Como já tínhamos noticiado antes, os herdeiros de Carlos Drummond de Andrade, que estão responsáveis pelos direitos de autor do poeta, cessaram o contrato de publicação com a Companhia das Letras. a casa editorial que publicou a maioria das obras de Drummond de Andrade desde 2011. Ontem, o jornal O Globo divulgou que o plano dos herdeiros deste importante autor brasileiro é levar os seus livros de regresso para a Editora Record.
O anúncio oficial dessa migração será anunciado oficialmente hoje, o dia em que o Carlos Drummond de Andrade comemoraria 119 anos, na programação do 1º Festival Literário Internacional de Itabira.
De acordo com o neto Pedro Augusto, a Editora Record apresentou uma proposta objetiva onde existem percentagens maiores sobre o preço de capa dos livros, a partir de um determinado número de exemplares vendidos.
A casa editorial carioca já havia trabalhado por décadas com o autor. Além disso, a extinta editora Cosac Naify também chegou a publicar alguns dos seus títulos, como as coletâneas em prosa \”Confissões de Minas\”, \”Passeios na Ilha\”, além de um compilado anotado de sua poesia até 1962.
Foto: Carlos Drummond de Andrade por Alberto Jacob
Sobre o autor:
Escritor brasileiro, Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, em 1902. Estudou em Belo Horizonte e diplomou-se em Farmácia, carreira que não exerceu, e fez a sua vida no Rio de Janeiro, entregando-se às letras. Aderiu ao Modernismo, no qual se distinguiu. Como poeta, estreia-se em 1930 com “Alguma Poesia”, obra à qual se seguem outras que estão reunidas em “Poesia até Agora” e “Fazendeiro do Ar” (1955). Aí se encontram: “Alguma Poesia, Brejo das Almas” (1934), “Sentimento do Mundo” (1940), “José” (1942), “A Rosa do Povo” (1945), “Novos Poemas” (1948), “Claro Enigma” (1951) e “Fazendeiro do Ar”, apenas com exclusão da poesia circunstancial de “Viola de Bolso” (1952). Escreve ainda “Ciclo” (1957), “Poesias” (1959) e “Lição de Loiras” (1962), reunindo, então, toda a sua produção literária em “Obras Completas” (1965). Na sua poesia, caldeiam-se o sarcasmo, a ironia, o humor, mas há lirismo puro e profundo, a pesquisa do «sentimento do mundo», por vezes a revelação do seu mundo interior, do seu povo, da sua paisagem, atingindo a verdadeira serenidade e pureza clássicas em muitas composições. Foge do sentimental, do patético, mas afirma uma poesia séria, de sentimento límpido e acentuado sentido trágico, transmitidos com discrição e delicadeza. É, então, uma poesia séria, meditada, que se insere no Modernismo brasileiro. É evidente a sua preocupação formal e a abordagem dos temas numa atitude anti-lírica. Tem para ele um grande relevo o mistério da palavra que considera relevadora de poesia. É evidente a sua progressiva depuração quanto ao tema. Como ficcionista, escreve “Contos de Aprendiz” (1951); como cronista e crítico, é autor de “Confissões de Mimas” (1944), “O Gerente” (1945), “Passeios na Ilha” (1952), “Fal, Amendoeira” (1957). Na prosa há humor e cepticismo, por vezes uma certa ironia e graça sem esconder a sua natural preocupação com o homem e com o autêntico. Carlos Drummond de Andrade faleceu em 1987 no Rio de Janeiro. No ano de 2002 comemorou-se o centenário do nascimento do poeta.
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Boas leituras!