Relógio D’Água: O acordo, de vários anos, que vai reunir, na editora, toda a produção literária de Gonçalo M. Tavares

Saramago aclamou a sua escrita e, de certa forma, profetizou que caso haja, além dele, um outro autor de língua portuguesa a vencer o Nobel de Literatura, o vencedor poderia. muito bem, ser Gonçalo M. Tavares. Recentemente, o autor chegou a um acordo com a Relógio D’Água e, por isso, os seus livros passarão a ser editados pela editora de Francisco Vale.

Gonçalo M. Tavares é uma das grandes apostas da Relógio D’Água para este ano de 2018. Este conceituado autor nascido em Luanda, em 1970, chega a acordo com a editora que, anteriormente, já havia editado a sua coleção de “Breves Notas”: Breves notas sobre ciência, Breves notas sobre o medo, Breves notas sobre as ligações, Breves notas sobre música e, ainda, Canções Mexicanas, sendo que tudo isto aconteceu entre 2006 e 2015.

Numa primeira fase, serão editados, somente, os seus novos livros, dado que alguns dos anteriores permanecem vinculados a outras editoras e, por essa razão, protegidos por contratos, neste momento, em vigor. No entanto, o objectivo do editor Francisco Vale que, no ano passado, adicionou Agustina Bessa-Luís, autora que completa, no presente ano, 95 anos de idade e que, no seu currículo, possui um Prémio Camões, ao seu catálogo, pretende reunir, nos próximos anos, toda a produção literária de Tavares na Relógio D’Água. Gradualmente, a reedição das obras anteriores vai acontecer, assim que forem ficando disponíveis. E, ainda que a duração exacta do acordo não tenha sido revelada, a informação que foi tornada pública é que é um acordo para vários anos.

Esta estratégia parte de um princípio que, inevitavelmente, tem em conta, o fortalecimento da relação entre o autor e os seus leitores.

Dono de uma linguagem que rompe com as convenções e as tradições líricas habituais da literatura lusa, sem esquecer, de forma alguma, a profunda ruptura dos géneros literários, faz com que seja elevado ao estatuto de um dos autores mais inovadores da actualidade. É absolutamente notável, a facilidade com que escreve poesia, romances, ensaios e teatro.

A exemplo, permitam-me que cite a opinião de Saramago, aquando do término da leitura de Jerusalém, romance que arrecadou, em 2005, o Prémio José Saramago:

«Jerusalém é um grande livro que pertence é literatura ocidental. Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos; dá vontade de lhe bater!»

Saliento que o próximo livro do autor a ver a luz do dia é Dicionário de Literatura Bloom. Quanto às reedições que estão planeadas, sem qualquer ordem, destaco: “O Senhor Walser e a Floresta”, “O Senhor Brecht e o Sucesso”, “Livro da Dança”, “Animalescos”, e “Atlas do Corpo e da Imaginação”, sendo que todos estes títulos têm como público adulto como preferencial.

Todavia, o público infanto-juvenil não foi esquecido, são para eles: “Os Dois Lados” e “Os Amigos”.

Por fim, relembro que todas as obras de Gonçalo M. Tavares estão a ser editadas fora de portas e, aos 47 anos, já está traduzido em 50 idiomas. A crítica aplaude-o recorrentemente. Um dos admiradores mais notáveis é o autor argentino Alberto Manguel. Na sua opinião, «Gonçalo M. Tavares é um dos grandes autores universais.»

Boas leituras!

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