Há praticamente uma semana que já se conhecem os 13 nomeados para a edição de 2017 do Man Booker Prize, um dos mais respeitados prémios literários do mercado anglófono. A pergunta que todos fazem é a seguinte: Quem irá suceder a Paul Beatty, o autor do romance satírico “The Sellout”, publicado em Portugal sob o título de “O Vendido” pela Elsinore no passado mês de Maio. Arundhati Roy e Paul Auster são 2 dos candidatos mais badalados. Relembro que ambos virão a Cascais para participar no FIC – Festival Internacional de Cultura, um evento que vai decorrer de 1 a 30 de Setembro.
Foi divulgada pelo júri do Man Booker Prize, a lista que contém os nomes dos 13 finalistas que irão disputar o célebre prémio que distingue as melhores obras de ficção escritas na língua de Shakespeare e Agatha Christie, sendo que estas têm que estar publicadas no Reino Unido. Destaco, também, que há cerca de 2 anos, foram feitas algumas alterações ao seu regulamento, o que permitiu que autores como o jamaicano Marlon James, vencedor de 2015, pudessem concorrer, independentemente da nacionalidade.
Abaixo, segue a lista divulgada na passada quinta-feira:
“4 3 2 1”, de Paul Auster
“Dias sem fim”, de Sebastian Barry
“History of wolves”, de Emily Fridlund
“Exit West”, de Mohsin Hamid
“Solar bones”, de Mike McCormack
“Reservoir 13”, de Jon McGregor
“Elmet”, de Fiona Mozley
“O ministério da felicidade suprema”, de Arundhati Roy
“Lincoln no bardo”, de George Saunders
“Home fire”, de Kamila Shamsie
“Outono”, de Ali Smith
“Swing time”, de Zadie Smith
“The underground railroad“, por Colson Whitehead.
Dos 13 autores, várias das obras citadas estão publicadas em Portugal: “4 3 2 1”, e “O ministério da felicidade suprema”, de Paul Auster e Arundhati Roy respectivamente, foram editadas pela Edições ASA, uma chancela do grupo editorial LeYa Portugal, “Dias sem fim”, de Sebastian Barry (Bertrand Editora), “Outono” de Ali Smith (Elsinore), “Swing Time”, de Zadie Smith (Publicações Dom Quixote) e “Lincoln no Bardo”, de George Saunders (Relógio D\’Água Editores). Saliento ainda que já está assegurada a publicação de “The underground railway”, de Colson Whitehead, em Portugal, uma obra já premiada desde o seu lançamento nos EUA e a sua adaptação televisiva já foi anunciada
É impressionante quando constato que Arundhati Roy, autora de “O deus das pequenas coisas”, obra que venceu a edição de 1997 deste mesmo prémio, volta a figurar entre os finalistas. Desta vez, a autora propõe uma obra ainda mais ambiciosa e de valor comparável à imensidão do seu país: a Índia.
“O ministério da felicidade suprema” é um romance tão monstruoso, caótico, deslumbrante e avassalador como a própria Índia, mas, tal como o país, permite entrever uma beleza incomensurável nos lugares mais inesperados e uma complexa poética do amor e da perda, fruto da escrita de Roy, sumptuosa na riqueza de pormenores, lírica na descrição das paisagens e dos afetos profundos, sem um átomo de exotismo ou de sentimentalismo”.
Helena Vasconcelos, PUBLICO
Outro autor consagrado desde o lançamento de “A Trilogia de Nova Iorque” é Paul Auster. “4 3 2 1”, que teve lançamento mundial a 31 de Janeiro do presente ano, marcou o seu regresso após uma longa ausência de sete anos. A narrativa desta obra centra-se na vida de Isaac Ferguson e na multiplicidade de personalidades que o ser humano possui. Um tema complexo que nos faz pensar sobre o valor da nossa existência e naquilo que realmente nos motiva, sem, todavia, deixar de refletir nas vidas que, muitas vezes, deixamos de viver devido às escolhas que fazemos.
Lola Young, presidente do júri e antiga professora na Universidade de Middlesex, realça o feito da escritora indiana que chega pela 2ª vez aos finalistas, porém, desta vez, terá a concorrência de outros quatros autores também, anteriormente, nomeados para esta fase: Ali Smith, Zadie Smith, Sebastian Barry e Mohsin Hamid. A 13 de Setembro, este grupo será reduzido a 6 nomeados.
Para completar o júri, cito os nomes dos restantes elementos: Lila Azam Zanganeh e Sarah Hall, bem como o artista Tom Phillips e o presidente da Real Sociedade Literária britânica, Colin Thubron.
Young revela evidencia que “três livros de estreia são reconhecidos pelos juízes deste ano, dois deles escritos pelos autores mais jovens da lista: ‘Elmet’, de Fiona Mozley, de 29 anos, e ‘History of Wolves’, de Emily Fridlund, de 38 anos. O terceiro é o primeiro romance de George Saunders, ‘Lincoln no Bardo’”.
Lila Azam Zanganeh declarou que está entusiasmada com a lista de nomeados, uma vez esta reflecte o estado da ficção nos dias de hoje. Já, Thubron, mostrou-se fascinado com a diversidade que, ele e os colegas encontraram durante o processo de selecção.
Resta-me acrescentar que o valor monetário atribuído ao vencedor que será divulgado a 17 de Outubro, é de 50,000£ (aproximadamente 56,000€).
Boas leituras!