Por terras inglesas, regidas por Sua Majestade Isabel II, os britânicos não se deixaram abater pelos sucessivos confinamentos e a venda de livros aumentou além daquilo que era esperado por muitos editores e livreiros.
Com base numa série de reportagens realizadas, tendo como ponto de partida, informações trocadas num grupo de jornalistas, analistas e observadores do mercado editorial mundial que existe há mais de dez anos, sabe-se que o Reino Unido é o 2º na lista de países perfilados na PubMagNet. De acordo com Benedicte Page, no geral, o comércio de livros surpreendeu e superou as expectativas dos editores que entraram, na primavera de 2020, apreensivos devido aos impactos da pandemia.
“Houve um ressurgimento definitivo da leitura de livros durante os vários bloqueios, ajudado por um ano editorial muito forte.” — Benedicte Page, editora-adjunta da revista The Bookseller
Contudo, de forma surpreendente, contrariando todos os cenários imaginados, as vendas de livros de ficção, que estavam numa trajetória descendente o ao longo dos últimos anos, apresentaram um bom desempenho em 2020.
Page realça que, durante 17 semanas, a maioria das ficou fechada, o que afetou os dados da Books Scan, uma ferramenta da Nielsen que monitora a venda de livros no Reino Unido e no Brasil. Durante os períodos de encerramento do comércio, o instituto de pesquisa não divulgou relatórios mas, somente, a classificação de livros.
“No entanto, a Nielsen divulgou uma estimativa para as vendas totais de livros impressos no ano que diz ser ‘muito precisa’ e que revelou um aumento de 5,2% em volume e de 5,5% em valor.” — Benedicte Page, editora-adjunta da revista The Bookseller
Outra consequência da pandemia, em terras inglesas, foi a queda notável de títulos no outono. Isso ocorreu porque os editores atrasaram a publicação dos seus títulos durante o lockdown da primavera.
“Apesar disso, as editoras que mantiveram os seus lançamentos, durante a primavera-verão, em particular, a Bloomsburry, tiveram bons resultados.” — Benedicte Page, editora-adjunta da revista The Bookseller
Benedicte recorda que, no início de 2020, havia sérias preocupações de que as editoras independentes seriam dizimadas pela pandemia, mas, uma combinação de apoio governamental, através de subsídios do Arts Council England, e o aumento das compras de livros durante a pandemia, evitou esse desastre.
Apesar dos livreiros relatarem fortes períodos de vendas na reabertura do comércio, a editora da The Bookseller aponta ainda que há uma suposição – ainda não confirmada – que grande parte do aumento das vendas aconteceu nas lojas online e nos supermercados, que permaneceram abertos durante todo o ano.
\”A nossa pesquisa anual sobre as vendas de Natal dos independentes revelou que a maioria deles viu os negócios crescerem em relação ao ano anterior e estavam relativamente otimistas em relação a 2021, apesar da exaustão e do stress de um ano de encerramento, reabertura, encerramento, reabertura, etc.” — Benedicte Page, editora-adjunta da revista The Bookseller
Por fim, no que diz respeito às grandes redes, nomeadamente, a Waterstones, a Blackwells e a W. H. Smith, elas fecharam, de forma permanente, um pequeno número de lojas e a W. H. Smith, em especial, demitiu em massa.
Foto: Daunt Books, de Londres, é a livraria independente fundada por James Daunt, hoje CEO da britânica Waterstones e da americana Barnes & Noble; Fonte: Daunt Books
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Boas leituras!