Criada por Tiago Rodrigues, atual diretor do Festival de Avignon, “Catarina e a beleza de matar fascistas” vai ser publicada em livro, em solo português,, pela Edições Tinta-da-China. A data de chegada às livrarias é o dia 18 de abril.
Desde a sua estreia, no ano de 2020, que o espetáculo de Tiago Rodrigues, antigo diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, tem esgotado sempre que está em cartaz.
O enredo desta peça centra-se numa família em que matar fascistas é uma tradição. No entanto para Catarina, a mais nova da família, este é um ritual que ela se recusa a cumprir. No seu ponto de vista, ela argumenta que todas as vidas devem ser defendidas, sendo necessário falar e entender aqueles que acabam por votar na extrema-direita, não sendo fascistas.
O espetáculo levanta questões como: “Há lugar para a violência na luta por um mundo melhor? Podemos violar as regras da democracia para melhor a defender?”
No final da peça, há um longo discurso de um membro de um partido populista então no poder, que em 2020 tinha apenas um deputado, mas que entretanto conseguiu chegar aos 117, alcançando maioria absoluta.
Sem datas anunciadas para ser levada à cena em Portugal, a peça vai mostrar-se no Teatro Schaubühne, um dos centros mais efervescentes do teatro europeu, em Berlim. Esta é a primeira vez que este importante teatro alemão recebe peças de teatro na língua de Camões. Esta peça será representada, no âmbito do Festival International New Drama (FIND), dias antes do lançamento do livro, que está marcado para 24 de abril, às 21h30, na Culturgest, em Lisboa.
Em 2020, o texto da peça-fenómeno de Tiago Rodrigues foi publicado no formato de livro em França. “Catarina et la beauté de tuer des fascistes” era o título da publicação, numa edição de Les Solitaires Intempestifs e com tradução de Thomas Resendes.
Se, por um lado, em Itália, “Catarina e a beleza de matar fascistas“ recebeu o Prémio Ubu de melhor peça estrangeira, por outro, também foi alvo de protestos, com o deputado Federico Mollicone, do partido Irmãos de Itália (Fratelli d’Italia), a apelar a que o espetáculo fosse retirado do cartaz do Teatro di Roma.
Para finalizar, o The New York Times considerou esta peça teatral como um dos melhores espetáculos na Europa em 2022.
Foto: Peça de teatro “”Catarina e a beleza de matar fascistas”, de Tiago Rodrigues, por José Coelho
Sobre o autor:
Nascido em Lisboa em 1977, Tiago Rodrigues, que é ator, encenador e dramaturgo, é considerado um dos mais relevantes criadores portugueses da sua geração, começou por escrever para os espectáculos do Mundo Perfeito, a sua própria companhia. Nos últimos anos, também ten escrito para outros artistas de teatro, dança e performance. É ainda argumentista de cinema e televisão, destacando-se a autoria da premiada mini-série “Noite sangrenta”. Colabora regularmente com diversos jornais e revistas portugueses e internacionais. Das suas várias peças de teatro, destacam-se “Coro dos amantes”, “Se uma janela se abrisse”, “Tristeza e alegria na vida das girafas”, “Três dedos abaixo do joelho”, apresentadas nalguns dos mais importantes teatros e festivais da Europa, América Latina e Médio Oriente. Em 2019, recebeu o Prémio Pessoa. “Catarina e a beleza de matar fascistas”, peça teatral da sua autoria, que estreou em 2020, foi considerada pelo The New York Times, como um dos melhores espetáculos na Europa em 2022.
Sugestão de leitura:
Leitores residentes em Portugal:
**”Catarina e a beleza de matar fascistas”, de Tiago Rodrigues (Edições Tinta da China, site da editora):
https://tintadachina.pt/produto/catarina-e-a-beleza-de-matar-fascistas/
**Obs: Livro em pré-venda. Envio a partir de 18/03/2024
Boas leituras!