De ascendência indiana, a autora americana Avni Doshi teve \”Burnt Sugar\”, o seu romance de estreia, editado em Portugal pela Dom Quixote sob o título de \”Açúcar Queimado\”, traduzido por Tânia Ganho, nomeado para a edição de 2020 do Booker Prize e para a edição de 2021 do Women\’s Prize for Fiction. Contudo, as suas conquistas não vão parar por aqui.
A premissa apresenta-nos uma história de obsessões e traição. Uma história de amor envenenada, cujos protagonistas, ao contrário do que seria de esperar, não são dois amantes: são mãe e filha.
Em termos de enredo, Tara era uma rebelde na sua juventude. Abandonou o seu casamento infeliz e foi viver para um ashram, uma comunidade espiritual hindu, mendigou nas ruas – porque a família abastada lhe fechou a porta de casa – e passou anos a correr atrás de um artista sem eira nem beira, com a filha a reboque.
Hoje, é uma mulher com falhas de memória, que paga o salário da empregada a dobrar e se esquece do gás ligado durante a noite. A filha, agora adulta, vê-se obrigada a cuidar de uma mãe que nunca quis saber dela em criança.
Acutilante e cáustica, Avni Doshi faz-nos questionar não só até que ponto conhecemos as pessoas que nos são mais chegadas, mas também em que medida conhecemos os nossos próprios limites.
Na opinião do júri do Booker Prize do ano passado, onde o romance foi \”muitíssimo bem escrito, simultaneamente dilacerante e comovente.\”.
Naturalmente, essas duas nomeações deram-lhe bastante visibilidade e, até agora, os direitos de publicação desta sua narrativa já foram adquiridos por, pelo menos, 26 países. No Brasil, a obra foi publicada pela Dublinense, numa edição de 272 páginas traduzidas por Adriana Lisboa.
Entretanto, esta semana, a agência literária Pontas anunciou que \”Açúcar Queimado\” vai ser adaptado em dose dupla, neste caso, para o teatro e para o cinema. Para o primeiro formato, neste momento, o que sabemos é que a estreia da peça está prevista para o ano de 2023 na cidade de Londres. Em relação à adaptação para a sétima arte, o guião e a realização do filme ficarão a cargo da realizadora Indo-canadiana Deepa Mehta que, no seu currículo, possui uma nomeação para um óscar e diversos filmes e séries de TV premiadas.
Foto: Avni Doshi por Rohit Jain Paras
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Sobre a autora:
Avni Doshi nasceu em Nova Jersey e vive atualmente no Dubai. Possui um BA em História da Arte pela Barnard College de Nova York e um mestrado na mesma área pela University College London. Ela recebeu o Prêmio Tibor Jones do Sul da Ásia, em 2013, e uma bolsa Charles Pick no ano seguinte. Os seus escritos apareceram na Vogue britânica, Granta e The Sunday Times. Quanto apo seu romance de estreia, “Burnt Sugar,”, foi originalmente lançado na Índia sob o título “Girl in White Cotton”, onde ganhou o Sushila Devi Award em 2021 e foi listado para o prêmio de primeiro romance da Tata de 2019. Após a publicação no Reino Unido, foi selecionado para o Booker Prize de 2020. Em 2021, foi listado para o Prêmio das Mulheres. Eleito o Livro do Ano de 2020 pelo The Guardian, Economist, Spectator e NPR, está a ser publicado em 24 idiomas. Avni está atualmente a trabalhar no seu segundo livro.
Sugestão de Leitura:
Leitores residentes em Portugal:
“Açúcar Queimado”, de Avni Doshi (Dom Quixote, Wook):
https://www.wook.pt/livro/acucar-queimado-avni-doshi/25381862
Leitores residentes no Brasil:
“Açúcar Queimado”, de Avni Doshi (Dublinense, Livraria da Travessa):
https://www.travessa.com.br/acucar-queimado-1-ed-2021/artigo/8c7dc46f-e0f9-482f-80a4-6a941b4522ce
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Boas leituras!