Há 60 anos atrás, Harper Lee publicou, a 11 de julho de 1960, uma narrativa poderosa sobre o racismo nos EUA. \”To Kill a Mockingird\”, publicado, em Portugal, pela Relógio D\’Água, sob o título de \”Mataram a Cotovia\”, é uma das obras mais aclamadas da literatura americana e, diria mesmo, mundial do século XX. Desde a sua publicação, para além de ter vencido o Prémio Pulitzer de Ficção, no ano seguinte, foi adaptado à sétima arte, num premiado filme com a assinatura de Robert Mulligan ,protagonizado por Gregory Peck e Mary Badham, dois anos depois. Até ao momento, já vendeu mais de 40 milhões de exemplares.
Por vezes, na nossa caminhada como leitores, encontramos autores que, de alguma forma, quebraram barreiras não só a nível literário como, também, a nível da definição que temos do que é ser escritor e a forma como eles lidam com a fama. Naturalmente, existem muitos exemplos espalhados pela literatura. No entanto, hoje, quero focar-me na autora norte-americana Harper Lee, visto que, \”To Kill a Mockingbird\”, a sua obra-prima e, de forma surprreendente, o único romance que publicou em vida, completa 60 anos desde a sua chegada às livrarias. Hoje, é referenciado em todas as listas de clássicos e aborda, como poucos, o tema do racismo, tendo, já nessa época, sido bastante polémico.
Com recortes de episódios de sua própria biografia, através deste clássico da literatura, Harper Lee traz-nos a história de um advogado, Atticus Finch, que defende um homem negro acusado de violar uma menina branca, no sul dos Estados Unidos, durante a década de 1930. A história é narrada por Jem e Scout, os seus dois filhos, que servem como um cristal para apreciar os profundos preconceitos raciais da época.
A sua adaptação cinematográfica arrecadou 3 Oscars, na edição de 1963 desta prestigiada cerimónia. Contudo, embora ela fosse uma autora cada vez mais reconhecida e aclamada, a autora recusou quase todos os pedidos de entrevista que lhe foram endereçados, deixou a litertaura e voltou para o Alabama, mais precisamente, Monroeville, a sua cidade natal, o que me faz pensar que ela teve ma espécie de síndrome de Salinger: esconder-se para sempre com um único livro publicado.
Entretanto, 55 anos depois, contra a sua vontade, surgiu \”Go Set a Watchman\” que, em terras lusitanas, foi traduzido como \”Vai e Põe Uma Sentinela\”, e editado pela Editorial Presença. Para algumas pessoas, a leitura gerou enormes críticas negativas e, até mesmo, um descontentamento geral, devido ao inesperado racismo de Atticus Finch . Para outros, este livro é muito mais direto no que diz respeito às ideias sobre a segregação refletida na sua obra prima de 1960.
Foto: Harper Lee por Michael Brown
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Sobre a autora:
Nasceu em 1926, em Monroeville, nos Estados Unidos da América, onde frequentou o Huntigton College e estudou Direito na Universidade do Alabama. Durante a sua curta carreira, Harper Lee foi galardoada com o Prémio Pulitzer e com vários outros prémios. \”Mataram a Cotovia\” foi nomeado pelos principais livreiros americanos como O Melhor Romance do século XX, a obra-prima da literatura americana. Já vendeu mais de 40 milhões de exemplares em todo o mundo e está traduzido para mais de 40 línguas. Viveu sempre uma vida completamente afastada dos círculos mediáticos e é, junto com JD Salinger, uma das mais famosas reclusas literárias, tendo morado toda a sua vida na casa onde passou a sua infância, em Monroeville, no estado sulista do Alabama, onde morreu em fevereiro de 2016.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Mataram a Cotovia”, de Harper Lee (Relógio D\’Água, Wook):
https://www.wook.pt/livro/mataram-a-cotovia-harper-lee/12851080
Leitores residentes no Brasil:
“O Sol é para todos”, de Harper Lee (Editora José Olympio, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/o-sol-e-para-todos-13-ed-2015/artigo/62ad99d5-32ca-4cd2-8d61-1f135775a604
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Boas leituras!