Alexandra Lucas Coelho vence o Prêmio Oceanos de 2022 com “Líbano, labirinto”

“Líbano, Labirinto”, da escritora e jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho, venceu, no dia de hoje, a 19.ª edição do Oceanos — Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa, criado no Brasil e que anualmente premeia obras publicadas em língua portuguesa.

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\”Líbano, Labirinto\”, de Alexandra Lucas Coelho
(Vencedor do Prémio Oceanos 2022,
ed. Editorial Caminho, 200 páginas)

Até este ano, nunca tinha havido um livro de não-ficção a ser escolhido para o prémio máximo pelo júri da fase final. Para além desta obra, também foram distinguidos os romances “Museu da Revolução” (ed. Editorial Caminho), do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, e “O som do rugido da onça” (ed. Companhia das Letras), da autora brasileira Micheliny Verunschk, que ficaram com o segundo e terceiro lugares, respetivamente.

Um dos curadores deste importante galardão sublinhou que Alexandra Lucas Coelho, em “Líbano, Labirinto”, usa a crónica para alinhavar histórias individuais e coletivas no Líbano, um país tão ancestral quanto sacrificado por conflitos.

O livro associa o olhar cirúrgico sobre a realidade social e política a uma sensibilidade que a todo tempo interroga a própria experiência, dentro da tradição que leva do ensaio (na sua acepção original) à crónica contemporânea, passando pela linhagem dos grandes cronistas históricos portugueses”, disse Costa Pinto, citado na mensagem de anúncio dos vencedores.
– Manuel da Costa Pinto, curador do Prêmio Oceanos de Literatura para o Brasil

Com cerca de 487 páginas e 350 fotografias a cores, “Líbano, Labirinto”, editado em Portugal no ano passado pela Editorial Caminho, centra-se nos dois grandes acontecimentos que mudaram a vida recente do Líbano: a revolução de 2019, em plena derrocada económica, e a explosão de 2020, no porto de Beirute, uma das maiores detonações não atómicas de que há registo no planeta.

Nessa coleção de pequenas histórias de viventes no Líbano, a autora constrói um livro poderoso sobre os afetos e a guerra, a angústia e a esperança. A obra combina e atualiza géneros de tradição: a crónica, a grande reportagem, a narrativa de guerra, o testemunho e a memória”, acrescentou Joselia Aguiar, jornalista e curadora literária que fez parte do júri do Oceanos que elegeu a obra.

Foto: Alexandra Lucas Coelho por Rui Gaudêncio

Sobre os autores:
Nascida em Lisboa, no ano de 1967, Alexandra Lucas Coelho estreou-se como jornalista, duas décadas depois. Em termos literários, “Oriente Próximo (2007, ed. Edições Tinta da China) e “Caderno Afegão” (2009, ed. Edições Tinta da China), reeditado pela Editorial Caminho em 2021, marcam os seus primeiros passos na literatura. Depois, o livro de não-ficção “Viva México” (2010, ed. Edições Tinta da China) foi finalista do Prémio Portugal Telecom (atual Prémio Oceanos). Seguiram-se “Tahrir!” (2011, ed. Edições Tinta da China), “E a noite roda” (2012, ed. Edições Tinta da China), o seu primeiro romance, com o qual venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Publicou também “Vai, Brasil” (2013, ed. Tinta da China), reeditado pela Editorial Caminho em 2021, “O Meu Amante de Domingo” (2014, ed. Tinta da China), reeditado pela Editorial Caminho em 2020, “Deus-Dará” (2016, ed. Tinta da China), reeditado pela Editorial Caminho em 2022, “A nossa alegria chegou” (2018, ed. Companhia das Letras Portugal), “Cinco Voltas na Bahia e um Beijo para Caetano Veloso” (2019, ed. Editorial Caminho), vencedor do Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, “Mumtazz” (2020, ed. Editorial Caminho) e “Líbano, Labirinto” (2021, ed. Editorial Caminho). Está a fazer o programa Volta ao Mundo em Cem Livros para a RTP.

Nascido no Porto, em 1955, João Paulo Borges Coelho é um dos mais destacados escritores moçambicanos de hoje. Fez estudos liceais na Beira, cidade onde passou a infância e a juventude. Licenciou-se em História em Maputo, na Universidade Eduardo Mondlane, onde foi professor. Doutorou-se em História Económica e Social na Universidade de Bradford (Reino Unido), e recebeu um Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Aveiro. Publicou \”As Duas Sombras do Rio\” (2003), \”As Visitas do Doutor Valdez\” (2004, Prémio José Craveirinha), \”Índicos Indícios I – Setentrião\”(2005), \”Índicos Indícios II – Meridião\” (2005), \”Crónica da Rua 513.2\” (2006),
\”Campo de Trânsito\” (2007), \”Hinyambaan\” (2008), \”O Olho de Hertzog\” (2009, Prémio LeYa e Prémio BCI), \”Cidade dos Espelhos\” (2011), \”Rainhas da Noite\” (2013), \”Água. Uma Novela Rural\” (2016),
\”Ponta Gea\” (2017, Prémio BCI) e \”Museu da Revolução\” (2021).

Nascida em 1972, em Pernambuco, a escritora e historiadora, Micheliny Verunschk venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com “Nossa Teresa: Vida e Morte de uma Santa Suicida” (2014, ed. Editora Patuá), foi, por duas vezes, finalista do Prêmio Rio de Literatura, além de finalista do antigo Prémio Portugal Telecom, hoje Prémio Oceanos. \”O som do rugido da onça\” (2021, ed. Companhia das Letras) é o seu romance mais recente.

Sugestão de Leitura:

Leitores residentes em Portugal
“Líbano, Labirinto”, de Alexandra Lucas Coelho (Vencedor do Prémio Oceanos 2022, Editorial Caminho, Wook):
https://www.wook.pt/livro/libano-labirinto-alexandra-lucas-coelho/25114164
“Museu da revolução”, de João Paulo Borges Coelho (Editorial Caminho, Wook):
https://www.wook.pt/livro/museu-da-revolucao-joao-paulo-borges-coelho/25381908

Leitores residentes no Brasil:
“Museu da revolução”, de João Paulo Borges Coelho (Editora Kapulana, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/MUSEU-REVOLU%C3%87%C3%83O-Paulo-Borges-COELHO/dp/6587231179
“O som do rugido da onça”, de Micheliny Verunschk (Edtora Todavia, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/som-do-rugido-on%C3%A7a/dp/6559210219

Boas leituras!

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