Nos 770 mil visitantes que passaram pela Feira do Livro de Lisboa neste ano de 2022, houve uma maior presença de jovens

Se, em 2021, na feira que decorreu de 26 de Agosto a 12 de Setembro, tinham passado pelo recinto 350 mil pessoas, nos dezoito dias em que decorreu a 92.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, de 25 de Agosto a 11 de Setembro deste ano, passaram 770 mil visitantes pelo evento no Parque Eduardo VII, segundo os números divulgados esta sexta-feira pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), ou seja, o número mais que duplicou.

Se nas últimas duas edições da Feira do Livro de Lisboa havia uma lotação máxima por causa das regras impostas pelo combate à pandemia da covid-19 e era necessário contabilizar um número exacto das pessoas que entravam e saíam do recinto, este ano o cálculo foi feito através de uma contabilidade estatística com base numa amostra diária (a margem de erro não chega aos 5%).

Este ano foi um número bastante superior ao do ano passado e três factores podem ter contribuído para este aumento. Primeiro, houve curiosidade em volta do novo conceito da feira [com novos pavilhões e mais sustentável] isso nota-se claramente. As pessoas estavam muito curiosas em perceber como é que tinha evoluído. Apanhámos simultaneamente um período relevante, entre a vinda de férias e o recomeço das aulas, e durante a semana viam-se muitas famílias a passear.
— Pedro Sobral, presidente da APEL

Nesta edição, com 961 chancelas presentes, sábado e domingo foram os dias que contaram com maior fluxo, chegando a bater recordes de visitantes.

O destaque desta edição vai para os jovens, que foram “uma agradável surpresa pela sua adesão substancial e consistente”, segundo o comunicado da APEL que cita o estudo da empresa de análise de mercado e de análise estatística IPSOS realizado durante o evento.

A análise registou “um aumento considerável do número de jovens dos 18 aos 24 anos, totalizando já 37% dos visitantes”. Foram também muitos os que visitaram a Feira do Livro de Lisboa pela primeira vez: 22% são novos visitantes que nunca tinham ido ao evento e 45% dos inquiridos não esteve na edição anterior.

Nesta edição tivemos um número maciço de gente, entre os 14 e os 21 anos, que veio em maior número do que no ano passado. Essa faixa etária, que está a consumir mais determinado tipo de livros depois do confinamento, acabou por vir à feira”, acrescenta o presidente da APEL, que nota que no último ano essa tendência já existia. De alguma maneira, explica Pedro Sobral, isto reflecte o que está a acontecer no mercado. Em relação aos dados dos anos 2019 e 2021, o mercado do livro está a crescer principalmente em categorias consumidas na faixa etária mais nova: manga, novelas gráficas ou a chamada “ficção Tik Tok”, romances que têm muitos fãs nesta rede social.

A diversidade de oferta, com os grupos editoriais tradicionais, mas também muitos pequenos editores e mais áreas de restauração, com comida mais saudável e biológica, podem ter ajudado também ao aumento dos números.

“Por outro lado, a noção de que tempos difíceis estão para vir e que a partir de Setembro e Outubro as coisas se tornarão muito mais complexas do ponto de vista orçamental pode ter levado as pessoas a terem uma maior sensibilidade à oportunidade do saldo e à promoção.
— Pedro Sobral, presidente da APEL

Por fim, a nível de vendas, a APEL afirma que o balanço feito pelos editores e livreiros é muito positivo também, com uma subida generalizada das vendas face à última edição para a maior parte dos participantes.

Foto: Marcelo Rebelo de Sousa (Presidente da República) na Feira do Livro de Lisboa 2022 por Miguel. A. Lopes

Boas leituras!

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