Considerada como um dos novo fenómenos da Netflix, a série francesa \”Lupin\” estreou a bater recordes no ecrã… e não só. Com o sucesso da adaptação moderna da história clássica do ladrão Arsène Lupin, escrita poelo autor francês Maurice Leblanc, os livros originais voltaram aos tops de venda por todo o mundo impulsionados pela curiosidade dos fãs.
No século passado, os livros de Arsène Lupin tornaram-se um marco na cultura literária. O personagem foi introduzido, no ano de 1905, em contos publicados numa revista francesa e o sucesso foi tal que o romancista Maurice Leblanc (1864-1941) acabou por escrever 17 livros, 39 novelas e várias outras histórias, publicadas numa série que originou 24 livros. Infelizmente, neste momento, não existem edições portuguesas recentes do livro; as últimas, publicadas em 2012 e 2015, estão atualmente descontinuadas.
A série da plataforma de streaming faz uma homenagem às histórias clássicas do autor, apresentando uma versão moderna da sua personagem, o que faz com que seja uma adaptação indirecta. Esta adaptação moderna do Ladrão de Casaca conta a história de Assane Diop, uma personagem que ganha vida através do ator Omar Sy, que é um ladrão astuto e cheio de truques na manga e cresceu a ler as aventuras de Arsène.
Diop vai à procura de respostas para o que aconteceu ao seu pai que, um quarto de século antes, fora acusado de um crime que não cometeu. Para tal, inspira-se na história e nos feitos do gentleman thief, criando um pseudónimo que é, na realidade, um anagrama do nome de Arsène Lupin – Paul Sernine. O livro aparece mesmo na série, tornando-se numa das chaves para a tentativa de resolução do mistério em que o roubo de um colar milionário está envolto.
As histórias do anti-herói francês, clássicos da literatura policial que já foram adaptados pela sétima arte e para a televisão, de forma mais literal, por diversas vezes, voltaram às luzes da ribalta com o sucesso estrondoso da nova série na Netflix. Em França, o país natal, as obras dispararam para os tops de venda nacionais e foi até lançada uma nova edição, com um aspeto mais parecido à versão do livro que aparece na adaptação produzida pela Netflix.
Na site francês da Fnac, há duas edições do livro entre os 10 mais vendidos, e ocorre o mesmo na Amazon, que tem a nova edição e outra mais antiga em quarto e quinto lugares na lista. Adicionalmente, é curioso verificar que isto se mantém, apesar da série já ter sido lançada há mais de 10 dias, a altura em que estiveram no pódio.
Naturalmente, a curiosidade dos espectadores e leitores não disparou somente em França. Noutros países, especialmente na Europa, as aventuras de Arsène estão também entre os livros mais populares nos últimos dias. Em Espanha, aqui ao lado, encontra-se em 15.º na Amazon, neste mometo. Se olharmos para as terras de Sua Majestade, Isabel II, onde existe uma grande tradição em termos de literatura policial, basta que nos lembremos de Agatha Christie e Sir Arthur Conan Doyle, entre outros, a editora Penguin Random House ressalta este clássico como o trending book desta semana. Além disso, a tendência expandiu-se também a territórios como os Estados Unidos ou, até mesmo, a Coreia do Sul.
Foto: Divulgação
Sobre o autor:
Nascido em Rouen, no ano de 1864, Maurice Leblanc, que era filho de um construtor naval, cedo se dedicou à escrita. Para ser mais exacto, o seu género de eleição era a literatura policial. Nesse sentido, escreveu romances policiais e livros de aventuras centrados na figura de Arsène Lupin. Estes alcançaram um grande sucesso junto dos leitores, em particular nos países de língua francesa. Embora se tenha formado em Direito, nunca exerceu, e a escrita era a sua única atividade, tendo chegado a colaborar com diversos jornais. Faleceu em 1941.
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Boas leituras!