Dos 802 originais a concurso na presente edição do Prémio LeYa 2021, enviados de 20 países diferentes, o júri presidido pelo poeta Manuel Alegre, atribuiu o galardão ao português José Carlos Barros pela autoria do romance \”As Pessoas Invisíveis\”.
O anúncio de José Carlos Barros como o vencedor desta edição do Prémio LeYa foi realizado, nesta terça-feira, após o júri ter estado reunido de forma virtual na sede do grupo editorial, em Alfragide e a decisão foi tomada por unanimidade.
Para além do poeta Manuel Alegre, o júri é composto pot Ana Paula Tavares, escritora e poeta angolana; Isabel Lucas, colaboradora do PÚBLICO e crítica literária; José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra; Lourenço do Rosário, professor de Letras, fundador e antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo; Nuno Júdice, poeta e escritor; e ainda Paulo Werneck, editor da revista literária Quatro Cinco Um, jornalista e tradutor brasileiro.
Lê-se no comunicado do júri que As Pessoas Invisíveis \”é uma viagem por vários tempos da história recente de Portugal, desde a década de 40 do século XX, narrada a partir de uma personagem ambígua, Xavier, que age como se tivesse um dom, ou como se precisasse de acreditar em ter um dom”.
José Carlos Barros (Boticas, 1963) é licenciado em Arquitetura Paisagista pela Universidade de Évora e vive no Algarve, em Vila Nova de Cacela. A sua atividade profissional tem sido exercida nos domínios do ordenamento do território e da conservação da natureza. Foi director do Parque Natural da Ria Formosa. É autor, entre outros, dos livros de poesia \”Uma Abstracção Inútil\”, \”Todos os Náufragos\”, \”Teoria do Esquecimento\”, \”Pequenas Depressões\” (com Otília Monteiro Fernandes) e \”As Leis do Povoamento\” (editado também em castelhano). Com \”Sete Epígonos de Tebas\” venceu o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama 2009. Em 2003 estreou-se na prosa com O Dia em Que o Mar Desapareceu. Venceu vários prémios literários (com destaque para o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, que lhe foi atribuído duas vezes) e os seus textos poéticos estão publicados em vários países. \”O Prazer e o Tédio\” foi o seu primeiro romance, seguido de \”Um Amigo Para o Inverno\” (Casa das Letras, 2013), com o qual foi finalista do Prémio LeYa em 2012. Os seus livros mais recentes (poesia) são os seguintes: \”O Uso dos Venenos\”, ed. Língua Morta (2ª edição, 2018), \”A Educação das Crianças\”, ed. Do Lado Esquerdo Editora, 2020, \”Estação – Os Poemas do DN Jovem, 1984-1989\”, ed. On y Va, 2020, e \”Penélope Escreve a Ulisses\”, Edições Caixa Alta, 2021.
A esta edição do prémio, criado em 2008 para estimular a produção de obras inéditas de autores de Língua Portuguesa e que tem, actualmente, o valor monetário de 50 mil euros e a publicação da obra inédita, concorreram 802 originais, provenientes de 20 países — Alemanha, Angola, Áustria, Brasil, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Equador, França, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Moçambique, Polónia, Portugal, Rússia, EUA e Vietname. É importante salientar que os originais da edição do ano passado, suspensa devido à crise pandémica de covid-19, foram considerados para a presente edição.
Em retrospetiva, o primeiro vencedor do Prémio Leya foi o jornalista e escritor brasileiro Murilo Carvalho pelo seu romance \”O Rastro do Jaguar\” em 2018. Em 2009 venceu o romance \”O Olho de Hertzog\”, do moçambicano João Paulo Borges Coelho. Depois, na edição de 2010, o júri decidiu, por unanimidade, não atribuir o prémio, alegando a falta de qualidade dos originais a concurso.
Em 2011 foi distinguido o romance \”O Teu Rosto Será o Último\”, que marcou a estreia literária do português João Ricardo Pedro, e em 2012 venceu o também português Nuno Camarneiro, com o romance \”Debaixo de Algum Céu\”. O prémio de 2013 foi atribuído a uma portuguesa residente em Londres, Gabriela Ruivo, pelo romance \”Uma Outra Voz\”, sendo, até este momento, a única mulher que foi agraciada com este galardão.
No ano seguinte, em 2014, Afonso Reis Cabral venceu com o romance \”O Meu Irmão\”. Em 2015 foi a vez do romance \”O Coro dos Defuntos\”, de António Tavares. Em 2016, mais uma vez, o prémio não foi atribuído por falta de qualidade dos originais.
No ano de 2017, João Pinto Coelho venceu com o romance \”Os Loucos da Rua Mazur\”, tendo tido como seu sucessor, em 2018, foi o autor brasileiro Itamar Vieira Júnior com o romance \”Torto Arado\”.
Nas duas edição anteriores, se, por um lado, em 2019, o prémio voltou a não ser atribuído por falta de qualidade dos originais a concurso, por outro, em 2020, a edição foi suspensa por causa da pandemia.
Ainda no ano passado, o grupo LeYa Portugal anunciou que, para manter o prémio, teria de alterar o seu valor que passou dos 100 mil euros das edições anteriores para 50 mil euros. Ainda assim, apesar da redução do valor pecuniário, o grupo editorial sublinhava que este continuava a ser “o galardão literário de valor mais elevado instituído e sustentado no espaço da lusofonia por uma entidade privada”.
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Sugestões de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior (Vencedor de 2018, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/torto-arado-itamar-vieira-junior/22818702
“Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho (Vencedor de 2017, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/os-loucos-da-rua-mazur-joao-pinto-coelho/21021280
“O Coro dos Defuntos”, de António Tavares (Vencedor de 2015, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-coro-dos-defuntos-antonio-tavares/16999650
“O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral (Vencedor de 2014, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-meu-irmao-afonso-reis-cabral/16037316
“Perguntem a Sarah Gross”, de João Pinto Coelho (Finalista de 2014, Dom Quixote, Wook):
https://www.wook.pt/livro/perguntem-a-sarah-gross-joao-pinto-coelho/16270539
“Uma Outra Voz”, de Gabriela Ruivo Trindade (Vencedora de 2013, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/uma-outra-voz-gabriela-ruivo-trindade/15677360
“Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro (Vencedor de 2012, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/debaixo-de-algum-ceu-nuno-camarneiro/14828350
“O Teu Rosto Será o Último”, de João Ricardo Pedro (Vencedor de 2011, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-teu-rosto-sera-o-ultimo-joao-ricardo-pedro/12623237
“O Olho de Hertzog”, de João Paulo Borges Coelho (Vencedor de 2009, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-olho-de-hertzog-joao-paulo-borges-coelho/4648622
“O Rastro do Jaguar”, de Murilo Carvalho (Vencedor de 2008, LeYa, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-rastro-do-jaguar-murilo-carvalho/1499405
Leitores residentes no Brasil:
“Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior (Vencedor de 2018, Editora Todavia, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/torto-arado-1-ed-2019/artigo/c253ee34-2b2b-42ed-bd21-831f850970d2
“Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho (Vencedor de 2017, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/os-loucos-da-rua-mazur-1-ed-2018/artigo/c6e7f6f7-878a-4f29-ae5d-822c80393c25
“O Coro dos Defuntos”, de António Tavares (Vencedor de 2015, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/o-coro-dos-defuntos-1-ed-2018/artigo/9640be87-990a-4859-a1ec-4160ae809633
“O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral (Vencedor de 2014, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/o-meu-irmao-1-ed-2015/artigo/f80202af-8682-42b8-aa58-2511dc4551d8
“Perguntem a Sarah Gross”, de João Pinto Coelho (Finalista de 2014, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/perguntem-a-sarah-gross-1-ed-2016/artigo/0ce0736d-9f16-471b-938f-f0927a08a1c3
“Uma Outra Voz”, de Gabriela Ruivo Trindade (Vencedora de 2013, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/uma-outra-voz-1-ed-2018/artigo/7a1b9de4-9811-429a-b961-f8b09f102f7d
“Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro (Vencedor de 2012, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/debaixo-de-algum-ceu-1-ed-2013/artigo/8ef5d7fe-dd86-4f10-9935-82c615942e4a
“O Rastro do Jaguar”, de Murilo Carvalho (Vencedor de 2008, LeYa Brasil, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/o-rastro-do-jaguar-1-ed-2009/artigo/954c5818-5d51-4c8a-a78d-962fe9448c85
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