A viver um momento de atração pelas narrativas que são protagonizadas por personagens jovens adultos, nomeadamente \”Pessoas Normais\”, de Sally Rooney, a autora Carolina Belisario, que é a convidada desta entrevista descontraída, escreveu o conto “Como se desapaixonar do melhor amigo?”, publicado na Amazon, inspirada pelas suas próprias vivências pessoais. Venham conhecê-la melhor.
I – Origens & Hábitos de Leitura
SEL – Como se tornou leitora?
Carolina Belisario – Desde criança, sempre fui incentivada à leitura pelos meus pais. Foi um processo que virou hábito na minha vida. Além disso, as escolas onde estudei também incentivaram bastante.
SEL – Na sua família, tem alguém que goste de ler?
Carolina Belisario – Sim, claro! No geral, todo mundo gosta. Uns mais e outros menos, confesso. Mas, vira e mexe, tem um livro novo na estante.
\”Lembro que fiquei encantada lendo “Menina Bonita do Laço de Fita”, de Ana Maria Machado. Eu devia ter uns seis anos de idade.\” — Carolina Belisario
SEL – Tem algum género literário e algum(a) autor(a) favorito(a)?
Carolina Belisario – Não tenho gênero ou autor favorito, mas, atualmente, estou gostando muito de histórias com personagens jovens adultos que vivem conflitos internos. E, nesses livros, a jornada de autoconhecimento é o que engrena o enredo. Um exemplo é “Pessoas Normais”, de Sally Rooney. Assisti a série e agora estou devorando o livro.
SEL – Num mundo cada vez mais globalizado, como vê o aumento de produção de e-books?
Carolina Belisario – Eu acho ótimo, o e-book possibilita a publicação de autores independentes de forma mais econômica, o menor custo do produto também incentiva o consumo de livros. Além da praticidade e economia de papel e espaço, por exemplo. Mas acredito que o aumento da produção de e-books não diminui de forma considerável as vendas dos livros físicos, sabe? Muitas pessoas ainda amam e fazem questão do livro em mãos. Eu mesma adoro o cheirinho de livro novo e ter uma coleção na estante para chamar de minha. Gosto e consumo os dois tipos, um não anula o outro, na minha opinião.
III – Os primeiros passos na escrita
\”A escrita surgiu como uma necessidade de extravasar sentimentos e criatividade. Aos quinze anos, eu já tinha um grande repertório de leituras e comecei a discordar de algumas escolhas dos autores. Eu lia uma cena e pensava: «Nossa, como assim? Eu não escreveria desse jeito!». E aí fui percebendo que poderia criar minhas próprias histórias também, como uma forma de diversão, terapia e criatividade.\” — Carolina Belisario
SEL – Tem algum ritual que você faz antes de começar escrever?
Carolina Belisario – Olha, confesso que não tenho um ritual específico. No entanto, muitas vezes, costumo escutar uma música que seja compatível com o clima do capítulo que vou escrever. Escuto a canção, várias vezes, fecho os olhos, imagino os personagens e respiro fundo. Assim, consigo entrar no clima daquela história.
IV – Carreira como escritora
\”Se leve a sério e seja fiel ao que você quer. Esse é um conselho que daria para quem quer se tornar escritor.\” — Carolina Belisario
SEL – O que gostaria de ter sabido antes de ter começado a sua carreira?
Carolina Belisario – Na verdade, nada, sendo muito sincera. Tudo o que aprendi desde 2010, tendo diversos erros e acertos nessa jornada, só moldou quem sou hoje.
V – Como se desapaixonar do melhor amigo?
SEL – Como e quando é que surgiu a ideia para escrever “Como se desapaixonar do melhor amigo?”?
Carolina Belisario – Eu estava no terceiro ano do ensino médio e tive uma paixão platônica por um amigo. Esse sentimento me inspirou e tive a ideia de escrever um livro baseado nessa experiência. Infelizmente, não terminei essa história, mas quando surgiu o concurso de antologia da Editora Sinna, com a temática de amizade, transformei a ideia do livro num conto. Fui uma das selecionadas do concurso e tive a publicação física dessa história.
SEL – Como é que organizou as ideias para escrever este livro? Fez um outline, esquemas, construiu uma linha temporal?
Carolina Belisario – Como foi um conto, com um limite específico de palavras, tive que fazer um planejamento do tipo de história que queria/daria para contar. Depois de ter definido o arco da personagem principal, a Giovanna, fui definindo as cenas. Por ser uma estrutura linear, não tive muitas dificuldades na organização. Além disso, por ser inspirada numa experiência que tive no colégio, a criatividade sempre esteve a meu favor. Por já conhecer os sentimentos e os cenários, tudo fluiu de maneira orgânica. Com todas as definições, finalmente, escrevi as cenas, sempre fazendo adequações devido à limitação de palavras.
SEL – Em que momento é que você decidiu o título deste livro? Antes de escrever, durante a escrita ou apenas com o manuscrito pronto?
Carolina Belisario – Decidi o título antes de ter a ideia de escrever o conto. “Como se desapaixonar do melhor amigo?” era um questionamento que eu me fazia quase todos os dias no terceiro ano do ensino médio. A partir desse desconforto, achei que poderia ser um ótimo título para algum conteúdo, posteriormente. E, por fim, virou título do conto.
SEL – Quanto tempo demorou a escrever “Como se desapaixonar do melhor amigo?”?
Carolina Belisario – Devido ao prazo de inscrição do concurso da Editora Sinna, eu tinha cerca de um mês para finalizar a escrita do conto. Contudo, acho que demorei umas duas semanas para escrever e revisar toda a história.
VI – Publicação
SEL – Porque decidiu publicar o livro na Amazon?
Carolina Belisario – Depois do período de vigência do contrato com a Editora Sinna ter finalizado, decidi publicar, de forma independente, o meu conto “Como se desapaixonar do melhor amigo?”. Fiz algumas pesquisas e, por ser uma história curta, a Amazon foi a melhor plataforma encontrada para essa publicação. Assim, foi uma forma que encontrei de realizar a primeira publicação solo, além de dar uma sobrevida à história.
SEL – Qual é a fase do processo de lançamento que mais te empolga?
Carolina Belisario – No caso específico do conto, que foi a primeira experiência que tive com publicação independente, o que mais me empolgou foi a produção da capa. Como era muito importante para mim ter uma mulher negra na capa, convidei uma amiga para ser a modelo. Para mim, esta questão tinha um grande significado. Queria me ver representada na capa e queria que outras mulheres também se sentissem representadas. Teve fotógrafa, maquiadora e produtores nesse processo. Foi um dia bem divertido, as fotos ficaram lindas e escolher uma delas para ser a capa foi uma tarefa difícil, mas gratificante.
SEL – Como é que tem sido o feedback?
Carolina Belisario – O feedback tem sido ótimo, ver a reação das pessoas ao ler uma história minha é lindo e gratificante demais. Muitos comentaram que se viram na Giovanna e no Arthur, personagens principais do conto. Outros se identificaram com os sentimentos típicos da adolescência e tiveram uma sensação boa de nostalgia. Também recebi mensagens de pessoas que queriam uma história maior (risos). Fiquei muito feliz com tudo. Isso, sem dúvida, me motivou a continuar escrevendo ainda mais.
SEL – Para terminar, o que diz o seu “eu literário”, neste momento?
Carolina Belisario – Neste momento, estou focando na publicação independente da versão do “Como se desapaixonar do melhor amigo?” em inglês. Quero que ainda mais pessoas conheçam a história de amor platônico da Giovanna.
Foto: Carolina Belisario/Divulgação
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Boas leituras!
Oi, Luís.
Muito obrigada pelo convite e carinho. Adorei a entrevista, linda demais! Seu trabalho é incrível. Vida longa ao blog!
Um beijo grande,
Carolina Belisario.