O seu nome permanecerá, para sempre, ligado à literatura especulativa ou, por outras palavras, distópica. Alcançou este patamar, sobretudo, pela autoria do romance “1984” que, mesmo tendo sido publicado, pela primeira vez, em 1949, nos dias que correm se mantém como uma das obras literárias mais marcantes do século XX.
E se lhe dissessem que alguém, em 1949, poderia prever o que aconteceria em 1984? Provavelmente, diria que essa pessoa estaria, no mínimo, louca, que isso não seria verdade, não é? Bem, George Orwell fê-lo, através de “1984”, para muitos, a sua obra-prima.
Nas páginas deste clássico, Winston Smith vive num mundo onde o totalitarismo impera. No Ministério da Verdade, o seu trabalho consiste em reescrever factos, precisamente, para que as pessoas acreditem naquilo que é divulgado pelo Partido, exclusivamente. Todos os seus membros tentam passar a ideia de que a “verdade” em que acreditam é a única que existe. Além disso, todo o ambiente é controlado por câmeras, 24 horas por dia, o que faz com que a população se sinta enclausurada. Será que isto não vos soa familiar?
Ainda que nunca tenham visto, certamente, já ouviram expressões como “Big Brother”. Definitivamente, ela surgiu nesta narrativa de Orwell. Para aqueles que nunca leram, posso dizer-vos que o “Big Brother” ou, se quiserem, “O Grande Irmão”, em Português, é a entidade máxima que lidera todo este sistema opressor, ferozmente criticado pelo autor. Tal como acontece em todas as distopias, e nesta não é diferente, o que elas defendem, no fundo, é a luta pela liberdade.
Num mundo onde os factos são cada vez mais mutilados, a linguagem é distorcida e a ignorância de sociedades inteiras é difundida como algo que deve ser espalhado e praticado, o derradeiro romance de Orwell continua actual e a alertar que, apesar de muita gente pensar que isto nunca aconteceria, talvez, o mundo que ele previu, em 1949, não estava assim tão longínquo.
Ontem, para comemorar os 70 anos da publicação original desta obra, a Companhia das Letras está a presentear todos os leitores que, a partir de agora, comprarem um exemplar desta obra ímpar. com um póster desenhado pelo artista Fido Nesti. Como se tudo isto já não fosse imensamente aliciante, a editora, fundada por Luiz Schwarcz, disponibiliza o livro em formato de audiobook, narrado por Paulo Vinicius Justo Fernandes.
Foto: Parte da capa da edição portuguesa de \”1984\”, publicada pela Antígona.
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Sobre o autor:
Mesmo tendo sido batizado como Eric Arthur Blair, o autor usava o nome George Orwell como seu pseudónimo. Nasceu em 1903, em Motihari, na Índia. Nessa época, o país ainda pertencia ao Império Britânico. nos seus 47 anos de vida, escreveu importantes obras de ficção e de não ficção. Em 1945, publicou “A Quinta dos Animais”, até hoje, a sua obra mais popular a par com “1984”, uma sátira pessimista sobre a ameaça de uma tirania totalitária no futuro, publicada em 1949. Serviu na Polícia Imperial na Birmânia (actual Myanmar) e, mais tarde, lutou ao lado dos Republicanos na Guerra Civil Espanhola. Pertenceu à Home Guard, uma importante organização de defesa do exército britânico, e trabalhou como correspondente de guerra para a BBC, durante a Segunda Guerra Mundial. George Orwell faleceu em 1950, em Inglaterra, vítima de tuberculose. Escreveu também, entre outras obras, “Dias da Birmânia” (1934), “O Caminho para Wigan Pier” (1937) e “Homenagem à Catalunha” (1938).
Sugestões de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“1984”, de George Orwell (Antígona – Editores Refractários, WOOK):
https://www.wook.pt/livro/1984-george-orwell/192908
Leitores residentes no Brasil:
“1984”, de George Orwell (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/…/c2581bed-5e91-4b27-8ab0-1444b…
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Boas leituras!