Antes de qualquer outra coisa, confesso-vos que tinha alguma esperança de que este livro chegasse a Portugal, sobretudo, depois da fantástica opinião que assisti no canal Ler Antes de Morrer, da jornalista Isabela Lubrano, do qual sou, por sinal, um grande admirador, ainda que esteja do outro lado do Atlântico.
Para além disso, o interesse já seria algo expectável, conhecendo-me como me conheço, não fosse eu um fã das narrativas que têm como pano de fundo, a Segunda Guerra Mundial. Por essa razão, fico feliz por saber que a Quetzal Editores trouxe esta obra que é descrita, pela Bookforum, como “um épico rápido e sinuoso, abundante em pormenores evocativos, metáforas felizes e tributos históricos cristalinos”.
Este é, sem qualquer margem para dúvidas, um regresso muito aguardado, ainda que a autora, conhecida por escrever romances de amor, tenha ousado escrever um romance histórico, o primeiro da sua autoria.
O enredo de “A Praia de Manhattan” possui como pano fundo, a Grande Depressão, ocorrida em 1929, e a Segunda Guerra Mundial, ocorrida, como sabem, entre 1939 e 1945.
Como já o próprio título da narrativa sugere, Nova Iorque será o epicentro de toda a acção. Para ser mais exacto, a ilha de Manhattan.
Estamos na década de 40, do século passado, e o esforço empregado pelos trabalhadores dos estaleiros navais de Brooklyn, é mais que muito. Como se toda esta teia já não fosse suficiente, Jennifer adiciona-lhe uma guerra entre os sindicatos e diversas máfias, a italiana, a irlandesa entre outras, pela ambicionada supremacia.
Como protagonista principal de todo o romance, temos Anna Kerrigan. Ela trabalha nos estaleiros, como centenas de outras raparigas, e deseja ardentemente ser a primeira mulher mergulhadora. Todavia, Isto acontece num tempo em que a vida das mulheres era ainda muito circunscrita. Ainda assim. a razão pela qual Anna se move, está relacionada, sobretudo, com o desaparecimento súbito do seu pai, há alguns anos atrás, sem deixar qualquer rasto.
Para terminar, posso revelar que Kerrigan irá começar e terminar, de certa forma, este romance, no mesmo local: A Praia de Manhattan!
A edição portuguesa possui 504 páginas e, neste momento, está em fase de pré-lançamento e chega às livrarias de todo o país na próximo dia 14 de Setembro, ou seja, já nesta sexta-feira.
Residente com a família, em Brooklyn, em Nova Iorque, Jennifer Egan sempre teve a sua escrita reconhecida, tanto por vários quadrantes da crítica literária como, também, por milhares de leitores.
No que diz respeito aos dados biográficos, Egan nasceu a 7 de Setembro de 1962, na cidade americana de Chicago. Quanto à sua formação académica, licenciou-se em Literatura Inglesa, pela Universidade da Pensilvânia.
Há cerca de 17 anos, mais precisamente, em 2001, foi finalista do National Book Award com “Look at Me”, o seu segundo romance. Uma década depois, venceu o Prémio Pulitzer de Ficção 2011, devido à autoria de “A Visit from the Goon Squad”, traduzido, em Portugal, como “A Visita do Brutamontes”, publicado, igualmente, pela Quetzal, em 2012.
No Brasil, ficou conhecido como “A Visita Cruel do Tempo”, tendo sido editado pela Editora Intrínseca, nesse mesmo ano.
Boas leituras!