A partir do próximo ano, a Edições tinta-da-china passará a editar a prestigiada revista literária Granta, simultaneamente em Portugal e no Brasil, numa única edição de língua portuguesa. Os textos serão da autoria de autores portugueses e brasileiros e não serão sujeitos a quaisquer alterações em termos de grafia.
Nesta nova vida da Granta, a editora portuguesa Bárbara Bulhosa afirmou em declarações à Lusa que vê a “Granta unificada” como “um projecto literário de língua portuguesa — de modo nenhum um projecto português”, assim sendo, mantém a sua periodicidade semestral e Carlos Vaz Marques como director da revista.
\”Creio, aliás, que não há precedente e que será a primeira vez que teremos uma revista literária com edição simultânea em Portugal e no Brasil\”, salientou a editora durante a apresentação deste novo projecto.
Sublinhou ainda que:
\”Já como Granta Portugal dávamos uma atenção especial à literatura brasileira, tendo publicado autores brasileiros em três números diferentes, [e] queremos contribuir, deste modo, para uma aproximação entre todos aqueles que se interessam pela literatura no nosso idioma, independentemente do espaço geográfico de que provêm\”.
Enquanto directora editorial da Tinta da China, frisou:
“Se o modelo da revista sempre assentou em edições temáticas em que eram encomendados textos a diversos autores, a partir de 2018, o leque de autores será bastante mais alargado.”.
Não deixou de referir de forma clara, um dos maiores objectivos desta nova Granta: \”Com a edição simultânea no Brasil e em Portugal, passaremos a convidar a cada número escritores brasileiros e portugueses, enriquecendo em muito a diversidade e o interesse da revista. Estamos, aliás, interessados em autores de todo o mundo onde se fala e escreve em língua portuguesa\”.
Até ao momento presente, os textos da Granta têm sido sempre acompanhados por uma ilustração, com um ilustrador convidado em cada número, existindo também sempre um \’portfólio\’ fotográfico, traduzindo visualmente o tema de cada edição pela lente de um grande fotógrafo.
Contudo, uma das maiores novidades que vai acrescentar ainda mais valor a esta nova revista, prende-se com a razão de que “a curadoria de imagem da Granta estará a cargo do fotógrafo Daniel Blaufuks, que já viveu no Brasil e acaba de ser distinguido em Portugal com o mais importante prémio para as artes visuais que é atribuído em Portugal, o prémio AICA\”. Esta parceria começa no 11º número deste magazine sendo esta .mais uma das revelações tornadas públicas pela Tinta da China.
São exactamente estas duas particularidades que harmoniosamente combinadas lhe conferem uma singularidade ímpar, transformando-a num objecto de requinte que as pessoas sentem o prazer e o interesse de coleccionar.
São cerca de 10,000 portugueses que recebem a Granta e esse número ajuda a manter sustentabilidade do projeto, nas palavras da sua directora editorial.
No ano de 2013, quando a Granta – Portugal começou a ser publicada no nosso país, ainda existia uma edição brasileira a circular, no entanto, ela deixou de ser editada nas terras de Vera Cruz. Por cá, a sua periodicidade sempre foi semestral. Com o desaparecimento da edição brasileira, a Tinta da China reconhece que está na altura de a devolver aos leitores brasileiros, através de um projecto mais ambicioso e ousado. Numa altura em que está a ser preparada a 10º edição que sairá em Outubro, ainda exclusivamente em Portugal, Maio de 2018 é a data da publicação da 1ª edição conjunta nos dois países.
Salman Rushdie, Julian Barnes ou Martin Amis, notáveis autores da literatura inglesa, são apenas três dos muitos que se afirmaram no mundo literário através da acção da Granta como marca internacional. Em termos do equilíbrio de conteúdos, o número de textos originais é proporcional ao número de textos traduzidos. Estes últimos, são traduzidos a partir de outras edições da revista que estão publicadas em diversos idiomas.
Boas leituras!