Djaimilia Pereira de Almeida, Alexandra Lucas Coelho, José Gardeazabal e Tatiana Salem Levy são finalistas do Prémio Oceanos 2022

A organização do Prémio Oceanos, em conjunto com o Itaú Cultural, anunciaram a lista de finalistas para a presente edição deste importante galardão literário. No total, concorrem dois livros de contos, um volume de crónicas, outro de poesia e seis romances.

\”Maremoto\”, de Djaimilia Pereira de Almeida

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\”Maremoto\”, de Djaimilia Pereira de Almeida
(ed. Relógio D\’Agua Editores, 112 páginas)

Sinopse:
Ela vive na Rua do Loreto, na paragem do 28. Ele, o combatente, estaciona carros ruas abaixo, na António Maria Cardoso. Maremoto narra a amizade entre ambos, avô e neta acidentais, catástrofe e salvamento. De Lisboa a uma Bissau imaginada, Boa Morte da Silva, arrumador de carros, arruma a sua vida, escreve-se, dirigindo-se à filha que mal conhece. \”Vou cegar minha dor para a minha dor não encontrar teu coração. Que a minha dor nunca encontre o teu caminho, Aurora. Que a minha dor nunca te encontre.\”

\”Líbano, Labirinto\”, de Alexandra Lucas Coelho

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\”Líbano, Labirinto\”, de Alexandra Lucas Coelho
(ed. Editorial Caminho, 200 páginas)

Sinopse:
O povo do Líbano foi abandonado pelo pacto do Líbano, quando já não faltavam provas de que esse pacto é mortífero. E dentro do labirinto o país pressente a explosão geral. Ela está a acontecer já.  Eis o que me chega a cada dia dos amigos, foi chegando ao longo dos meses em que este livro se estendeu, como uma conversa que não queremos terminar. 

Passámos juntos a quarentena, mortos e vivos, esses romanos, esses otomanos, esses palestinianos, esses sírios, a voz de Fairuz, o sorriso de Ali, o pão, o manjericão, o pequeno-almoço em Baalbek, a neve que até hoje Caroline me envia das montanhas, onde imagino que mais abaixo os ciclâmens estejam floridos, com as suas pétalas de pássaro, a sua cintura carmim. E junto ao mar aquela cidade chamada Beirute.

\”Quarentena – Uma história de amor\”, de José Gardeazabal

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\”Quarentena – Uma história de amor\”, de José Gardeazabal
(ed. Companhia das Letras Portugal, 208 páginas)

Sinopse:
Um casal, decidido a separar-se e de malas feitas, é obrigado pelas autoridades de saúde a uma quarentena. O seu apartamento transforma se numa arena de proximidade física e distâncias calculadas, onde os restos da vida amorosa e o trautear televisivo de uma pandemia mudam o mundo por dentro e por fora.

Ali, sob o regime forçado de uma intimidade perdida, percebemos como, entre antigos amantes, vizinhos e desconhecidos, a saudade das multidões e dos sentimentos sempre estiveram à altura de nos resgatar do peso do presente.

Um olhar provocador sobre uma experiência coletiva.
Uma introspeção inesperada, à porta fechada, sobre o que é o amor, onde começa, acaba e recomeça.

Uma história de amor em 40 dias.

\”Vista Chinesa\”, de Tatiana Salem Levy

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\”\”, de Tatiana Salem Levy
(ed. Elsinore, 128 páginas)

\”A partir do momento em que começamos a ler, já não é possível parar.
Uma poderosa celebração da vida. Pode pedir-se mais da literatura?\”
— José Eduardo Agualusa

Sinopse:
Autora multipremiada, vencedora do Prémio São Paulo de Literatura, do English Pen Award e finalista do prémio Jabuti

Antes de uma reunião de trabalho, Júlia sai de tarde para correr e, enquanto sobe o trajeto para a Vista Chinesa, o famoso miradouro no parque natural da Tijuca, em plena cidade do Rio de Janeiro, desligada do mundo e de headphones nos ouvidos, um homem de mãos enluvadas surge repentinamente, encosta uma pistola na cabeça dela e arrasta-a para o meio da mata. Júlia é violada. Sobrevive. Anos depois, já mãe, recorda o horror vivido e as sequelas daquela terça-feira de 2014 — a dor, a raiva, o medo de acusar um inocente e a força redentora da vida que continua.

Relato de uma história real de violação, \”Vista Chinesa\” é um romance perturbador, corajoso e necessário, que reflete sobre a violência ancestral contra a mulher e a transforma em grande literatura. Um livro que incomoda, de rara qualidade literária, e que foi recebido de forma entusiástica pela crítica.

\”O som do rugido da onça\”, de Micheliny Verunschk

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\”O som do rugido da onça\”, de Micheliny Verunschk
(ed. Companhia das Letras, 168 páginas)

\”Um romance que expande as fronteiras da arte literária ao trazer memória,
argumentos antropológicos e o melhor que a ficção pode nos oferecer.\”
— Itamar Vieira Junior

Sinopse:
Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.

Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças ― batizadas aqui de Iñe-e e Juri ― arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.

Com uma prosa embebida de lirismo, este é um livro sem paralelos na literatura brasileira ao tratar de temas como memória, colonialismo e pertencimento.

\”Quem tá vivo, levanta a mão\”, de Maria Fernanda Elias Maglio

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\”Quem tá vivo, levanta a mão\”, de Maria Fernanda Elias Maglio
(ed. Editora Patuá, 230 páginas)

\”Risque esta palavra\”, de Ana Martins Marques

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\”Museu da revolução\”, de João Paulo Borges Coelho

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\”O livro do homem líquido\”, de Pedro Pereira Lopes

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\”Tornado\”, de Teresa Noronha

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Os dez autores selecionados para esta lista irão participar numa série de eventos no Brasil, em Moçambique e em Portugal.

Do outro lado do Atlântico, no Brasil, as sessões terão lugar na Livraria da Travessa de Pinheiros, em São Paulo, e na sua congénere do Leblon, no Rio de Janeiro. Em Portugal, será também a Livraria da Travessa de Lisboa a anfitriã.

Pela primeira vez na história do prémio, os três vencedores vão ser anunciados em Moçambique, a 9 de Dezembro, pelas 17 horas portuguesas. O evento, que se realiza em Maputo, vai ser transmitido em tempo real pelo canal YouTube do Oceanos.

Uma comitiva formada pela gestora cultural e coordenadora do Oceanos, Selma Caetano, pela jornalista e curadora Isabel Lucas e pelo escritor Luís Cardoso, vencedor do Prémio Oceanos 2021, deslocar-se-á para o efeito a Moçambique.

Adicionalmente, a ocasião servirá para a assinatura de um Memorando de Entendimento com o Ministério da Cultura e Turismo de Moçambique, revela o comunicado:

Com a consolidação da parceria com Moçambique, fechada em 2022, o prémio Oceanos conta agora com a colaboração directa de Cabo Verde, Moçambique e Portugal, além da cooperação institucional da CPLP —​ Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Com isso, o Oceanos está mais próximo de seu objectivo primeiro — ter parceiros com todos os países-membros da CPLP, para alcançar a totalidade da produção literária de língua portuguesa produzida ao redor mundo.

O prémio tem o valor de 120 mil reais (cerca de 23 mil euros) para o vencedor, 80 mil reais (cerca de 15 mil euros) para o segundo classificado e 50 mil reais para o terceiro (quase 10 mil euros).

Depois de um júri inicial constituído por 122 escritores, poetas, professores e críticos ter feito uma primeira selecção, estes dez finalistas foram escolhidos por um júri intermediário, constituído pelos brasileiros Jeferson Tenório, Nina Rizzi, Paulo Scott e Prisca Agustoni; pelos portugueses João Luís Barreto Guimarães e José Riço Direitinho (crítico literário); e por Teresa Manjate, de Moçambique.

Durante este mês de novembro, um júri final avaliará as dez obras seleccionadas para escolher os três vencedores. Este júri é constituído pelos brasileiros Cristhiano Aguiar, Guilherme Gontijo Flores, Josélia Aguiar e Júlia de Carvalho Hansen; por Artur Bernardo Minzo, de Moçambique; e pelas portuguesas Ana Cristina Leonardo (cronista do Público) e Helena Vasconcelos (crítica literária).

Foto: Djaimilia Pereira de Almeida por José Carlos Carvalho

Sugestões de Leitura:

Leitores residentes em Portugal:
“Líbano, Labirinto”, de Alexandra Lucas Coelho (Editorial Caminho, Wook):
https://www.wook.pt/livro/libano-labirinto-alexandra-lucas-coelho/25114164
“Maremoto”, de Djaimilia Pereira de Almeida (Relógio D’Água, Wook):
https://www.wook.pt/livro/maremoto-djaimilia-pereira-de-almeida/24719098
“Quarentena – Uma história de amor”, de José Gardeazabal (Companhia das Letras Portugal, Wook):
https://www.wook.pt/livro/quarentena-uma-historia-de-amor-jose-gardeazabal/24677157
“Vista chinesa”, de Tatiana Salem Levy (Elsinore, Wook):
https://www.wook.pt/livro/vista-chinesa-tatiana-salem-levy/25324764
“Risque esta palavra”, de Ana Martins Marques (eBook, Companhia das Letras, Wook):
https://www.wook.pt/ebook/risque-esta-palavra-ana-martins-marques/25845047
“Museu da revolução”, de João Paulo Borges Coelho (Editorial Caminho, Wook):
https://www.wook.pt/livro/museu-da-revolucao-joao-paulo-borges-coelho/25381908
“Tornado”, de Teresa Noronha (Editora Exclamação, Wook):
https://www.wook.pt/livro/tornado-teresa-noronha/24687619

Leitores residentes no Brasil:
“Vista chinesa”, de Tatiana Salem Levy (Editora Todavia, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Vista-chinesa-Tatiana-Salem-Levy/dp/6551140203
“O som do rugido da onça”, de Micheliny Verunschk (Editora Todavia, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/som-do-rugido-on%C3%A7a/dp/6559210219
“Quem está vivo, levanta a mão”, de Maria Fernanda Elias Maglio (Editora Patuá, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Quem-t%C3%A1-vivo-levanta-m%C3%A3o/dp/6558642255
“Risque esta palavra”, de Ana Martins Marques (Companhia das Letras, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/Risque-esta-palavra-Martins-Marques/dp/6559210626
“Museu da revolução”, de João Paulo Borges Coelho (Editora Kapulana, Amazon Brasil):
https://www.amazon.com.br/MUSEU-REVOLU%C3%87%C3%83O-Paulo-Borges-COELHO/dp/6587231179

Boas leituras!

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