A noite de ontem foi a testemunha perfeita dos vencedores deste ano do Prémio Jabuti, através de uma cerimónia presencial, que teve transmissão on-line, no Theatro Municipal de São Paulo.
A obra “Também guardamos pedras aqui”, (ed, Editora Nós) escrita por Luiza Romão, venceu na categoria de Livro do Ano.
A obra, pertencente à categoria Poesia – também premiada em 2020 com Cida Pedrosa (“Solo para vialejo” / Cepe Editora) e, em 2018, com Mailson Furtado (“À cidade” / Independente) – fala sobre as pedras no seu caminho, como pedras de Drummond, a de João Cabral, a pedra das canções de protesto do Clã Nordestino, de Nina Simone, de Pete Seeger, de Barbara Dane e de Selda Bağcan. Aperfeiçoando, aprimorando, como seres humanos e sujeitos políticos, e ao mesmo tempo sentir um pouco de prazer, um pouco de alívio, que carreguem as baterias e voltem à realidade, prontas para a luta. Um livro para ir redescobrindo, à medida que o ele passa.
A primeira categoria da noite foi a de Conto. A estatueta ficou na mão da autora Eliana Alvez Cruz, pela autoria de “A vestida” (ed. Editora Malê). A obra é uma crítica social, com referências a ancestralidade africana, pesquisa história, ironia, insurgência poética e um cuidado com o enriquecimento humano dos seus personagens marcam a prosa dessa escritora carioca. Logo em seguida, a mesma editora ficou com o seu segundo prêmio da noite ao vencer com a obra *A lua na caixa d’água”, de Marcelo Moutinho, na categoria Crónica.
Em Infantil, o premiado foi “Sonhozzz” (ed. Editora Salamandra), de Daniel Kondo e Silvana Tavano e, em Poesia, como já foi mencionado, o troféu do Jabuti foi para Luiza Romão pela obra “Também guardamos pedras aqui” (ed. Editora Nós).
Já o Romance Literário, uma das categorias mais aguardadas da noite, premiou Micheliny Verunschk pela obra “O som do rugido da onça” (ed. Companhia das Letras). A obra também é finalista do Prêmio Oceanos e foi um dos dez selecionados para compor o Books at Berlinale 2022, projeto que é fruto da parceria entre a Feira do Livro de Frankfurt e o Festival de Cinema de Berlim. Já o Romance de Entretenimento premiou Lucas Mota pelo livro “Olhos de pixel”, publicado pela Plutão Livros.
No eixo Não Ficção, Laurentino Gomes foi premiado em Biografia e Reportagem pelo segundo volume da sua trilogia “Escravidão”, publicada pela Globo Livros e que se concentra no século XVIII, período que representou o auge do tráfico negreiro no Atlântico.
Margareth Dalcomo também ganhou seu primeiro Jabuti pela obra “Um tempo para não esquecer” (ed. Editora Bazar do Tempo), no qual ela dá sua visão pelo viés da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e sobre o futuro da saúde.
Consulte a lista completa dos vencedores do Prémio Jabuti de 2022:
https://www.premiojabuti.com.br/premiados-por-edicao/premiacao/?ano=2022
Foto: Luiza Romão/Divulgação
Sobre a autora:
Nascida em Ribeirão Preto, em 1992, Luiza Romão é poeta e atriz, autora dos livros “Coquetel motolove” (2014) e “Sangria” (2017). Há anos, participa da cena de saraus e slams da cidade de São Paulo. Em 2020, entrou no mestrado em Teoria Literária e Literatura Comparada (na FFLCH/ usp), pesquisando o slam no Brasil. Explora a palavra poética na intersecção com a performance e o cinema.
Leitores residentes no Brasil:
“Também guardamos pedras aqui”, de Luiza Romão (Editora Nós, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Tamb%C3%A9m-guardamos-pedras-Luiza-Rom%C3%A3o/dp/6586135354
Boas leituras!