Ontem, aos 73 anos, Celso José da Costa. que é um matemático brasileiro premiado, viu a narrativa do seu romance “A Arte de Driblar Destinos” conquistar o júri de forma unânime.
O romance “A arte de driblar destinos” é descrito como uma “saga familiar que reflete muito bem, com ritmo e vivacidade, o mundo social do interior do Brasil. O tema é o processo de educação de um jovem em contextos nem sempre fáceis, e joga entre o pícaro e o trágico, num equilíbrio que se mantém desde o início”. Entre o que o júri descreve como “qualidades” estão “a forma como se organiza a estrutura romanesca e a limpidez da narrativa que nos permitem seguir um mundo de estoreas que nos obrigam a seguir a leitura como se ouvíssemos a voz e as vozes que por ela perpassam”.
Sobre o autor, o comunicado divulgado pelo grupo editorial LeYa Portugal revela que Celso José da Costa nasceu no estado do Paraná, no ano de 1949, e é doutorado com uma tese sobre geometria diferencial.
Quando recebeu a chamada para ser informado que tinha sido o vencedor, o autor disse:
“Uma notícia dessas muda totalmente o dia em termos de felicidade. É uma honra para um escritor ganhar o Prémio LeYa, que é um dos principais prémios da língua portuguesa. Evidentemente que quando se concorre a gente flutua entre o desejo de receber
e a impossibilidade de receber.”
— Celso José da Costa, autor de “A arte de driblar destinos”
Numa conversa com o jornal português Público, o escritor, agora premiado, revela:
“Os meus principais inspiradores são Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, o brasileiro Guimarães Rosa e também Valter Hugo Mãe com
a sua linguagem poética.”
— Celso José da Costa, autor de “A arte de driblar destinos”
Como já é habitual, o anúncio foi realizado por Manual Alegre, presidente do júri, sendo que, na edição do presente ano, concorreram no total 218 originais, oriundos de Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, Holanda, Inglaterra, Japão, Moçambique e Polónia.
Para além de Manuel Alegre, o painel de jurados foi formado pela escritora e poeta angolana Ana Paula Tavares, a jornalista, escritora e crítica literária portuguesa Isabel Lucas, o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, por Lourenço do Rosário, professor de Letras, fundador e antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o poeta Nuno Júdice.
Com o valor de 50 mil euros, o Prémio LeYa é o maior prémio literário para romances inéditos em língua portuguesa.
Os brasileiros Murilo Carvalho (“O Rastro do Jaguar”, 2008) e Itamar Vieira Júnior (“Torto Arado”, 2018); o moçambicano João Paulo Borges Coelho (“O Olho de Hertzog”, 2009); os portugueses João Ricardo Pedro (“O Teu Rosto Será o Último”, 2011), Nuno Camarneiro (“Debaixo de Algum Céu”, 2012), bem como a portuguesa residente em Londres Gabriela Ruivo (“Uma Outra Voz”, 2013),, Afonso Reis Cabral (“O Meu Irmão”, 2014), António Tavares (“O Coro dos Defuntos”, 2015), João Pinto Coelho (“Os Loucos da Rua Mazur”, 2017) e José Carlos Barros (“As Pessoas Invisíveis”, 2021) são os nomes que figuram entre os vencedores deste galardão. Em 2010, 2016 e em 2019, o prémio não foi atribuído por falta de qualidade das obras concorrentes.
Foto: Celso José da Costa/Divulgação
Boas leituras!