Autor de obras como \”A Rosa do Povo\”, \”O Sentimento do Mundo\”, \”Amor Natural\” e/ou \”Contos de Aprendiz\”, entre muitos outros, prevê-se uma nova fase para as obras de Carlos Drummond de Andrade, depois da cessação dos contratos de edição e de representação literária celebrados com a Companhia das Letras e a Agência Riff.
\\Recentemente, o jornal O Globo noticiou que Carlos Drummond de Andrade deixará de ser publicado pela Companhia das Letras. No que diz respeito à justificação desta decisão pelo grupo editorial, que publica as suas obras há uma década, ou seja, desde 2011, a editora revelou “não ver possibilidade de aceitar os termos de renovação do contrato\”, sem especificar exatamente quais seriam esses termos.
De acordo com a investigação jornalística levada a cabo pela publicação acima mencionada, a decisão teria partido da casa editorial, devido às exigências solicitadas pela família. Do ponto de vista familiar, Pedro Drummond, neto do poeta e representante da família nas questões de direitos autorais, optou por não comentar o assunto e agradeceu somente ao \”pessoal da Companhia pelo trabalho que realizaram nestes anos\”.
Desde 2011, a Companhia das Letras levou 54 títulos de Drummond, entre poesia, crónicas, diários, antologias e livros infantis para as prateleiras das livrarias brasileiras.
Agora, após a cessação do contrato, Pedro declarou ao jornal que precisa de tempo para “pensar com a cabeça fria\” e decidir o destino da obra do avô. Além disso, após 20 anos, a Agência Riff também deixou de representar a obra do poeta. Em nota tornada pública, a agência disse que “os assuntos relativos à obra e aos diretos autorais de Carlos Drummond de Andrade devem sem tratados, a partir de agora, diretamente com eles [os netos de Drummond, Pedro e Luis Maurício]\”.
Foto: Carlos Drummond de Andrade/Divulgação
Sobre o autor:
Escritor brasileiro, Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, em 1902. Estudou em Belo Horizonte e diplomou-se em Farmácia, carreira que não exerceu, e fez a sua vida no Rio de Janeiro, entregando-se às letras. Aderiu ao Modernismo, no qual se distinguiu. Como poeta, estreia-se em 1930 com \”Alguma Poesia\”, obra à qual se seguem outras que estão reunidas em \”Poesia até Agora\” e \”Fazendeiro do Ar\” (1955). Aí se encontram: \”Alguma Poesia, Brejo das Almas\” (1934), \”Sentimento do Mundo\” (1940), \”José\” (1942), \”A Rosa do Povo\” (1945), \”Novos Poemas\” (1948), \”Claro Enigma\” (1951) e \”Fazendeiro do Ar\”, apenas com exclusão da poesia circunstancial de \”Viola de Bolso\” (1952). Escreve ainda \”Ciclo\” (1957), \”Poesias\” (1959) e \”Lição de Loiras\” (1962), reunindo, então, toda a sua produção literária em \”Obras Completas\” (1965). Na sua poesia, caldeiam-se o sarcasmo, a ironia, o humor, mas há lirismo puro e profundo, a pesquisa do «sentimento do mundo», por vezes a revelação do seu mundo interior, do seu povo, da sua paisagem, atingindo a verdadeira serenidade e pureza clássicas em muitas composições. Foge do sentimental, do patético, mas afirma uma poesia séria, de sentimento límpido e acentuado sentido trágico, transmitidos com discrição e delicadeza. É, então, uma poesia séria, meditada, que se insere no Modernismo brasileiro. É evidente a sua preocupação formal e a abordagem dos temas numa atitude anti-lírica. Tem para ele um grande relevo o mistério da palavra que considera relevadora de poesia. É evidente a sua progressiva depuração quanto ao tema. Como ficcionista, escreve \”Contos de Aprendiz\” (1951); como cronista e crítico, é autor de \”Confissões de Mimas\” (1944), \”O Gerente\” (1945), \”Passeios na Ilha\” (1952), \”Fal, Amendoeira\” (1957). Na prosa há humor e cepticismo, por vezes uma certa ironia e graça sem esconder a sua natural preocupação com o homem e com o autêntico. Carlos Drummond de Andrade faleceu em 1987 no Rio de Janeiro. No ano de 2002 comemorou-se o centenário do nascimento do poeta.
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