Em Junho de 2020, o Museu da Língua Portuguesa, sediado em São Paulo, vai reabrir após o incêndio de 2015

Depois do grande incêndio que destruiu parte deste icónico edifício da cidade de São Paulo, onde é guardada a história da nossa língua, o museu vai reabrir no mês de Junho de 2020, devido ao patrocínio da EDP e ao apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, sem esquecer, obviamente, todos os outros contributos.

Inaugurado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa ardeu, há quase quatro anos, a 21 de Dezembro de 2015, devido a um grande incêndio. A primeira data que tinha sido escolhida para a sua reabertura, no primeiro semestre de 2019, não se concretizou. Depois, a data da reabertura foi deslocada para o final do ano passado, o que não aconteceu. Todavia, parece que, agora, a reinauguração está prevista para o próximo dia 25 de Junho de 2020, com a presença de representantes oficiais dos países da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. No que diz respeito ao público geral, a abertura acontecerá 2 dias depois.

Segundo o Governo do Estado de São Paulo, esta nova data está relacionada com o prazo até ao qual as obras de restauro, que estão a ocorrer na antiga Estação da Luz, no centro da cidade, devem estar prontas. Além disso, é seguro afirmar que o edifício vai ter uma nova cara e haverá uma nova organização interna do espaço. Nesta nova fase, o foco estará, principalmente, na montagem do acervo e na instalação de novas tecnologias.

De acordo com as autoridades de segurança brasileiras, o incêndio, a 21 de Dezembro de 2015, terá sido causado por um problema num dos holofotes, o que causou a morte de um bombeiro. Na época, em declarações ao Público, Marcello Dantas, na qualidade de diretor artísitico do museu, caraterizou a perda de parte do acervo como “terrível, visto que este é um dos maiores equipamentos de educação” do Brasil.

Se olharmos para o período entre 2006 e 2015, o Museu da Língua Portuguesa recebeu cerca de 4 milhões de visitantes, uma informação divulgada pelo Governo do Estado de São Paulo.

O museu vai reabrir com novos conteúdos, que vão emoldurar o português entre as mais de sete mil línguas faladas no planeta, ou mostrarão os muitos sotaques com que se fala a língua portuguesa. Convém referir que foram reforçadas as suas condições de segurança. Através de um comunicado, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. recebido pelo PÚBLICO, indica que “entre as novas medidas está a instalação de sprinklers [aspersores de combate a incêndio]”. No entanto, Marcello Dantas, já em 2015, garantia que o edifício contava com aspersores.

“São Paulo e o Brasil ganharão um imóvel completamente restaurado, com o aparato de segurança mais avançado que existe e ampliação de sua área.” — Sérgio Sá Leitão, o secretário da Cultura de São Paulo

A obra passou por três fases: restauro das fachadas, reconstrução da cobertura e recuperação dos espaços internos. No total, o museu ampliará a sua área útil e vai ganhar, entre outras valências, um café.

Em 2017, o primeiro-ministro, António Costa, prometeu a participação do Estado português nos esforços de reconstrução, nomeadamente através do Instituto Camões.

No momento, há uma empresa e uma fundação portuguesas envolvidas na sua reconstrução orçado em 81,4 milhões de reais (cerca de 18 milhões de euros). na fase inicial, previa-se que a obra custasse 65 milhões de reais (18 milhões de euros), sendo 34 milhões (9,5 milhões) provenientes de iniciativa privada.

Da responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o seu principal patrocinador é a EDP e, além de outros patrocinadores como o Grupo Globo ou o Itaú, tem o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Por fim, não poderia deixar de salientar que, nesta Segunda-feira, foi o dia de lançamento do concurso para a contratação da entidade que fará a gestão do equipamento. Podem candidatar-se organizações sociais de cultura, instituições não-governamentais, associações ou fundações de direito privado e sem fins lucrativos que podem actuar em parceria com o governo estatal, entre outras competências, na gestão dos seus equipamentos.

Foto: Joca Duarte

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Boas leituras!

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