Bertrand Editora traz o primeiro volume de \”A Dança da Morte\”, de Stephen King, para as livrarias portuguesas em março

Existem por aí fãs portugueses do mestre Stephen King? Nos últimos anos, com bastante frequência, a Bertrand Editora, a casa editorial que, em Portugal, detém os direitos de publicação do autor norte-americano tem publicado os seus livros. A título de exemplo, de 2017 para cá, foram editados \”SR. Mercedes\”, \”Perdido e Achado e \”Fim de Turno\”, que foram a Trilogia Bill Hodges, \”IT – A Coisa\”, em 2 volumes, \”Samitério de Animais\”, \”O Intruso\”, \”Belas Adormecidas\”, uma obra escrita em parceria com o seu filho Owen King, \”Elevação, \”Escrever – Memórias de um Ofício\” e \”O Instituto\”. Como se tudo isto já não fosse suficiente, o primeiro volume da edição portuguesa de \”The Stand\”, cuja narrativa foi editada, pela primeira vez, em 1978 e que, recentemente, foi adaptada para uma série televisiva produzida pela HBO, vai chegar a Portugal, no próximo mês de março, sob o título de \”A Dança da Morte\”. Quanto ao Brasil, ele chegou às livrarias através da Editora Suma.

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Fonte: Hodder & Stoughton

Por vezes, a ficção ganha o seu próprio espaço e protagonismo dentro das nosas vidas e transforma a nossa realidade. Se há um livro que, neste momento, nos envolve nessa sensação assutadora, esse livro é \”The Stand\”. Nas suas mais de 1100 páginas, se tivermos em conta a edição revista e completa, de 1990, na qual Steohen King anula algumas pontas soltas e dá alguns retoques ao universo que criou), temos, em linhas gerais, a história de um mundo dizimado por uma pandemia – uma super gripe – e o que sobra dele.

Ao contrário do que se possa pensar, não é a história pós-apocalíptica que o século XXI transformou em coisa viral para televisão mas, sim, é uma reconstrução mais clássica, assente nas raízes do bem e do mal. O autor preocupa-se com os elementos que servem de base a uma sociedade que nasce de um evento catastrófico e não se foca tanto nos aspetos relacionados com a sobrevivência das suas personagens.

A super gripe que nos é apresentada em “The Stand” foi fabricada pelo governo norte-americano numa base militar. E espalha-se muito rapidamente, ela é tão veloz que os padrões de King, no ano de 1978, ainda assustam em 2020: Por outras palavras, e se compararmos o modo como o coronavírus se continua a propagar, este vírus é coisa de criança.

No início, ficamos a saber que grande parte da população mundial morre. É uma espécie de “The Leftovers”, ainda que no sentido inverso. Em vez de desaparecer 2% da população, sobram apenas uns 2%, porque o vírus tem uma taxa de letalidade incrivelmente alta. Além disso, mata muito rapidamente. Só uma parte reduzida da humanidade é que é imune e não infecciosa. Assim sendo, são estes que sobrevivem, pessoas que não são boas nem más, que são pessoas normais, somente, sem qualquer característica especial. Contudo, elas acabam por ficar envolvidas numa luta entre grupos inimigos, ambos com vontade de controlar o que resta da humanidade.

Foi enquanto fã de \”O Senhor dos Anéis\”, de J. R. R. Tolkien, que Stephen King elaborou esta obra. Todavia, as suas mais de mil páginas não são megalomania, mas papel para acomodar as dezenas de personagens criadas, as mesmas que dão vida a esse país numa realidade alternativa. São personagens que representam tipos de pessoas, profissões, condições e vontades.

Diria que, no seu conjunto, essas mesmas páginas criam o que poderíamos chamar de mini-mundo, uma existência guardada na bolha imaginativa que é a cabeça de King. Aliás, é dessa vontade de criar um épico entre a fantasia, o thriller e ficção científica que nasce o lado mais clássico de “The Stand”, que se mescla com o místico e o sobrenatural.

Até aos dias que correm, continua a ser um dos romances mais arrojados e ambiciosos de Stephen King. Esse arrojo e a ousadia impregnada não é mensurada só pelo número de páginas.  Há uma questão de escala aqui, em que o autor – à época, em 1978, no seu quinto romance — abandona a escrita de histórias mais centradas num único protagonista, nomeadamente como “The Shining”, “Rage” ou “Carrie”, e a sua evolução, e consequente expansão, leva-o para uma ideia de mundo.

Outro facto que chama a nossa atenção é que, apesar da ação acontecer nos Estados Unidos, a pandemia é global e as personagens refletem isso mesmo. É difícil apontar um protagonista em “The Stand” e até o cliché de o protagonista ser a pandemia é evitado.

Depois,existe um elemento que, normalmente, costuma ser raro nestas histórias apocalípticas: a história cresce muito para além do que podemos imaginar à primeira vista. Mesmo no período de pós-pandemia, tudo aquilo que acontece é muito credível, tanto no ano em que esta narrativa chegou em forma de livro, como agora.

Lido hoje, \”The Stand\” envolve o leitor num cenário que se consegue imaginar, sem muito esforço, dado que se encaixa nas hipóteses de pandemias estudadas pelos cientistas e enquadra-se igualmente nos dias que estamos a viver — ainda que o vírus criado por Stephen King seja mais lento e menos mortal que o novo coronavírus. Essa característica de credibilidade transforma este romance num dos livros mais respeitados pela crítica e um daqueles que aparece, com frequência, nas listas de “melhores livros de Stephen King”.

Por fim, é importante realçar que a série, baseada neste livro, possui 9 episódios, foi criada por Josh Boone e Benjamin Cavell, e conta com guiões escritos, nos 9 episódios, por Stephen King e por Owen King, em 7 deles. Ela já está disponível no catálogo da HBO Portugal. Em termos de elenco, temos interpretações de James Marsden, Odessa Young, Owen Teague, Alexander Skarsgård, Amber Heard e Whoopi Goldberg entre outros.

Foto: Stephen King por WireImage

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Sobre o autor:
Romancista norte-americano, Stephen King nasceu em 1947 em Portland, no Maine. Deu início aos seus estudos secundários na Lisbon Falls High School, onde começou a escrever contos. Desde 1974, ano em que publicou “Carrie”, que seria adaptado para o cinema, somente, um par de anos depois, King já escreveu e publicou mais de 50 livros, o que já o fez superar a barreira dos 300 milhões de exemplares vendidos a nível mundial. É o autor vivo que, neste momento, possui mais adaptações das suas obras. Aos 73 anos, mantém uma produção literária impressionante e “Joyland” está, neste momento a ser adaptado para um filme.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes no Brasil:
“A Dança da Morte”, de Stephen King (Editora Suma, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/a-danca-da-morte-1-ed-2013/artigo/a76fd62e-ff93-4520-8293-7a897fbf52e9

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Boas leituras!

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