A literatura inglesa, no que diz respeito à fantasia, nos últimos 21 anos, tem muito a agradecer a J. K. Rowling. A autora da saga Harry Potter contribuiu, e muito, para a formação de novos leitores, incentivando milhões de crianças e jovens a ler e, até mesmo, adultos, a manusearem livros. Se ainda existem dúvidas, a série de 7 livros está traduzida em, pelo menos, 65 idiomas, e já vendeu, actualmente, mais de 450 milhões de exemplares, a nível mundial. Por essa razão, em 2008, Rowling foi convidada para fazer o discurso de abertura da cerimônia de formatura da Universidade de Harvard, naquele ano.
“Não precisamos de magia para transformar o nosso mundo; nós temos o poder de que necessitamos dentro de nós; temos o poder de imaginar melhor.” – J. K. Rowling
Pessoalmente, esta foi uma escolha minha: começar a minha viagem com a J. K. Rowling, conhecendo o seu lado mais pessoal e, sinceramente, estou sem palavras.
Obviamente, por ter 29 anos, neste momento, passei parte da minha infância e toda a adolescência, a ouvir falar de Harry Potter, da Hermione Granger e do Ron Weasley, dos muggles, do Dumbledore e, ainda, de Hogwarts e do seu mundo fantástico.
Contudo, se me permitem um pequeno aparte, a formação que tive, durante um ano e meio, na Academia de Líderes Ubuntu, sobre liderança servidora, mostrou-me a importância de nos colocarmos, sempre que seja possível, no lugar do outro. Aprendi. igualmente, que só somos pessoas através da existência de outras pessoas, sobretudo, pela observação dos princípios de liderança de várias figuras incontornáveis, nomeadamente, Nelson Mandela, Martin Luther King, Desmond Tutu, Ghandi ou Aristides Sousa Mendes.
Voltando ao lado pessoal de Rowling, este discurso é realmente tocante e mostra-nos uma mulher perfeitamente consciente das suas fraquezas, dos seus medos, dos problemas que a afectam, das decisões difíceis que teve de tomar, ao longo dos seus 42 anos de vida, à data da realização deste discurso em Harvard e, claro, a forma surpreendente em como, por vezes, durante o seu processo imaginativo para escrever a sua saga, recorreu às suas vivências pessoais para se inspirar.
Outro ponto que captou a minha atenção prende-se com o facto da autora ter reconstruído a sua vida, com base nos erros que foi cometendo, nos fracassos que foi colecionando e combinar tudo isso com a sua força interior.
É, de facto, emocionante, ver como o seu conceito de imaginação não está relacionado, somente, com a criação literária. É muito mais abrangente e revela muito de como ela vê o mundo, no seu todo.
Uma leitura que se adequa aos jovens adultos, acabados de sair das universidades, espalhadas por esse mundo fora, mas, também, para todos aqueles que querem revolucionar as suas vidas.
“Vidas Muito Boas – Os Benefícios do Fracasso e a Importância da Imaginação” é, sem sombra de dúvida, uma das minhas leituras favoritas deste ano!
Foi editado, em Portugal, pela Editorial Presença, à semelhança de todos os livros da autora que são publicados por aqui.
Quanto ao Brasil, o livro integra o catálogo da Editora Rocco que é a editora que representa a autora, naquele país.
Boas leituras!