Principal livro do escritor mineiro Lúcio Cardoso, o romance \”Crônica da Casa Assassinada\” voltou a ser editado. Considerada a obra-prima de um dos principais escritores brasileiros, o livro conta a história do clã dos Meneses, através de diferentes narradores, que se enfrentam e se contradizem, o que faz com que seja construído um retrato profundo da vida familiar.
“O dom poético, o dom de criar vida, atmosfera, de armar os lances imprevisíveis e patéticos do destino. Na \’Crônica da Casa Assassinada\’ culminou essa força demiúrgica de Lúcio.” — Manuel Bandeira
Livro responsável por abalar o meio literário brasileiro em 1959, aquando da sua publicação, \”Crônica da Casa Assassinada\” tem, como tema central, a história de uma família em decadência: cada geração se vê mais pobre que a anterior, dilapidando o património para sobreviver. Contudo, Os Meneses continuam a ser respeitados na pequena comunidade mineira onde vivem.
A Chácara, a grande casa que gera orgulho mas também aprisiona, é vista com reverência e desconfiança por todos aqueles que conhecem o clã. Ainda assim, a chegada de Nina — jovem carioca que se muda após o casamento com Valdo, o irmão do meio, vai abalar a relação difícil que se estabelece entre os irmãos.
É importante realçar que esta obra utiliza a pluralidade de vozes narrativas para explorar os limites do desejo e da submissão.
Foto: Lúcio Cardoso/Divulgação
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Sobre o autor:
Lúcio Cardoso (1912-1968) Nascido Joaquim Lúcio Cardoso Filho, foi romancista, dramaturgo, jornalista e poeta brasileiro, reconhecido pela Academia Brasileira de Letras, que lhe conferiu, em 1966, o Prémio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. A sua obra-prima Crônica da Casa Assassinada (1959) é um dos livros mais cultuados da literatura brasileira, tendo sido traduzido para o francês, italiano e inglês. Junto com o romancista Otávio de Faria (1908-1980) e o poeta Vinícius de Moraes (1913-1980), Lúcio Cardoso é considerado um dos expoentes da intimista que despontou no Brasil na década de 1930. A sua obra inaugurou na literatura brasileira um mergulho no cerne do indivíduo moderno em que os dramas, as dúvidas e os questionamentos existenciais sobrepujam-se à descrição naturalista ou à crítica social. A literatura de Cardoso teria imenso impacto sobre a obra de Clarice Lispector (1920-1977), de quem foi amigo, mentor e cuja relação com Cardoso abriu-lhe novas possibilidades profissionais e literárias. O envolvimento com o teatro abriu caminho para a sua verdadeira paixão, o cinema. Em 1962 teve um acidente vascular cerebral, que paralisou o lado direito do seu corpo, impedindo-o de escrever. Passou então a dedicar-se com afinco à pintura e chegou a realizar duas exposições ainda em vida. Morreu aos 56 anos, vitimado por um segundo AVC.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
\”Crónica da Casa Assassinada\”, de Lúcio Cardoso (Compasso dos Ventos, Wook):
https://www.wook.pt/livro/cronica-da-casa-assassinada-lucio-cardoso/22104641
Leitores residentes no Brasil:
\”Crônica da Casa Assassinada\”, de Lúcio Cardoso (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/cronica-da-casa-assassinada-1-ed-2021/artigo/10189424-cd37-482e-95c5-58297fbeae5f
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Boas leituras!