Depois da minissérie \”Todo dia a mesma noite\”, outra adaptação audiovisual baseada na obra de Daniela Arbex, chega à Netflix, a partir de amanhã, o documentário \”Holocausto brasileiro\”, adaptado do livro homônimo \”Holocausto brasileiro\”,, publicado em solo brasileiro pela Editora Intrínseca.
No livro, a jornalista investigativa relata as condições desumanas a que eram submetidos os pacientes do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido como Colônia, onde mais de 60 mil pessoas morreram entre as décadas de 1960 e 1980. A escritora, que acaba de lançar Longe do ninho também pela Intrínseca — obra que investiga o incêndio que matou dez adolescentes no Ninho do Urubu em fevereiro de 2019 —, dirigiu o documentário juntamente com Armando Mendz.
Originalmente lançada em 2016, em mais de 40 países, a adaptação foi produzida pela HBO e é fruto de um trabalho de apuração da jornalista. O livro que a baseou — o qual ganhou nova edição pela Intrínseca em 2019 — conta com depoimentos de sobreviventes e ex-funcionários da instituição, que permaneceu em pleno funcionamento até o início da década de 1980.
Na obra, Arbex narra como o Colônia se tornou um depósito para aqueles que viviam à margem da sociedade: homossexuais, prostitutas, mães solo, meninas violentadas pelos patrões, pessoas em situação de rua e mulheres que tinham perdido a virgindade antes do casamento. No manicômio, os pacientes, que muitas vezes nem sequer recebiam diagnósticos, perambulavam nus e eram forçados a ingerir ratos, esgoto e urina, além de dormirem sobre o feno e serem submetidos a sessões de eletrochoques. As torturas aconteciam com o consentimento do Estado, de médicos, dos funcionários e da sociedade.
Eleito como o melhor livro-reportagem de 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte e segundo colocado na mesma categoria do Prêmio Jabuti em 2014, \”Holocausto brasileiro\” transformou-se num marco do jornalismo investigativo ao retratar um capítulo lamentável da história do Brasil.
Foto: Daniela Arbex por Leo Aversa
Sobre a autora:
Nascida a 19 de abril de 1973, em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, Daniela Arbex é autora do best-seller “Holocausto brasileiro”, reconhecido como Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e o segundo melhor Livro-Reportagem no Prêmio Jabuti (2014). O livro foi adaptado para um documentário pela HBO. Em 2015, lançou “Cova 312”, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Livro-Reportagem (2016). Também é da sua autoria, “Todo dia a mesma noite”, livro de 2018 que narra a história não contada da boate Kiss, que foi adaptada para minissérie, “Os Dois Mundos de Isabel”, \”Arrastados\”: onde desvenda os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, e \”Longe do Ninho\”, um livro sobre o incêndio que vitimou 10 jovens no Ninho do Urubu em 2019. Foi eleita a melhor repórter investigativa do Brasil, em 2020, pelo Troféu Mulher Imprensa e tem ainda outros 20 prémios nacionais e internacionais no currículo, entre eles, três Prémios Esso e o americano Knight International Journalism Award. Foi repórter especial do Jornal Tribuna de Minas por 23 anos e, atualmente, dedica-se à literatura.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
\”Holocausto Brasileiro\”, de Daniela Arbex (Guerra e Paz Editores, Wook):
https://www.wook.pt/livro/holocausto-brasileiro-daniela-arbex/15705797
Leitores residentes no Brasil:
\”Holocausto brasileiro\”, de Daniela Arbex (Editora Intrínseca, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Holocausto-Brasileiro-Genoc%C3%ADdio-mortos-hosp%C3%ADcio/dp/8551004638
Boas leituras!