\”A Glória e seu Cortejo de Horrores\”, de Fernanda Torres, é a próxima obra a ser discutida no Encontro de Leituras

Nascida em 1965, no Rio de Janeiro, a atriz, escritora e cronista Fernanda Torres é a convidada da sessão de 13 de Julho, às 22h de Lisboa (18h de Brasília), na plataforma Zoom, com a ID 912 9667 0245 e a senha de acesso 547272. A moderação, como é habitual, cabe às jornalistas Isabel Coutinho, responsável pelo site do jornal Público dedicado aos livros, o Leituras, e Úrsula Passos, editora-assistente de Cultura da Folha de São Paulo.

Há uns anos, quando esteve no palco da Festa Literária Internacional de Paraty, no Brasil, pouco depois de lançar o seu primeiro romance, \”Fim\”, Fernanda Torres revelou que uma das coisas que a levaram até à literatura foi a crise que sentia no teatro e no cinema.

A actriz que conhecemos de séries de televisão como \”Os Normais\” ou \”Tapas e Beijos\”, de peças de teatro como o monólogo \”A Casa dos Budas Ditosos\” (adaptação que fez do livro de João Ubaldo Ribeiro) ou de filmes como \”Eu Sei Que Vou Te Amar\” (1986), de Arnaldo Jabor, que lhe valeu o Prémio de Melhor Actriz do Festival de Cannes, ou Kuarup, de Ruy Guerra (1989), começou a escrever, à noite, como forma de escapar ao seu dia-a-dia.

Após o sucesso do seu romance de estreia, lançou no Brasil, anos depois, \”A Glória e seu Cortejo de Horrores\”, romance ambientado no universo do espectáculo e do entretenimento que conhece desde pequena e que retrata “uma geração que viu sua ideia de arte sucumbir ao mercado, à superficialidade do mundo hiper-conectado e, sobretudo, à derrocada de suas próprias ilusões”, como resume o site da editora Companhia das Letras. 

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Fonte: Companhia das Letras Portugal

A personagem principal é um actor de meia-idade, Mário Cardoso, que depois de ter começado no teatro e no cinema independente se tornou um galã das telenovelas. Quando entrou em declínio, acreditou que se fizesse uma encenação da peça de Shakespeare onde interpretaria o Rei Lear conseguiria voltar a dar uma volta na sua carreira. No entanto, sendo a escritora Fernanda Torres uma especialista em tragicomédia, as coisas não acontecem como ele imaginava.

“Que importância teria um actor em meio a toda essa derrocada? Eu era peça de museu, lia jornal em folha impressa, atendia telefone fixo, comia glúten, tomava antibiótico e amava os romances do século XIX. Agradeci a falta de filhos, era um futuro a menos para eu me preocupar”, confessa o protagonista.

Ainda assim, há outra preocupação na vida de Mário Cardoso: a sua mãe, que vive sozinha, desenvolve uma degenerescência cerebral e começa a perder as suas capacidades e a ficar confusa com o mundo que a rodeia.

Originalmente publicada em 2017 no Brasil pela Companhia das Letras e no ano seguinte em Portugal, esta narrativa, que atravessa não só as várias fases da carreira deste actor de meia-idade, mas também várias épocas da história do Brasil, estará em discussão no próximo Encontro de Leituras, o clube de leitura do jornal Público e da Folha de S. Paulo.

Curiosamente, este romance deve o título a uma expressão muito usada pela mãe da escritora (que é filha da actriz Fernanda Montenegro e do actor Fernando Torres), “Ah, a glória e o seu cortejo de horrores”, como Fernanda Torres explica na dedicatória que lhe faz no livro.

Pelo Encontro de Leituras, que acontece todas as segundas terças-feiras de cada mês, já passaram como convidados Ondjaki, Valter Hugo Mãe, Nádia Battella Gotlib, José Luís Peixoto, Marília Garcia, Jeferson Tenório e Afonso Reis Cabral. Esses encontros podem ser ouvidos no podcast Encontro de Leituras.

Foto: Fernanda Torres por Nuno Ferreira Santos

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Sobre a autora:
Fernanda Torres nasceu no Rio de Janeiro, em 1965. Filha dos actores Fernando Torres e Fernanda Montenegro, estreou-se nos palcos em 1978, com \”Um Tango Argentino\”. Desde então, entre peças de teatro, telenovelas e filmes, Fernanda conquistou o mundo artístico com um talento inato e uma versatilidade ímpar. As suas prestações em \”Os Normais\”, série de culto no Brasil, e no monólogo \”A Casa dos Budas Ditosos\”, de João Ubaldo Ribeiro, marcaram uma geração. Recebeu vários prémios para melhor actriz ao longo dos anos, entre os quais o do Festival de Cannes. Além de actriz, Fernanda Torres é também colunista na Folha de S. Paulo, na Veja Rio e na revista literária piauí. Em 2013, o livro \”Fim\” assinalou a sua estreia literária. No ano seguinte, publicou \”Sete Anos\” e, três anos depois, “A Glória e seu Cortejo de Horrores”.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“A Glória e seu Cortejo de Horrores”, de Fernanda Torres (Companhia das Letras Portugal, Wook):
https://www.wook.pt/livro/a-gloria-e-seu-cortejo-de-horrores-fernanda-torres/21319294

Leitores residentes no Brasil:
“A Glória e seu Cortejo de Horrores”, de Fernanda Torres (Companhia das Letras, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/a-gloria-e-seu-cortejo-de-horrores-1-ed-2017/artigo/99277ebb-6816-433f-9c88-0d4a72be4832

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Boas leituras!

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