Com um prefácio de Cidinha da Silva e projeto gráfico de No Martins, aproveitando a efeméride dos 60 anos da publicação de \”Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada\”, que é uma das pérolas da literatura negra brasileira, da autoria de Carolina Maria de Jesus, a Ática devolve esta obra importantíssima às prateleiras das livrarias das terras de Vera Cruz.
Em 1960, a literatura brasileira viveu um momento muito especial. \”Quarto de despejo: Diário de uma Favelada\”, obra-prima de Carolina Maria de Jesus (1914- 1977) era apresentada aos leitores brasileiros e, quase de imediato, ganharia o mundo e, em 2020, o livro completou os seus 60 anos publicação.
Relembro que, nessa ocasião, a Companhia das Letras, grupo editorial fundado pelo editor Luiz Schwarcz, anunciou que parte da obra da escritora iria para o seu catálogo. No entanto, a obra-prima de Carolina manteve os seus direitos de publicação na Ática.
Em linhas gerais, foi o diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro. Nele, ela relata o seu quotidiano triste e cruel vivido na favela onde residia.
Através de linguagem simples, mas contundente, Carolina comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
Agora, o livro ganha uma novíssima edição, que chegará em breve às livrarias com prefácio de Cidinha da Silva, autora de \”Um Exu em Nova York\”, vencedor do Prêmio Biblioteca Nacional de 2019.
Em paralelo, além desta obra-prima da literatura negra brasileira que vai ser reeditada com uma nova capa, os leitores vão ter, como bónus, um livro escrito pela dramaturga Edy Lima que se debruça sobre o processo de montagem da adaptação teatral.
Junto com a nova edição deste clássico, que voltou a frequentar as listas dos mais vendidos em 2020, a Ática colocará no mercado o roteiro escrito pela dramaturga gaúcha Edy Lima para a montagem de \”Quarto de Despejo\” dirigida por Amir Haddad em 1961.
O espetáculo teve Ruth de Souza no papel principal numa produção da Companhia Nydia Licia, com cenários de Cyro del Nero, que levou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais por esse trabalho.
Para compor a personagem, a atriz foi até a Favela do Canindé, onde Carolina Maria de Jesus escreveu o seu diário. No livro seguinte, \”Casa de Alvenaria\”, Carolina registou o episódio: “Fui à cidade. Vou sair com o repórter e a Ruth de Souza. Vamos na favela. A Ruth quer identificar os tipos para representar no palco”. Lá, no Canindé, foi feita a famosa foto em que a escritora aparece ajeitando o lenço na cabeça da atriz. O registro fotográfico serviu de base para a capa do volume, também pensada por No Martins.
Foto: Carolina Maria de Jesus/Divulgação
Sobre a autora:
Nascida a 14 de março de 1914, em Minas Gerais, foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, conhecida por seu livro \”Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada\” publicado em 1960. Autora de \”Casa de Alvenaria\”, \”Diário de Bitita\”, entre outros, Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.
Também estamos no Instagram:
https://www.instagram.com/sonhandoentrelinhas/
Boas leituras!