Fernanda Diamant abandona curadoria da FLIP 2020

Responsável pela curadoria da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) nas edições de 2019, onde Euclides da Cunha foi o autor homenageado e de grande parte da edição de 2020, adiada devido à panndemia global do Coronavíeus, e, que o foco é Elizabeth Bishop, Fernanda Diamant realça que o sentido inicial de um dos mais importantes eventos literários brasileiros se perdeu e, por essa razão, tendo em conta que o tópico do racismo e da diversidade volta a estar em cima da mesa, a curdoria deve ser realizada por uma pessoa de raça negra, afim de que a futura responsável a possa reinentar em tempos tão difíceis.

Através de um comunicado enviado ao Globo, Diamant abordou a sua vontade de tornar a festa literária cada vez mais representativa e relembrou a edição de 2019, quando Euclides da Cunha foi o autor homenageado e os autores negros estiveram em destaque. Justificou ainda a escolha de Elizabeth Bishop como autora homenageada em 2020, uma decisão que gerou protestos nas redes sociais. 

“A ousadia de decidir, pela primeira vez, por uma estrangeira me pareceu um bom desafio. […] O fato da poeta ser homossexual também pesou – lembrando que o preconceito com a população LGBTQI+ vem num crescente no Brasil.” — Fernanda Diamant

Todavia, Fernanda justificou a sua decisão de deixar a curadoria da festa literária porque, na sua opinião, “a Flip, agora, precisa de uma curadora negra para reinventá-la nesse mundo pós-pandemia”, segundo Diamant, uma mulher negra “é a renovação que o evento mais importante da literatura do país precisa”. \”Por essa razão, decidi pedir demissão e declarar o meu desejo de ceder esse espaço de privilégio, de forma pública\”, completou.

Na nota, ela também revela que já havia decidido que, pelo menos, metade dos convidados de 2020 seriam autoras e autores negros e que, à sua revelia, o evento foi adiado para novembro. “Cada vez mais me parecia que a celebração desenhada previamente pertencia a uma outra época e tinha perdido sentido. Não havia nada a ser comemorado. Ainda não há”, disse acrescentando que é preciso repensar a curadoria e o próprio evento. Numa live, no mês passado, Mauro Munhoz, diretor artístico da Flip, adiantou que a festa literária deve acontecer entre a última semana de novembro e a primeira de dezembro, no formato híbrido.

Em 18 anos de história, a curadoria da festa literária nunca foi ocupada por uma pessoa negra. Em nota, a Flip agradeceu o trabalho da jornalista. “A direção artística em diálogo com o conselho da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty anunciará a nova curadoria em breve”.

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Foto: Fernanda Diamant por Nino Andres

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Boas leituras!

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