Antônio Xerxenesky, pela autoria do romance “Uma Tristeza Infinita”, e Rita Carelli, por ter escrito o romance “Terrapreta”, receberam os galardões e cada um deles levará 200 mil reais, o maior valor entre as premiações literárias brasileiras.
Nascido em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Antônio Xerxenesky, que também é editor e tradutor, venceu pela obra publicada pela Companhia das Letras.
“Uma tristeza infinita dá ao leitor de Antônio Xerxenesky a impressão de que ele vinha se preparando desde sempre para escrever este romance. Depois de incursões por diversos gêneros narrativos, ele nos brinda com sua obra mais densa e angustiante, um romance de ideias gelado e cristalino como os alpes suíços que o emolduram, no qual um jovem psiquiatra confronta os demônios da culpa histórica e busca conciliar seu materialismo com uma espiritualidade que avança como um espectro surgido da floresta. Saímos do livro com a sensação de que a tristeza é, na verdade quase infinita. No embate entre o caos da vida e o intelecto, surgem, no fim das contas, as centelhas da transcendência e do afeto.”
― Daniel Galera
Sinopse:
Nicolas, um jovem psiquiatra francês, é convidado para trabalhar na Suíça logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Junto da esposa Anna, ele se muda para um pequeno vilarejo, próximo ao hospital psiquiátrico onde vai trabalhar. O lugar, conhecido por seus métodos humanizados de tratamento, recebe internos de toda a Europa.
Resistindo a prescrever tratamentos como o eletrochoque, Nicolas conversa com seus pacientes até que algo seja descoberto ― tanto no inconsciente do doente quanto no do próprio médico. Assim, diversas feridas de guerra vêm à tona, em um jogo delicado que mistura confiança e loucura.
Tendo como pano de fundo o contexto de desenvolvimento das primeiras drogas contra a depressão e outras doenças psíquicas, Antônio Xerxenesky constrói um romance tocante sobre os traumas, o passado e a possibilidade de ser feliz apesar do sofrimento.
Nascida em São Paulo, Rita Carelli, que fez carreira também no cinema e no teatro, foi a vencedora na categoria de romancista estreante devido à sua narrativa publicada na Editora 34.
Sinopse:
Depois de um acontecimento traumático, Ana deixa sua rotina de estudante em São Paulo para morar com o pai, arqueólogo, numa aldeia do Alto Xingu. Terrapreta, o romance de estreia da atriz, diretora de cinema e teatro Rita Carelli, conduz o leitor, com extrema habilidade, pelo universo dos afetos, da inteligência e da sensibilidade indígena, no qual cada gesto e cada palavra estão permeados por uma visão mítica do mundo. Verdadeira jornada rumo ao autoconhecimento, trata-se, como diz Ailton Krenak, que assina a orelha, de “um romance de formação para leitores que vislumbram outras cartografias do país”.
No ano em que o Prêmio São Paulo de Literatura chegou à sua 15ª edição, houve um recorde de inscrições com 317 candidaturas.
O júri deste ano foi composto por Carlos Herculano Lopes, Edimilson de Almeida Pereira, Nanni Rios, Érico Nogueira, Irineu Franco Perpetuo, Julie Dorrico, Kelvin Falcão Klein, Lucrecia Zappi, Cidinha da Silva e Rita Chaves.
Foto: Prêmio São Paulo de Literatura 2022/Divulgação
Sugestões de Leitura:
Leitores residentes no Brasil:
“Uma tristeza infinita”, de Antônio Xerxenesky (Companhia das Letras, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Uma-tristeza-infinita-Ant%C3%B4nio-Xerxenesky/dp/6559213285
“Terrapreta”, de Rita Carelli (Editora 34, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Terrapreta-Rita-Carelli/dp/6555250712
Boas leituras!