonseca), \”O Senhor Henri\”, \”O Senhor Brecht\”, \”O Senhor Juarroz\”, \”O Senhor Kraus\”, \”O Senhor Calvino\”, \”O Senhor Walser\”, \”O Senhor Breton\”, \”O Senhor Swedenborg\” e \”O Senhor Eliot\”.

No jornal L\’Observateur, Didier Jacob considera Gonçalo M. Tavares “o Gaudí da linguagem” e acrescenta sobre \”O Bairro\”: “o grande romancista português trabalha há vinte anos nesta catedral única, onde o único culto prestado é à literatura, e com um humor surpreendente, uma erudição jocosa e uma doçura incomparável”.

Para Gladys Marivat, do Le Monde des Livres, Gonçalo M. Tavares é o “prodígio das letras portuguesas” e o “seu Bairro” é “um dos raros locais onde as restrições devidas ao coronavírus ainda nos permitem viajar”.

Nas palavras de Christine Marcandier, do Diacritik, esta é “uma série literária, aventura textual e gráfica. Os inclassificáveis e indispensáveis Senhores são uma delícia de ler, um resumo de risos filosóficos, absurdos mas tão lógicos, insolentes de exactidão e ‘charme elegante’, um olhar único sobre a barbárie do mundo contra o qual só a inventividade literária pode lutar”.

“Um tributo picante à literatura, como uma micro-utopia de papel para nos protegermos do mundo.” – Bernard Quiriny, escritor e crítico literário belga

“Um projecto maluco, este mundo de sonho, este bairro maravilhoso de Gonçalo M. Tavares.” – Augustin Trapenard. jornalista cultural e crítico literário francês

“Um bairro muito real, pois fica na cabeceira de Gonçalo M. Tavares.” – Alain Nicolas. antropólogo

Os livros de Gonçalo M. Tavares foram originalmente publicados pela Editorial Caminho. No entanto, atualmente, estão a ser editados pela Relógio D\’Água, tendo sido já publicados \”O Senhor Walser\” e \”O Senhor Brecht\”, aos quais se acrescentará, em breve, \”O Senhor Swedenborg\”, seguindo-se depois outros títulos.

Foto: Gonçalo M. Tavares por Ana Baião

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Sobre o autor:
Nasceu em 1970. Desde 2001, Gonçalo M. Tavares publicou livros em diferentes géneros literários e está a ser traduzido em mais de 50 países. Os seus livros receberam vários prémios em Portugal e no estrangeiro. Com “Aprender a rezar na Era da Técnica” recebeu o Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França), prémio atribuído antes a Robert Musil, Orhan Pamuk, John Updike, Philip Roth, Gabriel García Márquez, Salman Rushdie, Elias Canetti, entre outros. Alguns outros prémios internacionais: Prémio Portugal Telecom 2007 e 2011 (Brasil), Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália), Prémio Belgrado 2009 (Sérvia), Grand Prix Littéraire du Web – Culture 2010 (França), Prix Littéraire Européen 2011 (França). Foi também por diferentes vezes finalista do Prix Médicis e Prix Femina. “Uma Viagem à Índia” recebeu, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela APE 2011. Os seus livros deram origem, em diferentes países, a peças de teatro, dança, peças radiofónicas, curtas-metragens e objetos de artes plásticas, dança, vídeos de arte, ópera, performances, projetos de arquitetura, teses académicas.

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
\”O Senhor Walser e a Floresta\”, de Gonçalo M. Tavares (com posfácio de Alberto Manguel, Relógio D\’Água, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-senhor-walser-e-a-floresta-goncalo-m-tavares/22005
\”O Senhor Brecht e o Sucesso\”, de Gonçalo M. Tavares (Relógio D\’Água, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-senhor-brecht-e-o-sucesso-goncalo-m-tavares/22005522

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Boas leituras!

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