“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen #1: O carácter dissimulado de Mr. Wickham e o resultado dos comportamentos inadequados de Lydia Bennett

Neste texto, Ana Beatriz Ribeiro vai trazer a sua análise Mr. Wickham e Lydia Bennett, do romance “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, editado pela Editorial Presença.

Logo que surge a personagem de Mr. Wickham somos levados a apaixonarmo-nos por ele, visto que ele é um militar cujo regimento foi instalado em Meryton e cujos comportamentos, atitudes e boas maneiras são muito admirados e comentados por todos. E Lizzie acaba por sentir um pequeno afeto por ele, e, tal como todos os outros, acaba por ser enganada por ele. E, o facto de ela acreditar em tudo o que ele lhe contou sobre Mr. Darcy e a sua família, levou-a a detestar ainda mais esse cavalheiro. Contudo, nem tudo foi como ele lhe contou.

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Fonte: Editorial Presença

Lydia Bennett é uma jovem de carácter volúvel, de paixões fáceis e que sentia uma profunda admiração por todos os militares, sendo que os seus favoritos eram aqueles que lhe davam atenção e que procuravam agradá-la. No entanto, ninguém se deixe enganar, visto que os seus favoritos mudavam com tanta frequência como as suas idas a Meryton.

O regimento de Meryton acabou por ser deslocado para Brighton e Lydia, juntamente com a mãe, conseguiu convencer o pai a deixá-la ir, acompanhada pelo Coronel Foster e pela mulher. E é aqui que o carácter volúvel de Lydia se deixa apanhar por Wickham e ambos fogem, sendo que ela estava convencida que se ia casar com ele. Todavia, os intentos dele eram diferentes e só acabaram casados com a interferência de Mr. Darcy que tratou de subornar o militar, com o intuito de que assumisse o compromisso com Lydia para que esta não ficasse com a sua reputação prejudicada.

Tudo isto aconteceu sem o conhecimento dos Bennett que continuavam a achar Mr. Darcy um homem detestável. Mas, o que nenhum deles sabia, é que o amor que sentia por Lizzie levou-o a interferir neste caso, pedindo a Mr. Gardiner, irmão de Mrs. Bennett, para não revelar a sua interferência e para assumir a responsabilidade da resolução do caso. Contudo, um descuido de Lydia, levou Lizzie a querer descobrir o que tinha realmente acontecido e uma carta da sua tia, Mrs. Gardiner, relatou-lhe todos os acontecimentos. E Lizzie começa a perceber que tem um tão grande afeto por Mr. Darcy. Aliás, se ele voltasse a propor-lhe casamento, ela aceitaria.

E, enquanto tudo isto acontece, o carácter dissimulado de Wickham começa a surgir, embora Mrs. Bennett só sinta a felicidade de ver uma filha casada, mesmo que isso tenha ocorrido através de um escândalo. E, por isso, quando Lydia visita a família, já casada, acompanhada pelo marido, ela e a mãe saiam para visitar as famílias das redondezas, muito felizes e orgulhosas como se tudo isso tivesse acontecido dentro dos padrões da sociedade.

Mas, o pior de tudo, é a atitude de Lydia, encarando o sucedido como um grande sucesso e exigindo ser tratada como uma mulher casada pelas irmãs. Porém, o futuro mostrar-lhe-ia algo muito diferente, visto que Wickham acabou por se desinteressar, e ambos viviam uma vida miserável, estando sempre a mudar de casa e, frequentemente, sem dinheiro, dado que nenhum deles se sabia governar. E, portanto, era habitual esta pedir ajuda monetária às irmãs mais velhas, que se encontravam bem casadas e em situação bem melhor.

E tudo isto leva-nos a refletir que Lydia, se tivesse tido uma educação diferente e se não tivesse o apoio da mãe nos seus desvarios, poderia ter tido a mesma sorte das irmãs mais velhas, Jane e Lizzie, que se casaram por amor e que viviam uma vida feliz. Assim, teve de se sujeitar ao resultado dos seus comportamentos inadequados e pouco recatados.

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Sobre a autora:
Nasceu em 1775, em Steventon, Hampshire, no Sul de Inglaterra. Jane Austen foi a sétima de oito filhos do reverendo George Austen, o pároco local. Começou a escrever “Orgulho e Preconceito”  aos vinte e um anos, obra que viria a ser publicada, pela primeira vez, apenas em 1813, anonimamente, tendo-se tornado um sucesso imediato junto do público. Embora todos os romances publicados em vida da autora tenham sido anónimos, Jane Austen contou desde cedo com leitores ilustres e muito devotados, entre os quais o Príncipe Regente, mais tarde rei Jorge IV, e o escritor Walter Scott. A sua escrita – apesar de ter vivido num universo quase exclusivamente confinado ao círculo dos seus relacionamentos familiares – revela uma finíssima capacidade de observação do comportamento humano, em especial o das famílias e das jovens das classes médias e alta, e um espírito arguto e satírico que a faz ombrear com os maiores romancistas da literatura universal. Da mesma autora, o leitor pode encontrar, também na coleção «Grandes Narrativas», as obras “Sensibilidade e Bom Senso” e “Orgulho e Preconceito” e “Persuasão”.

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen (Editorial Presença, WOOK):
https://www.wook.pt/livro/orgulho-e-preconceito-jane-austen/15560651

Leitores residentes no Brasil:
“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen (Companhia das LetrasLivraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/orgulho-e-preconceito-1-ed-2011/artigo/1204e5ad-01e1-4033-913f-dcb5de498731

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Boas leituras!

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