A viver em Londres desde 2004, a autora portuguesa Gabriela Ruivo, que venceu o Premio LeYa em 2013 com “Uma outra voz”, o seu romance de estreia, está nomeada para o Prémio da União Europeia para a Literatura de 2024. Desta vez, a obra que está a concurso é “Lei da gravidade”, um romance publicado no ano passado pela Porto Editora.
Nesta narrativa, a autora aborda temas como o abandono, o desejo de liberdade, o medo da solidão e a sua perpetuação numa espiral infinita de violência.
Sinopse:
Será a vida que imita a literatura, ou o contrário?
O que terão em comum um velho à beira da morte numa cama de hospital, o escritor de um bestseller, um pré-adolescente inquieto e um menino de dois anos com um fascínio por livros? Que destino espera as amigas Maria Ana e Ana Maria – o espelho uma da outra? Conseguirá uma livrar-se do marido agressor, e a outra do sofrimento da perda? E Marinela? E Mariana? E a mãe solteira que existe em todas elas, fruto de um abandono continuado? E o pai, protagonista do descalabro? E o futuro, que teima em ser passado, e o passado, que teima em ser futuro?
O tempo é o grande mistério. É ele que se ri de nós do outro lado do espelho, no reflexo onde procuramos o sentido da existência e que teima em nos devolver a imagem do absurdo. É também ele que perpetua um incessável padrão de violência, que faz com que a mesma história se repita uma e outra vez, lutando contra a esperança do leitor de que o ciclo, por fim, se quebre.
Neste ousado e original romance, Gabriela Ruivo oferece-nos com maestria um universo alternativo onde o tempo se sujeita à lei da gravidade – a força motriz que agrega passado, presente e futuro, e dissolve os contornos da realidade – e convida-nos a explorar outros mundos no interior dos conceitos de espaço e de tempo e, em última análise, da própria Literatura.
Os outros concorrentes a este prémio são Rita Petro, da Albânia, Todor Todorov, da Bulgária, Theis Ørntoft, da Dinamarca, Deniz Utlu, da Alemanha, Puskás Panni, da Hungria, María Elísabet Bragadóttir, da Islândia, Daina Tabūna, da Letónia, Aleks Farrugia, de Malta, Sholeh Rezazadeh, dos Países Baixos, Bojan Krivokapić, da Sérvia, Tina Vrščaj, da Eslovénia, e Arbia Braham, da Tunísia.
O vencedor da edição de 2024 do Prémio de Literatura da União Europeia será anunciado a 4 de abril numa cerimónia na Feira do Livro de Bruxelas.
Foto: Gabriela Ruivo por Ozias Filho
Sobre a autora:
Nascida em Lisboa, Gabriela Ruivo venceu o Prémio LeYa em 2013, com o romance “Uma outra voz” (2014, ed. LeYa Portugal), distinguido com o PEN Clube Português Primeira Obra em 2015 e publicado no Brasil em 2018. Entre 2016 e 2020, participou em várias antologias de poesia e conto. Publicou “A vaca leitora” (2016, ed. Publicações Dom Quixote). No género da poesia, publicou “Aves migratórias” (2019, ed. On y va). Publicou um livro de contos, “Espécies protegidas” (2021, ed. On y va). Voltou á poesia com “Uma mulher de palavra” (2022, edição de autor). Traduziu o livro “A Cabana do Tio Tom”, de Harriet Beecher Stowe (2020, ed. Sibila Publicações). Dirige a Miúda Children’s Books in Portuguese, uma livraria online sediada no Reino Unido, especializada em literatura infantojuvenil escrita em português. É presidente do conselho cultural da AILD no Reino Unido e co-fundadora dos projectos Mapas do Confinamento (www.mapasdoconfinamento.com) e Portuguese in Translation Book Club (www.pintbookclub.com). “Lei da gravidade” (2023, ed. Porto Editora) é o seu romance mais recente. Vive em Londres.
Sugestão de leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Lei da gravidade”, de Gabriela Ruivo (Porto Editora, Wook):
https://www.wook.pt/livro/lei-da-gravidade-gabriela-ruivo/28535528
Boas leituras!