Neste terceiro texto, Ana Beatriz Ribeiro vai trazer a sua análise sobre Mr. Collins, do romance “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen.
No tempo de Jane Austen, as mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens e esse facto está representado neste livro. Os Bennett, tal como todas as outras famílias, precisam de um filho para que o futuro seja assegurado. Contudo, Mr. e Mrs. Bennett são pais de cinco raparigas.
Um claro exemplo dessa necessidade acontece assim que Mr. Bennett falecer, visto que a casa de Longbourn passa para o parente homem mais próximo que, neste caso, é Mr. Collins, um primo que nunca conheceram.
Este, sabendo o que o destino lhe reserva, entra em contacto com a família e visita-a, passando alguns dias com eles. E é aqui que conhecemos o carácter e a personalidade de Mr. Collins.
Com a sua visita aos Bennett, descobrimos que uma das intenções de Mr. Collins. para além de avaliar a casa que lhe tocará, é casar-se com uma das primas. Obviamente, a sua escolha recai sobre Jane, porque é a mais velha. No entanto, como há a desconfiança de que esta ficará noiva de outra pessoa, Mr. Collins escolhe Elizabeth.
Contudo, Mr. Collins tem a certeza de que ela não pode recusar. Ele acredita que representa uma oportunidade que ela não voltará a ter e, quando Lizzie recusa, veementemente, apesar de achar que havia afeto entre ambos, ele jamais acreditou que ela o quisesse mesmo.
A recusa de Lizzie em casar com ele, afeta-o e deixa-o magoado, uma vez que se vê em grande conta. Mas, três dias depois, pede a mão a Charlotte Lucas, filha dos vizinhos de Longbourn e grande amiga de Lizzie, e esta aceita. E, apesar de serem muito diferentes, conseguem um entendimento entre ambos.
No entanto, sempre que a personagem de Mr. Collins aparece, não podemos deixar de nos irritar com o carácter bajulador dele. Porque, sempre que abre a boca, não pode evitar de se repetir, de contar a grande sorte que teve, de tratar tudo e todos com as maiores e exageradas cortesias, tornando-se ridículo. Além disso, o carácter bajulador de Mr. Collins torna-o alguém de que ninguém gosta, mas que todos acabam por receber: uns, porque não têm outra opção; outros, porque não têm mais ninguém com quem falar.
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Sobre a autora:
Nasceu em 1775, em Steventon, Hampshire, no Sul de Inglaterra. Jane Austen foi a sétima de oito filhos do reverendo George Austen, o pároco local. Começou a escrever \”Orgulho e Preconceito\” aos vinte e um anos, obra que viria a ser publicada, pela primeira vez, apenas em 1813, anonimamente, tendo-se tornado um sucesso imediato junto do público. Embora todos os romances publicados em vida da autora tenham sido anónimos, Jane Austen contou desde cedo com leitores ilustres e muito devotados, entre os quais o Príncipe Regente, mais tarde rei Jorge IV, e o escritor Walter Scott. A sua escrita – apesar de ter vivido num universo quase exclusivamente confinado ao círculo dos seus relacionamentos familiares – revela uma finíssima capacidade de observação do comportamento humano, em especial o das famílias e das jovens das classes médias e alta, e um espírito arguto e satírico que a faz ombrear com os maiores romancistas da literatura universal. Da mesma autora, o leitor pode encontrar, também na coleção «Grandes Narrativas», as obras \”Sensibilidade e Bom Senso\” e \”Orgulho e Preconceito\” e \”Persuasão\”.
Sugestões de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen (Editorial Presença, WOOK):
https://www.wook.pt/livro/orgulho-e-preconceito-jane-austen/15560651
Leitores residentes no Brasil:
“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/orgulho-e-preconceito-1-ed-2011/artigo/1204e5ad-01e1-4033-913f-dcb5de498731
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Boas leituras!