“O décimo círculo”, de Jodi Picoult

Ler Jodi Picoult é ter a certeza de que os seus livros. independentemente de qual escolhamos. afetar-nos-ão irremediavelmente. É ter a certeza de que as suas histórias levar-nos-ão a refletir e a questionar tudo aquilo em que acreditamos. E, por fim, é ter a certeza de que vamos ansiar por saber mais e desejaremos que as suas personagens que, ao longo da leitura, ganham vida, consigam reencontrar o seu caminho.

Os livros desta autora não são nada fáceis de ler, devido aos assuntos que ela escolhe abordar. Assuntos esses que são a realidade para algumas pessoas e, por isso, a autora não se coíbe de investigar sobre os mesmos para nos mostrar aquilo que verdadeiramente se passa para quem os enfrenta. E a verdade é que isso, para além de resultar num livro bem escrito e cativante, faz com que reflitamos profundamente. O que faríamos no lugar dessa pessoa!? Como iamos lidar com uma situação dessas!? Qual é a nossa opinião sobre isso!? Será que teríamos coragem para enfrentar e superar o mesmo!?

“O Décimo Círculo#, editado, em Portugal, pela Bertrand Editora, é isto mesmo. Um livro que aborda um assunto muito sério, que nos faz pensar sobre ele e, sobretudo, nos obriga a colocarmo-nos no papel de todas as personagens. Aliás, mais do que isto, Jodi Picoult diz-nos aquilo que raramente admitimos: somos seres humanos que estão sempre a falhar e, por vezes, não admitimos os nossos erros.

Este livro, mais do que contar a história de Trixie Stone, mostra-nos que uma família, por mais fragmentada que esteja, é capaz de se unir para superar o terrível momento que estão a viver. Mostra-nos que o amor que os pais têm pelos filhos é muito grande e é capaz de tudo, uma vez que os primeiros querem proteger sempre os segundos, independentemente do que isso possa significar. E mostra-nos o quão afetados somos pelo que os outros nos fazem, nos dizem e nos fazem sentir, pois o ser humano tem, por um lado, a capacidade de apoiar e de construir, mas, por outro, pode abandonar e destruir até não restar nada.

Por último, a autora recorre a uma obra clássica, a Divina Comédia de Dante, para usar e abusar da palavra “inferno”, visto que as personagens se vão questionar sobre em qual dos nove círculos estariam e se este número seria suficiente para os dias de hoje. E a verdade é que, às vezes, o momento que estamos a viver lembra-nos mesmo o inferno. Ao mesmo tempo, sabemos que os nossos erros ditarão o nosso futuro, a nossa condenação.

Foto: Jodi Picoult por Adam Bouska

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Sobre a autora:
Jodi Picoult nasceu e cresceu em Long Island. Estudou Inglês e Escrita Criativa na Universidade de Princeton e publicou dois contos na revista Seventeen enquanto ainda era estudante. O seu espírito realista e a necessidade de pagar a renda levaram-na a ter uma série de empregos diferentes depois de se formar: trabalhou numa corretora e numa editora, foi copywriter numa agência de publicidade e professora de Inglês. Em 2003, foi galardoada com o New England Bookseller Award for Fiction.

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“O Décimo Círculo”, de Jodi Picoult (Bertrand Editora, Wook):
https://www.wook.pt/livro/o-decimo-circulo-jodi-picoult/21291910

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Boas leituras!